Adeus? Entenda por que os programas de Roberto Bolaños estão saindo do ar no mundo
Impasse não ocorreu apenas com o SBT, no Brasil, mas com emissoras de mais 20 países
Grandes símbolos da América Latina, Chaves e Chapolin, criados pelo comediante mexicano Roberto Bolaños, não serão mais vistos nos canais de cerca de 20 países. Chespirito (1929-2014), como era conhecido o humorista, conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo com os personagens.
A informação da interrupção foi dada pelo filho do humorista, Roberto Gómez Fernández, no último sábado (1º). "Ainda que tristes com a decisão, minha família e eu espero que Chespirito esteja em breve nas telas do mundo. Seguiremos insistindo e tenho certeza que conseguiremos", escreveu. O cancelamento, entretanto, não foi detalhado pelo herdeiro.
Aunque tristes por la decisión, mi familia y yo esperamos que pronto esté Chespirito en las pantallas del mundo. Seguiremos insistiendo, y estoy seguro que lo lograremos.
— Roberto Gomez Fernán (@ElAguila_Gomez) August 1, 2020
O problema foi causado por um disputa entre a rede de televisão mexicana Televisa, que detinha os direitos dos programas, e a família de Bolanõs, que é proprietária dos direitos de exploração comercial dos personagens.
No Brasil, o SBT informou ter recebido uma notificação da Televisa sobre a suspensão do contrato, o que entristeceu milhares de brasileiros. Na época, a emissora brasileira informou que o programa ficaria fora da grade por "um problema pendente a ser resolvido com o titular dos direitos das histórias".
O canal Bolivisión, na Bolívia, também anunciou que a suspensão temporária da exibição no país ocorreu por "desentendimentos entre os donos dos direitos".
A Televisa não comentou o caso nem respondeu ao pedido de informações da BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Edgar Vivar rompeu o silêncio
O caso foi esclarecido por Edgar Vivar, ator que viveu os personagens Nhonho e Senhor Barriga. Entrevistado pela emissora Radio Fórmula, o ator revelou que Chespirito havia cedido à Televisa os direitos de seus personagens até 31 de julho de 2020.
Quando essa data chegou, "esses direitos não foram renovados, a Televisa não quis pagar", disse Vivar, que afirmou ter as informações "em primeira mão" depois de conversar com Gómez Fernández, filho do comediante.
Agora, na ausência de um acordo, os direitos dos personagens são propriedades dos herdeiros e podem ser adquiridos por outras emissoras.
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