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Outdoors se transformam em telas para obras de 27 artistas

Equipamentos até então usados para propaganda ganham nova utilização com o projeto M. A. P. A.

Vito Gemaque
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Objetos de propaganda nas cidades, os outdoors se transformaram em telas para amostrar as artes de 27 artistas em 27 capitais diferentes. Esse é o projeto M.A.P.A – Modos de Ação para Propagar Arte que chega nesta segunda-feira, 14, a Belém com a exposição da obra de Vitor Cesar, em outdoor localizado no cruzamento da Alameda Tamandaré com a Avenida 16 de Novembro.

A primeira edição do projeto com a mostra “No Calor da Hora” tem como objetivo levar arte para o espaço público e provocar reflexões, por meio da arte, acerca do caos político e social diante de uma pandemia que demonstrou a fragilidade do processo democrático brasileiro.

O artista Vitor Cesar desenvolve projetos gráficos de diferentes escalas que trazem reflexões acerca da reconfiguração da vida urbana. Ele realiza projetos colaborativos com artistas e instituições culturais, como o Basemóvel, cuja edição mais recente aconteceu na exposição “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas” (Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 2014). 

Os 27 artistas cujas poéticas derivam de múltiplos percursos - como artes visuais, cinema e literatura, entre outros - ocuparão 27 espaços de outdoors em todas as capitais do país, um por cidade. A ideia é que cada artista, a partir de sua própria prática poética, apresente um trabalho que problematize as questões urgentes do presente. Um dos fios condutores para o convite foi a diversidade tanto em termos de atuação quanto em termos de representatividade nas muitas regiões do país.

“Procuramos contemplar a pluralidade da arte contemporânea em produções que abordam, em grande parte, questões ligadas à temas fundamentais do presente.  Pensando que o espaço público é também, por excelência o local da diversidade, das divergências e do debate”, afirma a curadora do projeto Patricia Wagner.

A mostra será dividida em quatro ciclos, começando em seis cidades, exibidas em conjunto durante 15 dias, até completar o total de 27 cidades. Simultaneamente à exibição nos outdoors, as obras também serão incorporadas à plataforma virtual do projeto que pode ser acessado para mais informações (www.vivaprojects.org/mapa).

 

 

A ideia de se valer do espaço urbano como campo para reflexão ocorre por alguns motivos. O primeiro é a suspensão do acesso aos equipamentos culturais do país, a impossibilidade de manifestações coletivas em espaços públicos e a vontade de deixar a arte acessível a um público mais amplo. O caráter descentralizado da mostra visa fortalecer um programa de deslocamento entre os artistas e seus locais habituais de fala e exibição.

A lista de artistas participantes conta com André Komatsu, Aline Mota, Anna Costa e Silva, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, avaf, Dalton Paula, Gê Viana, João Pinheiro, Karim Ainouz, Leonora de Barros, Paulo Bruscky, Paulo Nazareth, Ricardo Basbaum, Romy Pocztaruk, Santídio Pereira, Sonia Gomes, Traplev, Thiago Honório, Vera Chaves Barcellos.

Paraense expõe em São Paulo

Um dos artistas que participará é o paraense Éder Oliveira, natural de Timboteua. Éder é um pintor que investiga a relação entre retrato e identidade, abordando principalmente o homem amazônico. Acostumado a trabalhar com diversos suportes, como óleo sobre tela, intervenções e site-specific, agora chega aos outdoors. Éder já expôs os seus trabalhos no Arte Pará, no Museu de Arte do Rio (2014); 31ª Bienal de São Paulo (2014); Museu Serralves, Portugal (2015); e Kunsthalle Lingen, na Alemanha (2016).

Entre bolsas e premiações, que o paraense conquistou estão o Prêmio Pipa - Voto Popular Exposição (2017), Lingener Kunstpreis 2016 (Alemanha), Rede Nacional Funarte Artes Visuais (2015), Prêmio Seiva Projetos Artísticos (Fundação Cultural do Pará, 2015),  Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais (2014).

Éder Oliveira possui trabalhos em acervo em diferentes instituições do Brasil e estrangeiro como Centro de Arte Dos de Mayo - Madrid, Fundação Clovis Salgado, Fundação Marcos Amaro, Itaú Cultural, Kunsthalle Lingen - Alemanha, Museu Casa das Onze Janelas, Museu de Arte de Belém e Museu de Arte do Rio.

Uma das idealizadoras e organizadoras Camilla Barella ressalta que o projeto foi planejado para fazer parte do cotidiano das pessoas. "Nossos projetos sempre foram pensados para inserir a arte no cotidiano, tornando possível que ela penetre a vida das pessoas de maneiras diferentes. Mas havia um desejo antigo de trabalhar em uma escala maior e mais plural, acessar diferentes públicos", assegura Camilla que é sócia da VIVA Projects ao lado de Cecília Tanure. "Muitas questões acerca das nossas responsabilidades civis são discutidas por meio da arte, mas muitas vezes em ambientes de acesso restrito, seja por questões geográficas, alcance intelectual ou poderio econômico”, finaliza ela.

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