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Saiba quem é Eliane Flexa, a primeira mulher e única paraense campeã do reality ‘Quero Ser Dublador'

A atriz de voz de 27 anos passou o programa inteiro sem ir para nenhuma eliminação

Amanda Martins

A atriz, cantora, dançarina e atriz de voz Eliane Flexa, de 27 anos, fez história ao se tornar a primeira mulher e a única paraense a vencer o reality show "Quero Ser Dublador". O programa, realizado pelo Dubrasil Central de Dublagem, um dos maiores estúdios de dublagem do Brasil, teve sua final em dezembro de 2024, consagrando Eliane como campeã da 3ª temporada. Os episódios estão disponíveis no YouTube.

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Morando em São Paulo há mais de um ano, Eliane revelou que esta edição do reality trouxe uma diferença em relação às duas anteriores: apenas atores profissionais puderam participar, atendendo ao critério de possuir registro profissional (DRT). Além disso, o programa exigia que os participantes não tivessem experiência profissional prévia em dublagem.


Durante o reality, Eliane foi avaliada por grandes profissionais da dublagem brasileira, como Zodja Pereira, Guilherme Marques, Luiz Antônio Lobue, Bruna Mascarenhas e Felipe Grinan.  

“Eu passei pelo reality inteiro sem ir para nenhuma eliminação. Ao longo do programa, recebi duas insígnias de destaque e fui salva pela equipe seis vezes”, relembrou.

A competição começou com 20 participantes, dos quais apenas 12 seguiram após o primeiro episódio. Divididos em três equipes – Titãs, composta somente por mulheres; Cavaleiros, composta somente por homens; e Herois, uma equipe mista – os participantes enfrentaram dinâmicas de grupo e, posteriormente, desafios individuais. Na final, Eliane enfrentou uma concorrente do sul do país e saiu vitoriosa.


Eliane já tinha experiência como atriz de voz, tendo trabalhado em animações como a série ‘Brinquedonautas’, do estúdio Iluminuras, de Belém, onde interpretou a protagonista Zeca e várias vozes secundárias. Ela também participou de outra série como protagonista e atualmente trabalha em um projeto do Iluminuras chamado “A Sensacional Vila Barca”.

“Em 2017, fiz uma oficina de dublagem no Curro Velho com AJ Takashi, um ex-aluno da Dubrasil. Foi lá que comecei a trabalhar com voz original. Na época, eu nem pensava em dublagem, mas sempre gostei de animes e tinha interesse na área”, explicou. 

Ao longo do reality, a paraense acumulou momentos marcantes, como ser destacada por Luiz Antônio Lobue, a voz de Pícolo em ‘Dragon Ball’, e ser dirigida por Felipe Grinan. “Foi surreal! Até hoje acho que ainda não processei direito a dimensão de tudo o que vivi. Conheci tantos profissionais maravilhosos da área e confirmei que: sim, a dublagem é pra mim”, afirmou.

 

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Apesar de sua experiência com voz original, a dublagem entrou em sua vida somente agora, oito anos depois por acaso. Um dos sonhos de Eliane é dublar uma princesa da Disney. "Aqui em São Paulo, eu tenho trabalhado com personagens vivos, como Moana, Jasmine, Mirabel e Bela, cantando. Foi uma colega de trabalho que postou sobre o reality e, quando vi o regulamento, pensei: ‘Será que finalmente a dublagem me quer na vida dela?’. Então, me inscrevi", contou.

Evolução e orgulho

Dentro do competição, que reuniu participantes de várias regiões brasileiras, Eliane enfrentou diversos desafios e precisou lutar contra o nervosismo. “Apesar de não termos criado um clima de competição, a cada episódio alguém iria sair. Isso gerava uma pressão enorme, porque cada episódio podia ser o último”, contou.

A vitória de Eliane também trouxe à tona questões importantes sobre a desigualdade de oportunidades entre diferentes regiões do país. "Ser a primeira pessoa do Pará a participar e vencer esse reality é muito significativo. Mostra como as pessoas do Sul e Sudeste acabam saindo na frente em estrutura e oportunidades na área da arte. É muito gratificante vencer como paraense e como mulher", destacou.

Eliane falou sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na indústria artística e sua determinação em contribuir para mudanças. “O audiovisual ainda é um ambiente muito masculino, e muitas amigas já desistiram da arte por ser um meio difícil e machista. Espero, com minha trajetória, mostrar que somos qualificadas e merecemos estar em destaque, tanto na arte quanto em qualquer ambiente que quisermos”, afirmou. 

A decisão de se mudar para São Paulo foi motivada pela busca de melhores oportunidades no meio artístico. "Sou uma atriz com 12 anos de carreira em Belém, já fiz teatro, teatro musical, voz original e audiovisual, mas a maioria dos trabalhos não me pagou ou paga muito pouco”, lamentou.

Apesar disso, Eliane mantém o desejo de um dia voltar para Belém e contribuir para o fortalecimento da arte na região. "Espero poder voltar e realizar projetos que valorizem a nossa arte e os nossos artistas. Por enquanto, quero construir minha carreira aqui e continuar levando o nome e a bandeira do Pará para onde quer que eu vá”, disse emocionada. 

Com a vitória no reality, Eliane ganhou uma especialização em dublagem no Dubrasil, além de mentoria e um curso na Game Escola, parceira do estúdio. "Pretendo seguir na carreira de dublagem, me profissionalizar cada vez mais e fazer dela meu braço artístico principal”, revelou sobre os novos projetos. 

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