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Ondovato lança em Belém a autobiografia do facínora Chico Navalha nesta quinta (5)

Obra foi premiada no Edital de Obras Literárias e Não Ficção da Fundação Cultural do Pará

Eduardo Rocha
fonte

A trajetória de um pistoleiro de aluguel é o foco da narrativa do escritor Ondovato no livro "Todas as mortes de Chico Navalha: a autobiografia de um facínora" que ele lança nesta quinta-feira (5), na Adega Granvin, a partir das 20h. O livro é um romance de ficção mas elaborado a partir da realidade.

Sobre a opção de ter escolhido por uma autobiografia desse protagonista, Ondovato explica que começou a escrever a trama na época do caso envolvendo Lázaro Barbosa, acusado de ter morto várias pessoas e que foi perseguido pela Polícia por cerca de 20 dias. "E, então, uma história se entranha na outra. Vou escrever o Chico Navalha pegando um pouco dessa inspiração da situação do Lázaro Barbosa. E o Chico Navalha, no momento em que ele escreve a sua autobiografia, ele está em Bragança e faz esse trâmite mesmo, de fugir da Polícia, de se esconder no mato, numa casa, enfim. Essa é a história dele. Essa é a história dele", detalha o escritor.

Letrado

Ondovato destaca um aspecto curioso de Francisco dos Santos, o Chico Navalha: ele é um pistoleiro letrado. Aprendeu a ler ainda na adolescência, por mais que fosse um analfabeto funcional, isso no começo do Século XX. "Nasceu no início do século XX do ventre de uma prostituta adolescente, trabalhadora de um infame bordel numa das esquinas líquidas da grande floresta. Fruto de uma linhagem amaldiçoada, matou pela primeira vez aos vinte e poucos anos, e só então entendeu a sua sina. Mas Chico era diferente, aprendeu a ler e escrever à luz de lamparinas e velas, graças a sua amiga de infância, Djamila, também funcionária do mesmo prostíbulo".

Quando preso pela primeira vez, ficou em uma penitenciária que possuía uma pequena biblioteca. Então, Chico desenvolveu o hábito da leitura. Como ressalta Ondovato, Chico Navalha tem uma brincadeira que começa com o próprio autor do livro e é estendida ao longo do livro: Chico Navalha vai contando a própria história, mas em determinados momentos ele mistura a sua própria biografia com fatos com fatos literários, com algo que leu ao longo da vida. Então, há referências a esses livros em todos os capítulos. Todos os capítulos têm uma referência a um romance e alguns desses episódios são muito evidentes, são muito claros, e as pessoas vão sacar", pontua Ondovato.

"Ainda há Chicos Navalhas singrando, grassando pela Amazônia", destaca Ondovato. Esse personagem não é um bandido feroz e cruel da pior estirpe, mas tem suas peculiaridades. "E é um personagem que deriva da nossa realidade", observa o autor. Em breve, Ondovato lançará pela Alba Editora, o segundo romance policial intitulado "A Parecerista". 

Ele é autor dos livros "Eu adoro MPB", contos; "O Inominável", romance; "Como arruinar a sua vida em 12 ou 13 lições", romance;
"O Caos é dentro da gente", dramaturgias; e o "O maior Círio de todos os tempos", romance. 

Serviço:

Lançamento do livro "Todas as mortes de Chico Navalha: a autobiografia de um facínora", de Ondovato
05/09/2024
Na Adega Granvin, na avenida Comandante Brás de Aguiar 681, Ed. Fonseca, (obs.: entrada pela Quintino).
O valor de R$ 100,00 dá direito ao livro mais open bar de vinho ou cerveja. 

 

 


 

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