Os 50 anos de 'Laranja Mecânica' são tema de live com bate-papo na terça-feira, 28
Clássico do cinema é tema de conversa entre os críticos Marco Antônio Moreira e Manoel Leite
Os 50 anos de “Laranja Mecânica”, clássico do cinema contemporâneo, será tema da live que o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) realizará na próxima terça-feira, 28. O crítico de cinema e coordenador do CEC, Marco Antônio Moreira, receberá o professor, psicanalista e roteirista Manoel Leite para o bate-papo. A transmissão ao vivo inicia às 20h30 pelo perfil da entidade no Instagram (@centrodeestudosdecinema).
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“Desde que foi lançado, em 1971, Laranja Mecânica provoca polêmica. O filme fala sobre a delinquência juvenil e em como a sociedade lida com ela. É um filme muito comentado no mundo inteiro até hoje. O roteiro fala sobre uma gangue que pratica assaltos e homicídio, traz o questionamento sobre como a sociedade cria esses personagens que encontram na violência o único meio de vida”, descreve Marco Antonio.
Na época em que foi lançado, Laranja Mecânica enfrentou uma forte reação da sociedade em várias partes do mundo. “Algumas sequências não foram compreendidas”, avalia o crítico paraense. O filme foi vetado em vários países, inclusive no Brasil, onde deveria estrear em 1972, mas só foi liberado pelo regime da ditadura militar sete anos depois.
O filme foi inspirado no romance homônimo, de Anthony Burgess, de 1962, e foi dirigido por Stanley Kubrick, mesmo cineasta de “2001, Uma Odisseia no Espaço” (1968), “Lolita” (1962), “Spartacus” (1960), “O Iluminado” (1980), “Nascido para Matar” (1987) e “De Olhos Bem Fechados” (1999), entre outros.
Laranja Mecânica é protagonizado pelo ator inglês Malcolm McDowell, que interpreta o personagem Alex, sociopata e líder de uma gangue, capaz de cometer várias atrocidades. “Ele está excelentes no filme. O personagem caiu perfeitamente nele. Ele foi fundamental para o Laranja Mecânica e ganhou projeção internacional com o longa”, destaca.
Atualmente, Malcolm está com 78 anos. Ele fez filmes como “Calígula” (1979), “Jornada nas Estrelas- Generations” (1994), “O Artista” (2011) e “Halloween” (2018), entre outros.
A trilha sonora é uma atração à parte. Laranja Mecânica mistura o erudito de Beethoven com a música moderna. “Além disso, é um belo filme, com linguagem visual muito forte, densa e inspiradora. Vários cineastas se influenciaram por Laranja Mecânica”, elogia o crítico.
“O filme provocou impacto na época em que foi lançado e ainda provoca em quem assiste pela primeira vez. Vale a pena ser visto e revisto”, recomenda Marco Antonio. “Laranja Mecânica fala sobre violência, sobre a obrigação do Estado em buscar soluções, inclusive, educacionais. O tempo passa e esse filme sempre é citado como referência. Ao completar 50 anos, infelizmente, ele se mantém atual pelos questionamentos que suscita”, acrescenta.
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