Prêmio Ruy Barata é o tema do Mangueirosamente, com o jornalista Tito Barata
Ismaelino Pinto entrevista Tito Barata sobre o legado do poeta e compositor Ruy Barata
O videocast Mangueirosamente, apresentado pelo jornalista Ismaelino Pinto, tem como foco personalidades da cultura paraense. No próximo episódio, que vai ao ar nesta sexta-feira, às 14h, no portal o Liberal.com, o entrevistado é o jornalista Tito Barata, filho do poeta e compositor Ruy Barata. Dentre outros assuntos, Tito tratou do Prêmio Ruy Barata, que será realizado nesta sexta-feira, a partir das 20h, no Teatro do Sesi, com entregas de estatuetas e um show com diversos artistas.
O objetivo do prêmio, de acordo com o jornalista, é reconhecer e homenagear personalidades que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento da cultura e da arte na região. A programação vai contar com participações especiais dos cantores Fafá de Belém, Elói Iglesias, Alba Mariah, Mahrco Monteiro, Andréa Pinheiro, Olivar Barreto, Juliana Sinimbú e Trio Warilow e, ainda, com os homenageados, Dona Onete, Pinduca e Arraial do Pavulagem.
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“As escolhas dos nomes homenageados foram feitas a partir da Associação de Arte Cultura e Memória Ruy Barata, que existe há 5 anos e vem, desde 2020, revendo a história do poeta”, explica Tito Barata. “Essa premiação é uma forma de celebrar as conquistas desses artistas e intelectuais e valorizar seu trabalho e legado”, acrescenta.
Para o jornalista e organizador do Prêmio Ruy Barata, a iniciativa é uma ação de recuperação da memória afetiva do compositor, poeta e intelectual e também da memória e contribuição artísticas dos artistas homenageados. “Da entrevista para o Mangueirosamente, para Ismaelino Pinto, eu destaco a explicação de que o Prêmio não tem como objetivo escolher pessoas ou grupos melhores ou piores de algum lugar, achamos que esse tipo de coisa é uma bobagem,e sim, nossa intenção é destacar pessoas que foram, são e continuarão sendo importantes para o Pará. Sejam pessoas que atuaram antes da geração do Ruy; o fomento aos jovens, principalmente dos anos 80, e depois as pessoas das gerações atuais. É um reconhecimento para as pessoas que amam este vasto continente, este país que se chama Pará”, declara.
Sobre Ruy Barata
Ruy Paranatinga Barata nasceu em Santarém, em 25 de junho de 1920, e morreu em São Paulo, em 23 de abril de 1990, quando pesquisava sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazônia. Homem de múltiplas atividades (advogado, cartorário, jornalista, poeta, professor e político), Ruy Barata exerceu intensa atividade política, elegendo-se deputado estadual pelo Partido Social Progressista (1947-1954, em duas legislaturas).
Como jornalista, até 1964 dirigiu o suplemento literário de 'A Província do Pará', além de ter sido titular da cadeira de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Artes (mais tarde incorporada à Universidade Federal do Pará). Em 1964, com o golpe militar, foi preso, demitido do cartório e aposentado compulsoriamente do magistério superior.
Saindo da prisão, passou a sobreviver como advogado. Com o advento da anistia, em 1979, voltou à atividade acadêmica, sendo readmitido na Universidade Federal do Pará. Publicou 'Anjo dos Abismos' e 'A Linha Imaginária' e 'Antilogia' (organizado e revisado por Ruy Barata em 1990, mas só publicado no ano de 2000). Com seu filho Paulo André Barata compôs em parceria um vasto número de canções que se tornaram referência em todo o Estado do Pará. Não se pode falar de música paraense sem que seu nome esteja presente.