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Projeto 'Caquiado' vai lançar disco com 10 artistas paraenses independentes

Criado pelo Selo Caqui, a iniciativa tem o intuito de dar visibilidade para artistas diversos da cena musical paraense

Bruno Menezes | Especial para O Liberal

Está aberta, até o dia 28 de julho, a chamada pública para o projeto “Caquiado”, uma seletiva que criará uma coletânea plural de músicas autorais com 10 artistas paraenses. Idealizado pelo Selo Caqui a iniciativa visa revelar novos talentos da música regional, que terão a oportunidade de apresentar seu som de maneira profissional.

Criado em 2022, o Selo Caquí, já realizou mais de 20 eventos e projetos artísticos na cidade. Desta vez, a iniciativa da produtora é produzir um álbum inteiro com músicos independentes, que será lançado nas plataformas de streaming de música e também em vinil e fita cassete. Os artistas selecionados do projeto participarão de um curta-metragem, dirigido por Anna Suav, que documentou todo o processo artístico do Caquiado, através de shows ao vivo dos músicos em Belém.

Segundo o idealizador do projeto, Yuri Reiner, 7 nomes já integram o Caquiado, são eles: Helena Ressoa, Banda Cout, W Mate-U, Roger Is Not Braga, Jheni Cohen, Matheus Pojo e Paso. Os outros três novos grupos ou cantores que desejam fazer parte da iniciativa devem se inscrever pelo link no Instagram @selo.caqui.

“O nosso maior objetivo é documentar uma série de produções de uma geração que ainda não foi registrada, botar a galera pra tocar mesmo. Esse projeto é a oportunidade de trazer holofotes, pros nossos artistas undergrounds, que são diferentes do que acontecem nas cenas alternativas de outras regiões. A gente tem uma linguagem própria no que diz respeito à arte, além do tecnobrega, do carimbó, que são coisas nossas, esses gêneros musicais influenciam no jeito que nós fazemos outros tipos de músicas”, explica o produtor musical.

Os 7 nomes já integrados ao Caquiado demonstram a diversidade musical do projeto, já que são artistas independentes e influenciados por gêneros diversos, incluindo rap, rock, jazz, pop e R&B, estilos que são agregados às vivências amazônicas dos artistas. Essa mistura garante ao projeto pluralidade artística e uma identidade única de fazer música no Pará.

“Pra fazer deste um trabalho plural, a gente quer conhecer quem tá fazendo música agora no Pará...O que a gente quer é amplificar essas propostas artísticas, fazer com que esses artistas se conectem com o público, e também documentar o que tem sido produzido nesse sentido”, ressalta Leonardo Pratagy, também criador do projeto ao lado de Yuri Reiner.

Fator Social

Além da intenção de dar visibilidade à cena independente em Belém, o projeto também visa dar oportunidade a artistas que historicamente foram excluídos de processos musicais e culturais, seja por raça, sexualidade ou vulnerabilidade social.

“A gente quer trazer pessoas que não estão acostumados a estar nos centros de discussão, queremos essas pessoas como protagonistas do projeto. Por isso, serão 10 artistas completamente diversos, na raça, na sexualidade, e também na música. Haverá espaço para carimbó, tecnobrega, rap, rock, todos os gêneros”, conclui Yuri.

Seleção

A escolha das músicas que farão parte da coletânea será baseada na curadoria de talentos influentes na cena musical paraense, entre eles: Leo Chermont, produtor musical de vários discos importantes para a música da Amazônia; Íris da Selva, artista trans que desponta na cena do carimbó urbano e música popular paraense; e Bruna BG, que já foi organizadora do Slam Dandaras do Norte e também organiza eventos com artistas iniciantes do rap.

A coletânea” Caquiado” foi selecionada pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear). Através desta política cultural de incentivo, grandes nomes da música paraense já tiveram projetos apoiados, como Manoel Cordeiro, Dona Onete, Pinduca, Felipe Cordeiro e Thaís Badú. O álbum ‘Caquiado’ será gravado entre agosto e setembro deste ano.

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