MENU

BUSCA

Sem citar nomes, Xuxa alfineta Silas Malafaia: 'Isso sim é coisa do cara lá de baixo'

A apresentadora criticou líderes religiosos que usam o nome de Deus como desculpa para não aceitar o outro

Redação Integrada com informações de O Fuxico

Xuxa usou sua coluna na revista Vogue para dar um puxão de orelha em quem usa a religião para perpetuar preconceitos. A apresentadora afirma que “não dá para ficar calada”.

“As coisas estão cada vez mais insuportáveis”, Xuxa começa.

“Estou falando de um indivíduo que disse a seguinte frase, olha só o descaramento: ‘Deus fez o macho e a fêmea, isto é cientificamente provado.’ Isso porque eu escrevi um livro para crianças com a história de Maya, que tem duas mães”, escreveu a apresentadora.

Ela segue: “Deus fez absolutamente TUDO, cientificamente provado ou não. O que ele não fez foi o preconceito e a discriminação. Isso sim é coisa do cara lá de baixo. Não aceitar o próximo que é gay ou não, trans ou não, macho ou não, fêmea ou não, é ir contra o mais lindo mandamento: somos todos filhos Dele. Preconceito é crime e usar o nome Dele para isso acredito ser crime mais pesado ainda. Quando ouvi essa frase, me senti na obrigação de mais uma vez dizer: vocês não têm o direito de se meter na vida das pessoas e julgarem elas em nome de Deus”.

“Depois, vi esse senhor com uma camisa onde dizia: ‘Criança veio ao mundo para ser amada.’ Isso eu concordo e assino embaixo, mas nenhuma relação, nem entre ‘macho’ e ‘fêmea’, dá a certeza de que a criança será amada, já que mais de 57,3 milhões de famílias são mantidas por mulheres que criam seus filhos sozinhas”, Xuxa completa.

Em outro trecho, Xuxa fala sobre mensagens que tem recebido com relatos de quem também passou por abusos.

“Tenho recebido relatos de pessoas que passaram por abusos como eu e ao lerem as minhas memórias estão conseguindo colocar isso para fora. Ah! Este senhor também falou do filme (como o povo gosta de falar sobre isso). Falem mais profundamente sobre esse assunto, pois é a história de uma menina de 15 anos (minha personagem) que foi vendida para um prostíbulo para ser dada de presente a um político. Este senhor sabe muito bem que essa não é a minha realidade, mas as de muitas meninas e meninos do nosso país”, disse.

Cultura