Projeto de lei pode transformar o 'vira-lata caramelo' em manifestação cultural
Segundo o deputado federal Felipe Becari (PL), a proposta tem como objetivo incentivar a adoção de cães
Um dos mais queridos e carismáticos do Brasil, a expressão 'vira-lata caramelo' pode se tornar manifestação cultural imaterial. Um Projeto de Lei (PL 1897/2023) foi apresentado pelo deputado federal Felipe Becari (União Brasil), com o objetivo de promover a adoção de cães.
Ao apresentar o projeto, Becari diz que a expressão 'vira-lata caramelo' já faz parte da nossa cultura, para identificar o cachorro mais popular do país. No texto, ele explica o que são esses cãezinhos e não poupa elogios.
"Seus olhos são marcantes e simpáticos. O que torna esses animais especiais é a sua mistura de raças, que resulta em uma grande variedade de características físicas e comportamentais", diz o deputado. "Além de serem muito bonitos, os vira-latas caramelo são também conhecidos pela sua inteligência e carinho. São extremamente ativos, leais aos seus donos e adoram brincar e se divertir com as pessoas", continua.
Ainda na PL, ele destaca que, além de bonitos e leais, o vira-lata é mais resistente a doenças, por não ter tantos problemas genéticos, que são comuns em cães de raça. “Isso se deve, em parte, à sua mistura de raças, que resulta em uma maior diversidade genética. Além disso, esses animais costumam ter uma expectativa de vida mais longa do que os cães de raça pura”, explicou.
VEJA MAIS
Essa raça querida pelos brasileiros já foi alvo da campanha, em 2020, para estampar a nota de R$200, mas acabou sendo do lobo-guará. Mesmo com a popularidade, eles ainda sofrem preconceito, já que muitos não o consideram "cães de raça pura".
Becari cita que existem cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas ressalta que esse cenário pode mudar por conta do vira-lata caramelo. "Cães que antes eram ignorados em feiras de adoção, graças a essa popularização, passaram ser vistos com outros olhos", destacou.
Em sua justificativa, o deputado federal lembra que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), patrimônio imaterial são "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - com os instrumentos objetos, artefatos e lugares culturais que lhe são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".
Para completar sua proposta, ele pede apoio de outros parlamentares para que a expressão se torne manifestação cultural imaterial do Brasil.
(*Estagiária Hannah Franco, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA