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Pesquisadora paraense lança livro sobre juventudes e comunicação na cena urbana amazônica

O lançamento do livro vai ocorrer a partir das 15h no auditório do PPGCOM da UFPA

Amanda Martins

A professora e pesquisadora paraense Rosaly Brito lança hoje, 30, o livro Juventudes e Comunicação na Cena Urbana: Desigualdades, Intersubjetividades e Representações Midiáticas”, no auditório do Programa de Pós-graduação em Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCOM UFPA), na instituição, localizado no bairro do Guamá, em Belém. Durante o evento, que marca a abertura do segundo semestre do PPGCOM, haverá também um debate sobre o assunto mediado pela educadora e pesquisadora Rosane Steinbrenner. 

Uma das motivações usadas por Rosaly para escrever o livro, que veio da sua pesquisa de doutorado em Ciências Sociais/Antropologia, defendida nove anos atrás, foi a sua própria vivência como estudante de jornalismo na UFPA durante a ditadura civil-militar brasileira do pós-64. 

Ela, que sempre esteve rodeada de várias gerações de alunos ao longo da docência na UFPA, se sentiu instigada a querer entender o cotidiano dos jovens na época contemporânea. 

Rosaly quis entender, por meio de um diálogo entre comunicação e antropologia, como os jovens conseguiam assimilar suas dinâmicas sociais e conheciam a si próprios, contrapondo as representações midiáticas que eram divulgadas na época. Para isso, ela entrevistou 16 pessoas de 13 bairros da Região Metropolitana de Belém, entre eles estão: Terra Firme, Batista Campos, Pedreira, Marambaia, além do município de Marituba.

Segundo a professora, o livro não tem um recorte específico sobre a juventude, pois ela sempre quis escutá-los para compreender sobre realidades diferentes. “Eu fui abordando vários aspectos da vida, do cotidiano, sobre relações familiares, educação, trabalho, percepção política e a questão da violência urbana”, lembrou Rosaly em entrevista ao Grupo Liberal.

Desta forma, a autora conseguiu ter um painel sobre como estes se “enxergaram” e quais desigualdades marcaram suas vidas dentro de uma cidade como Belém. “Eu tinha uma percepção que haviam imagens estereotipadas das mídias, que de um lado, ajudavam a criminalizar a pobreza associada à questões racionais por conta das inúmeras chacinas, e de outro, havia a representação que todos pareciam alienados, que os jovens eram superficiais”, acrescentou a professora.

Para isso, Rosaly se debruçou em pesquisas e acompanhou revistas semanais e jornais. “Eu queria justamente colocar em contraste essas imagens trazidas pelas diferentes mídias que eram estereotipadas para o bem e para o mal”, afirmou.  

A tese original foi defendida em 2014, mas hoje, a obra ganha formato físico, porém, em versão reduzida e atualizada. O livro é publicado pela Pontes Editores, com apoio do Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap) da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (Capes). 

A professora diz se sentir honrada por poder compartilhar seu trabalho com um público mais amplo. “É uma alegria muito grande porque, de qualquer maneira, a minha tese já é muito acessada e está disponível na internet, e agora, esse livro chega para contribuir na discussão das temáticas das juventudes, que é uma temática bastante atual e necessária no país”, acrescentou.

 

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