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Rancho Não Posso Me Amofiná completa 90 anos de tradição no Pará

A escola de samba conseguiu uma grande amplitude no cenário cultural paraense, principalmente através do seu trabalho social em prol da comunidade

Thainá Dias

O Grêmio Recreativo Beneficente Jurunense Rancho Não Posso Me Amofiná é a escola de samba mais antiga de Belém e uma das mais tradicionais do Brasil. Fundada no dia 31 de janeiro de 1934, a escola completa 90 anos nesta quarta-feira, 31. A escola de samba conseguiu uma grande amplitude no cenário cultural paraense, principalmente através do trabalho social desenvolvido junto a sua comunidade. O Grupo Liberal conversou com alguns integrantes do Rancho para saber mais sobre o amor e o trabalho desenvolvido na escola.

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De acordo com o carnavalesco, Paulo Anete, o Rancho representou um momento de maturidade em seu trabalho como provedor de cultura. É uma escola que me deu a oportunidade de desenvolver um trabalho com mais afinco, perspectivas, é aquela escola que está sempre coberta de carinho das pessoas”, iniciou.

Anete contou ainda que trabalhar no Rancho, “trabalhar no carnaval em si é levar felicidade para as pessoas. Eu sou professor e a perceber a representatividade que uma escola de samba tem para sua comunidade, é perceber uma grande história a ser contada”, destacou. O carnavalesco reforçou ainda que a expressão artística também representa a voz de uma comunidade inteira, de um povo. “A gente leva essa cultura para a avenida. Isso é enriquecedor. A população se percebe ali.  E essa cultura merece cada vez mais ser olhada com carinho pelo poder público”, destacou.

Laço de Amor

Para o coreógrafo da Comissão de Frente do Rancho, Diego Jaques, a escola é o seu espaço de criação artística. “É encontro com a comunidade, um laço de amor e criatividade”, destacou. Jaques afirmou ainda que a escola também é um lugar de apoio a comunidade. “Oferecemos oficinas, cursos, atividades físicas e sobretudo emprego para os que precisam, é um encontro dos apaixonados pelo samba e pela arte”.

Diego agradeceu pela oportunidade que teve na escola e ainda reforçou bons desejos para o Rancho. “Que esse novo ciclo nos traga como sempre muita alegria, mas que nos traga também reflexões a respeito da valorização de uma manifestação cultural que abraça todas as minorias, que representa a força das comunidades no Pará”.

História e Tradição

A história do Rancho Não Posso Me Amofiná se entrelaça com a história do Pará. No decorrer desses 90 anos, a escola se mostrou sempre como um instrumento de voz e luta em defesa da agremiação, daqueles que já se foram e ainda de todos aqueles que formam a “Velha Guarda da Escola”.

O Rancho possui projetos sociais relevantes atendendo na Sede Social, os moradores do bairro com Assistência Odontológica e distribuição de sopa gratuita, que foram aprimorados ao longo da atual gestão de Jackson Santarém e Alinson Borges, respectivamente presidente e vice-presidente da escola de samba.

Para a porta-bandeira e assessora de comunicação do Rancho, Cíntia Luna, a escola tem uma história rica e uma identidade cultural única, que carrega toda ancestralidade que o bairro do Jurunas tem.  “Essa mesma história e tradição são duas características muito fortes que carrego em minha vida”, destacou.

Cíntia contou que o Rancho faz parte da sua vida e da vida dos seus pais. “A escola acolheu meus pais há 16 anos, hoje levo minhas filhas para me assistirem ensaiando e fazendo o que mais amo: sendo porta-bandeira”, afirmou. Filha do carnavalesco Paulo Anete, Cíntia viu o pai conquistar os últimos títulos de campeão da escola. “Minha mãe Glória Luna, é estilista que confecciona as fantasias dos quesitos que valem ponto para escola. O Rancho é meu amor e fazer parte dessa família é uma grande realização.

Ainda segundo Cíntia Luna, o Rancho é responsável por apresentar sambas enredos e desfiles grandiosos e emocionantes, que contam histórias e celebram a cultura paraense. “Além de um sentimento forte de identidade cultural. Existe um amor profundo pelo bairro do Jurunas e a temporalidade no carnaval paraense. A escola mais antiga do Pará e a quarta mais antiga do Brasil. Isso, massageia o nosso ego”, garantiu. Cíntia destacou ainda a diversidade da escola, “são diferentes alas, cada uma com sua própria fantasia e coreografia.

“Sedução Ranchista”

Outro instrumento forte da cultura da escola de samba é a quadrilha “Sedução Ranchista”, que acumula títulos na quadra junina. Hoje, a escola de samba ainda promove oportunidades através do projeto “Dançar Para Não Se Amofinar”, implementado pela administração de Fernando Guga. O projeto leva oficinas de Dança de Salão para todas as idades, além de balé, judô e aulas de violão para cerca de 150 crianças e adolescentes.

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