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Projeto na Vila da Barca constrói imagens positivas da periferia com crianças e adolescentes

O projeto “Periferia: imagem, centro e afeto” é capitaneado pelo arte educador e fotógrafo Rafael Fernando

Andreza Gomes Especial para o Grupo Liberal

Crianças e adolescentes, moradores da Vila Barca, em Belém, considerada a maior periferia com palafitas na América Latina, estão vivenciando uma rotina diferente que envolve arte, cultura e história da comunidade. As vinte crianças e jovens fazem parte do projeto “Periferia: imagem, centro e afeto”, capitaneado pelo arte educador e fotógrafo Rafael Fernando, em parceria com o projeto Barca Literária.

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A iniciativa está na fase de produção de imagens positivas, a partir das fotografias em Preto e Branco e coloridas, que ajudam a gerar um olhar de afeto da periferia, a partir das histórias de vida dos moradores da Vila da Barca.

Rafael Fernando começou a frequentar as atividades da Barca Literária há dois anos, quando foi criada na época da pandemia, a Comissão Solidária de Moradores da Vila da Barca. “Recebi o convite do multi-instrumentista Pawer Martins para integrar as ações como voluntário na Vila da Barca. Nesse tempo ministrei oficinas de fotografia; zine (publicação independente); conversas de práticas antiracistas, produção de lambe nas palafitas, entre outras. Tudo isso me motivou a fotografar a Vila da Barca com outro olhar, sem estereótipos”, pontua o artista.

Desde do dia 30 de setembro, o público-alvo do projeto, crianças e adolescentes da Vila da Barca estão contando suas histórias de vida e os anseios como moradores, como, por exemplo: fim da violência, do tráfico, melhores condições de vida, água potável, dentre outros. “As crianças constroem suas fotografias utilizando meu equipamento fotográfico e a impressão é feita na gráfica em grande formatos que serão fixadas nas paredes das casas e palafitas, tornando uma galeria a céu aberto”, explica Rafael Fernando.

Cleia Carmo, arte-educadora e educadora social, ressalta a importância dessa vivência com a fotografia e história dos moradores da Vila da Barca. “Foi muito importante o olhar deles e o sentimento sobre a comunidade da Vila da Barca, fazendo um recorte sobre as pessoas que eles têm como referência de vida dentro do trabalho comunitário desenvolvido por essas pessoas. Então, está sendo um processo muito bonito e legal, os meninos que fizeram os lambes e esse processo de ser ver como referência de criança participativa da comunidade e da Barca Literária é transformador. Eles quando passam na rua, se identificam pelo livro, cada uma das crianças e jovens fizeram as fotos com seu livro preferido e sabem da importância da educação, cultura e arte”, relata.

Rafael Fernando conclui que as crianças e jovens criam um espaço de “(re)existência” por meio das suas histórias de vida que recontam o sentido de periferia, tendo a periferia como centro de produção artística da cidade. O Projeto do arte-educador Rafael Fernando foi contemplado no edital n.º 12 de 2022 do Prêmio da FCP de Incentivo à Arte e Cultura para 2023.

Está programado para dia 25 de novembro a finalização do projeto, com a apresentação do Coletivo Sarau em movimento, apresentação da banda Daqui, banda Fogoyó e entrega do Zine (pequeno livro) feitos pelas crianças para os moradores da Vila da Barca.

Cultura