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Poeta Antônio Moura conversa com o público no Café Literário

Tema será a relação entre poesia, história e sociedade nos dias atuais

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O poeta e tradutor paraense Antônio Moura tem encontro nesta quinta-feira, 7, com o público no projeto Café Literário da Casa no Fauno, em Belém, a partir das 19h30, com entrada franca. Ainda sob a motivação do lançamento de seu novo livro, “A Outra Voz” (Ed. Patuá, 2018, 118 pág.), o escritor vai falar sobre a expressão poética nos contextos da existência e da resistência – eixos de seu próprio trabalho literário.

Segundo Francinete Lima, coordenadora do projeto, Moura é o primeiro autor paraense vivo convidado para o Café Literário do Fauno. “Inclusive ele vai lançar, na ocasião, o poema-cartaz ‘Onipresença Onipotência’, em série numerada e autografada de apenas 50 exemplares, o que abrilhantará ainda mais o evento”, informa.

Ao todo, o escritor soma 11 livros publicados, oito deles no Brasil, três no exterior. Tradutor de poesia de língua francesa (Jean-Joseph Rabearivelo) e espanhola (César Vallejo), também tem sua própria obra vertida e disseminada além-mar, em traduções para o castelhano e o inglês.

Em artigos publicados recentemente na imprensa de Portugal, onde morou e goza de prestígio literário, Antônio Moura vem pincelando desde o ano passado os temas que vai abordar no Café Literário do Fauno, isto é, a relação entre poesia, história e sociedade.

Começará falando da necessidade da poesia, que não é, para ele, demanda material nem mercadológica, mas existencial e ontológica, portanto fonte de experiência. “A poesia é uma reafirmação do tempo, uma reafirmação da vida. Em um mundo em que as pessoas dizem que não têm tempo, portanto não têm vida, a poesia é uma forma de resistir a este estado zumbi, pois ler um poema é, ao contrário do que nos é imposto, um desprender-se no tempo, é ir além da sobrevivência, é uma vivência, é experimentar uma forma de existência em um tempo sem amarras”, anota o poeta, com efeito lírico.

Como instrumento de resistência, Antônio Moura observa que a palavra poética opera em dois planos. O primeiro, da linguagem; o segundo, da política. “Sim, a resistência da poesia começa no campo da linguagem, pois nela a palavra deixa de ser apenas uma ferramenta de comunicação ou proselitismo para adentrar num universo estético que envolve, além do conceitual, também o plástico e o sonoro. Tanto o telescópio quanto o microscópio da poesia estão voltados para a linguagem. E é justamente por não abrir mão deste principal alimento que a sustenta que a arte da poesia deve ser a mais difícil de ser cooptada pelo mercado, por sua recusa a prestar-se a fins utilitários, como o de apenas propagandear uma ideologia ou adequar-se superficialmente ao gosto do público”, enfatiza o escritor.                                   

Já no campo da política, Moura pensa que, “por sua própria natureza a poesia é uma forma de se contrapor à corrente anti-humanista, de se opor aos signos velozes de uma guerra híbrida que opera no sentido de entronizar regimes de ultradireita como no Brasil de agora, de onde se avista um horizonte de retrocessos, ataques aos direitos humanos e um massificante anti-intelectualismo por meio do qual a burrice torna-se mais convincente que qualquer argumento fundamentado. Então é preciso que a poesia brasileira esteja também agora na resistência, mesmo que de forma transversa – aliás, como sempre está – por meio da transgressão da linguagem padronizada ou até como uma arma involuntária de luta”.

Serviço:

Café Literário "Antônio Moura: poesia, existência, resistência”.
Local: Casa do Fauno - Rua Aristides Lobo, 1061, Reduto, Belém
Data e hora: 7 de fevereiro de 2019, quinta-feira, 19h30
Entrada: gratuita
Informações: (91) 99808-2322

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Cultura
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