Theatro da Paz recebe 50 anos de arte de Paulo Betti
Ator apresenta a peça ‘Autobiografia Autorizada’ na sexta (21), no sábado (22) e no domingo (23), com ingressos a preços populares. Betti também terá um bate-papo no sábado (22) à tarde sobre artes cênicas com o público.
O público em Belém vai conferir nesta sexta-feira (21), no sábado (22) e no domingo (23), no Theatro da Paz, a versão mais recente da peça “Autobiografia Autorizada”, com o ator paulista Paulo Betti, 72 anos, um dos grandes nomes das artes cênicas do Brasil. O espetáculo está em cartaz há dez anos e mostra a trajetória iluminada desse artista conhecido nacionalmente por dar vida a personagens como Timóteo, na novela “Tieta”, Léo Pereira, em “Império”; Ed Mort no filme homônimo e o capitão Carlos Lamarca em “Lamarca”.
A peça, na verdade, um monólogo de Paulo Betti, tem o patrocínio da Caixa e do Governo Federal. A vinda do espetáculo à capital paraense marca a expectativa de inauguração de uma unidade da Caixa Cultural em Belém. O espetáculo tem direção de Juliana Betti e Rafael Ponzis.
Em cena
“É uma alegria poder celebrar 50 anos de carreira em cena e em um teatro maravilhoso, o Theatro da Paz. O Theatro da Paz é o melhor que tem no Brasil, o mais bonito”, destaca Betti. Ele pontua que o Theatro possui uma relação especial entre palco e plateia, ou seja, ele projeta quem está no palco. A peça comemorativa desse momento da vida do ator é cômica em 50%, 25% dramático e 25% poético, como o próprio diz.
Paulo Betti nasceu em Rafard, no interior do estado de São Paulo, em 1952. No decurso da história, ele trabalhava como secretário de um hospital quando conquistou o prêmio de melhor ator amador do ano de 1971 com a peça “O Pagador de Promessas”, em Sorocaba (SP). Esse Prêmio Governador do Estado alertou Betti de que tinha talento nessa área. E, então, ele ingressou na Escola de Arte Dramática da USP. “Quando eu me formei, em 1975, eu já tinha seis peças na Escola de Teatro e já estava me encaminhando para ser ator mesmo, tinha um grupo de teatro, comecei a dirigir também, me enfiei no teatro’, conta Paulo.
A peça “Autobiografia Autorizada” surgiu do fato de que Betti sempre foi um anotador compulsivo. Essa iniciativa ele vai esmiuçar no bate-papo às 14h30 deste sábado (22) no Theatro, com entrada gratuita. Em 2015, ele foi atrás das anotações que havia feito e, feita a seleção do material, a peça estava inteira para entrar em cena, com o propósito, em particular, de prestar homenagem aos avós Giovanni e Celeste (imigrantes italianos substitutos de escravos na agricultura) e os pais Adelaide e Ernesto.
Com humor, emoção e poesia, Paulo Betti fala sobre a história deles e, por tabela, de muita gente no Brasil. Nos dez anos de sucesso, a peça foi, inclusive, apresentada na África e, em 50 cidades de Portugal, além de cidades brasileira. Entre projeções de filmes e fotos, locuções de rádio, o ator conta detalhes da arte de ser ator e outras histórias.
Liberdade
Paulo Betti celebra a conquista do primeiro Oscar do cinema brasileiro por meio de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. “Foi uma conquista muito importante, muito oportuna para a história do Brasil em todos os seus significados, do tema e tudo o mais. Vibrei muito com essa vitória como se fosse minha, porque, entre outros aspectos, eu fui diretor da peça de teatro do ‘Feliz Ano Velho’, em 1984, que contava essa história também, a história do Marcelo (Marcelo Rubens Paiva, autor dos livros), do pai e da dona Eunice (ex-deputado federal Rubens Paiva e esposa Eunice Paiva)”, diz.
Acerca da temática da luta pela liberdade no Brasil, enfocada em “Ainda Estou Aqui”, Paulo Betti destaca: “Evidentemente que esta luta deve continuar. Os acontecimentos que nós entulhamos que estavam acontecendo mas que se escancararam agora e que vão ser julgados no Supremo mostram que nós corremos o risco de uma quaterlada, e seria muito ruim que isso acontecesse”.
Nessa busca por melhores dias na sociedade, o teatro tem papel decisivo, como ressalta Betti. Para ele, essa arte é insubstituível e inesquecível, pelo fato de ser o contato humano, independe de aspectos tecnológicos. “Ele é a humanidade, é um corpo a corpo, e uma celebração, um encontro entre as pessoas”, pontua. “O teatro é um dos meios mais eficazes de transformação da sociedade, da evolução de uma sociedade”, acrescenta.
Serviço:
Peça 'Autobiografia Autorizada'
Local: Theatro da Paz - Avenida da Paz, Praça da República, Campina – Belém
Datas: Dias 21, 22 e 23 de março (sexta a domingo)
Horário: Sexta e sábado, às 20h; Domingo, às 18h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) – Disponíveis na bilheteria do teatro e no site Ticket Fácil
Meia-entrada: Empregados e clientes Caixa, estudantes, professores, pessoas acima de 60 anos e outros casos previstos por lei
Capacidade: 744 lugares
Informações: (91) 3252-8602 | www.caixacultural.gov.br