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Três anos de lembranças e marcas que eternizam o fotojornalista Ary Souza

Ary Souza é fotojornalista paraense responsável por importantes registros que marcam a história do estado

Bruna Lima
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O fotojornalista Ary Souza,  nome de destaque do jornalismo no Pará, costumava afirmar que “jornalista não se aposenta. Jornalista morre”, mas neste dia 20 de abril, em que se completam três anos de sua partida, ele segue de certa forma "na ativa" no Grupo Liberal, com seus registros, que marcam fatos históricos do estado.

Ary Souza deixou o legado do amor pelo jornalismo, amor que contagiava e que influenciava diferentes gerações. De forma natural esse amor chegou até o seu filho mais velho, Thomás Souza, que diz que sem dúvida escolheu a profissão por influência direta do pai. “O jornalismo surgiu na minha vida desde a infância, pois sempre tive contato com o jornal e acompanhava a rotina do meu pai e isso foi acontecendo de forma natural para fazer a escolha. É igual filho de músico, que o filho fica ali acompanhando e vendo o amor do pai pela música e assim aconteceu comigo, por ver o amor do meu pai pelo jornalismo”, pontua Thomás.

Inclusive, Thomás escolheu o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para falar do trabalho do pai no fotojornalismo, onde ele reuniu alguns episódios de cobertura do Ary Souza. “O meu pai faz muita falta em vários aspectos, nas conversas que nós tínhamos, na rotina, enfim. Mas eu tenho uma consciência espiritual e eu sei que ele está muito melhor onde está”, pontua o primogênito.

Ary Souza trilhou um caminho de mais de três décadas em O Liberal e nesse período teve grandes parcerias na reportagem, mas uma das parcerias que Ary teve e que colecionou diversas histórias foi ao lado do repórter Dilson Pimentel, que diz que o Ary é imortal. Para o jornalista, Ary está sempre presente em suas lembranças. E, na redação de O Liberal, ele é lembrado o tempo todo.

“Recordamos das brincadeiras durante o café da manhã e das muitas e engraçadas histórias que ele contava. A redação, sem o Ary, não é mais a mesma. O jornalismo paraense, aliás, não é mais o mesmo”, destaca Dilson.

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Sobre a parceria, Dilson explica que foram 30 anos e recorda o quanto o fotojornalista era apaixonado pela profissão. “Ele respirava fotojornalismo. Ary optou em trabalhar apenas em O Liberal. Ele nunca quis ter um segundo emprego. Entendia que, para se dedicar à profissão, não poderia ter nenhum tipo de empecilho, dilema moral ou ético. Trabalhando apenas em O Liberal, Ary acreditava que, dessa forma, teria mais liberdade e desenvoltura para desempenhar o seu trabalho da melhor forma possível. Se ele quisesse, poderia ter trabalhado em qualquer outro lugar, mas escolheu ficar só no jornal”, destaca.

Ary não media esforços para fazer uma reportagem, não importando o dia, a hora e as circunstâncias adversas. “Certo dia, ele viajou às pressas para o sul paraense, apenas com a roupa do corpo, para não perder a cobertura jornalística na região. O Ary pisava na lama, na água da chuva, subia partes elevadas, colocava a vida em risco, mas não se importava. O objetivo dele era conseguir a melhor imagem possível. Era muito ousado e não gostava que alguém dissesse o que ele deveria fazer. Não se prendia às regras. Sempre foi muito ousado”, explica Dilson sobre a forma de atuação do fotojornalista.

Uma das matérias mais marcantes na trajetória de Dilson Pimentel foi ao lado de Ary Souza. Se trata da queda de um avião em Altamira, em que morreram mais de 20 pessoas, em 1990. “Eu tinha apenas cinco meses no jornal. O Ary já era mais experiente. Para chegar até o local do desastre aéreo, ele entrou na mata, que era guardada pelo Exército, e conseguiu fazer as fotos. Ele costuma brincar dizendo a seguinte frase: “Jornalista não se aposenta. Jornalista morre e para nós, o Ary é imortal”, recorda Dilson.

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