Poetisa, escritora e pedagoga Nazaré de Mello lança livro ‘Mistérios e Fantasmas de Belém’
Obra de suspense traz lendas urbanas que perpetuam no imaginário coletivo
"Um passeio por Belém em 6 histórias de suspense". Essa pode ser a síntese do livro ‘Mistérios e Fantasmas de Belém”, da poetisa, escritora, folclorista e pedagoga, Nazaré de Mello, lançado em evento prestigiado pelo público, na noite desta quarta-feira (7/8), no Palacete Faciola, no bairro de Nazaré, na capital paraense.
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A obra de suspense traz seis lendas urbanas que perpetuam no imaginário coletivo, como a Fantasma do Cemitério da Soledade, o Palacete Bibi, (na avenida Governador José Malcher), a Missa do além e o Ponto de ônibus mal assombrado, entre outras narrativas transmitidas de pessoa para pessoa, e que inspiraram a autora a criar, a partir delas, personagens críveis inseridos nos contextos fantasmagóricos das criaturas míticas.
“Eu pesquisei sobre o tema por cinco anos e tudo foi baseado em pessoas. Antigamente, a gente ia para a biblioteca e ficava pesquisando, hoje em dia, são relatos, internet, pesquisa in loco, então isso foi somado para originar o livro inspirado nas lendas”, contou Nazaré Melo, que garantiu que não tem medo de fantasmas mas adora o tema.
Sustos e suspenses
Ela selecionou o que considera algumas das melhores lendas urbanas e as apresentou em clima envolvente. “Eu sou da escola ‘Agatha Christie’, (escritora inglesa famosa por romances policiais cheios de mistério), então tem aquele suspense psicológico, susto, aquela violência pequena, o mistério, o sobrenatural, aquilo que a gente não consegue compreender e que as pessoas dizem aconteceu sim”, detalhou, sobre o seu próprio estilo de escrita.
Presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), o engenheiro civil, Lutfala Bitar, foi uma das autoridades que prestigiou o lançamento do livro, nesta quarta-feira.
“Parabéns para a Nazaré, que é pintora, é membro da Academia Paraense de Letras. Nós, inclusive, estamos programando uma exposição dela na galeria de arte do CCBEU, no bairro de Batista de Campos. Eu já fiz todo o prefácio da exposição, que está com ela, estamos só esperando o CCBEU definir a data. Ela tem uma atuação excepcional tanto na Academia de Letras quanto na Associação Comercial do Pará (ACP), onde ela também atua”, afirmou.
A secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Igualdade Racial e Direitos Humanos, a historiadora Edilza Fontes, também elogiou a trajetória da autora. Ela e a autora também são confréries no Instituto Histórico e Geográfico do Pará. “Eu acho importante a gente reforçar esse movimento, todo movimento literário que exista na cidade”.
Cotidiano coletivo
"O livro da Nazaré fala dos contos folclóricos, urbanos, e isso também faz parte da nossa cultura. Todos nós já escutamos essas histórias e fizemos a nossa delas, então eles fazem parte desse cotidiano também, uma Belém, que a gente precisa ter sensibilidade para querer conhecer”, afirmou a historiadora Edilza Fontes.
A vice-cônsul de Portugal em Belém, Maria Fernanda Pinheiro, disse que “a leitura e os livros são fundamentais para quem gosta de ler e para quem não gosta também. E, para mim, os livros sempre foram importantes e me levaram pelo mundo antes de eu poder conhecê-lo, poder viajar. Para mim, este livro agora será querido porque já ouvi contar muitas histórias de Belém, de fantasmas, de mistérios, algumas engraçadas e estou curiosa para ler”.
Editor da Editora Paka-Tatu, responsável pela edição do livro, o professor Armando Alves Filho observou que o livro de Nazaré Mello segue uma escola inaugurada, em Belém, pelo escritor Walcyr Monteiro, que se destaca com livros de visagens e assombrações de Belém.
“É incrível o que nós já produzimos de livros nessa categoria de estilo literário de lendas urbanas. Muitos autores se voltam para o estudo das lendas urbanas. O interessante é perceber que cada um desses contos inusitados, além de serem renovados, a partir do próprio olhar do autor, mas não só dele, são renovados também sobre o que contaram para o autor. Por exemplo, a loura do cemitério que é a moça do táxi, várias pessoas já me contaram e contaram de forma diferente, com elementos novos, a partir do que a pessoa ouviu”.
Ana Maria Fonseca Faciola, que foi casada com um primo do senador e intendente Antônio Almeida Facíola, dono do casarão, mais conhecido como Palacete Faciola, parabenizou a amiga Nazaré Mello pelo lançamento da publicação e disse que estava emocionada por ver o Palacete à noite, pela primeira vez. “Eu ainda não tinha visto a Casa iluminada, como ela ficoulinhda”, afirmou Ana Maria, acompanhada da filha Simone Faciola Daibes.
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