Manoel Soares: verdade e compromisso nas manhãs da Globo

Apresentador fala sobre papel como comunicador e desafio iniciado está semana.

Bruna Dias
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De Salvador, Manoel Soares, é jornalista e ativista social. Aos 43 anos, ele está na apresentação do “Encontro” ao lado de Patrícia Poeta. Esta semana ocorreu a estreia e muito se falou sobre o papel dele no programa.

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No dia 27 de junho, a Globo recebeu convidados para falar sobre a “Super Manhãs”. Manoel Soares realizou um bate papo exclusivo com o oliberal.com. Confira!

Tu está entrando no ‘Encontro’, um programa que tem entretenimento e jornalismo, tens muita experiência com ambos. Como é que estabelecer esse paralelo? E fala um pouco sobre a mudança de horário com a chegada das “Super Manhãs”.

MS: A grande sacada é você está no coração das pessoas, eu sempre me pergunto se no coração das pessoas tem essa entre o jornalismo e o entretenimento, particularmente acho que não tem! Acho que para as pessoas tem a divisão entre mentira e verdade, afeto e agressividade, só isso que eu acredito. A informação precisa vir com legitimidade, relevância e com verdade. Se ela está vindo do entretenimento, se ela tá vindo do jornalismo, isso só é a caixa com que a informação é entregue. Confesso que não tenho o mood necessário para isso, sou uma pessoa que se estou fazendo uma matéria para o ‘Fantástico’, tenho uma postura, se é uma matéria um ‘Encontro’, tenho essa mesma postura. Nunca mudei o meu comportamento por estar falando com entretenimento ou com o jornalismo, porque acredito que o ouvido, não tem essa diferença. Acho que existe muito mais da nossa parte enquanto comunicadoras de jornalismo, uma preocupação com relação ao que é entretenimento, ao que é jornalismo, do que com o nosso público na ponta. Acho que o nosso público ele quer cuidado, verdade, ele quer afeto. Isso com certeza não vai faltar no que nós estamos indo fazer agora.

Tu falaste de alguns adjetivos aqui, e também sobre falar a verdade. Acho que que o público já te reconhece como essa ‘verdade’. Além disso, tu falas muito sobre lutas e sobre pautas racistas. Não é cansativo para ti sempre debater sobre esses temas?

MS: O Brasil é um país muito jovem. Há 132 anos você me compraria por R$ 400. Então ainda é muito importante que a gente fale sobre isso, que a gente converse sobre essas coisas, é necessário que a gente continue falando, que de maneira afetiva e pedagógica a gente continue construindo esse tipo de narrativa. Não vejo o problema em ser identificado como uma pessoa negra, uma pessoa negra de visibilidade em meio a comunicação, eu acho que isso inclusive remete a uma série de agendas positivas dentro do processo. Eu só não quero ser reduzido a uma pessoa negra da comunicação, a minha lógica de comunicação se expande a muito além disso, a minha legitimidade, ela pode até avisar a cor da minha pele, mas a minha narrativa de comunicação vai muito além disso. Eu sou pai, sou uma pessoa apaixonada por culinária, por exemplo, tenho aprendido agora a tocar piano, tem um monte de outras coisas que habitam no meu cotidiano, e a gente vai levar exatamente isso. Sempre vou ficar vigilante nessa temática? Sempre vou. Eu tenho, graças a Deus, o estudo me permite olhar para o meu colega do lado e dizer ‘isso a gente precisa mudar, isso a gente precisa repensar’, e isso jamais eu vou me furtar de fazer, mas não vou ficar limitado a isso, óbvio até porque o mundo é grande e tem bastante coisa pra fazer na vida, né? Eu quero ter alegria de andar de camelo ainda.

Como é agora esse novo desafio de entrar logo cedo na casa das pessoas, já que o ‘Encontro’ chega logo após ao ‘Bom Dia Brasil’?

MS: Sempre brinco com Mariano (Mariano Boni – Diretor de Variedades da Globo), que ninguém é o mesmo o dia inteiro. Quando a gente acorda sete horas da manhã somos um, quando nós estamos às dez e meia da manhã, somos outros, meio dia somos outra pessoa e aí vai. Quando nós vamos entrar na casa das pessoas agora, vai ser no momento em que eles estão começando o seu dia. A nossa missão não é frágil, é uma missão muito forte. Temos o compromisso de fazer com que o dia das pessoas seja um dia mais bonito, mais feliz e eu, como telespectador das manhãs da Globo, espero que essa tela melhore o meu dia, com informações relevantes, sorriso no rosto e é isso que a gente vai levar. Eu obviamente tenho um carinho enorme por todo esse time que está aqui, são pessoas que eu ligo e a gente conversa. Nós vamos ser muito felizes nesse momento e contamos, obviamente, com o carinho de vocês da gente.

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