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Obras de And Santtos são inauguradas pela Universidade Federal do Pará

O autor do Odivelismo, o odivelense produziu quatro obras sobre ancestralidade indígena

O Liberal

Nesta sexta-feira (30), as obras artísticas Manto Tupinambá, Território Mairi e Céu Tupinambá serão inaugurada no prédio que abriga o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (PPGL/UFPA), a partir das 16h.

Os murais externos Manto Tupinambá e Território Mairi, estarão na Sala Verônica Tembé, no térreo, e o mural Jacei Tatá Tupinambá (Céu Tupinambá), no primeiro andar do PPGL. As obras foram pintadas, ao longo do primeiro semestre, pelo artista paraense And Santtos. 

autodidata, o artista nasceu no município de São Caetano de Odivelas, no Pará. Teve sua infância à beira do Mojuim, rio que banha sua cidade natal, onde passou maior parte de sua adolescência produzindo, abrindo letras em canoas e barcos. Mas iniciou seu interesse pela arte, quando começou a usar as trinchas, sprays, tintas e pincéis, em telas, painéis, fachadas de comércios, barcos de pesca, cenários e muros urbanos, identificando suas próprias técnicas e linguagem.

“É emocionante trazer este trabalho sobre algo que não falávamos muito há algum tempo, as nossas raízes, a nossa ancestralidade. E pra mim, quanto artista, fui contemplado em fazer esse Manto Tupinambá aqui no prédio do PPGL, através de uma pesquisa da professora Ivânia, e ela me colocou nesse universo, no qual eu ainda não tinha me auto reconhecido. Se a gente está hoje aqui, contemplando tudo isso, através de um coletivo, de uma somatória é porque nós reconhecemos realmente esse território como Mairi. E esse território é nosso, a preservação tem que partir daqui e não de fora, nós temos sim que fazer a nossa voz enquanto preservação, em todos os sentidos, ambiental, cultural, social, em todos os patamares”, afirma And Santtos.

Para a coordenadora do PPGL e do Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (GEDAI), Ivânia dos Santos Neves, é uma oportunidade de pluralizar ainda mais a universidade, que há bem pouco tempo, com o início da política de cotas, possibilitou a entrada de indígenas. “Aqui no PPGL a presença indígena é visibilizada de forma múltipla, tanto politica como esteticamente. Das nossas linhas de pesquisa às nossas paredes, temos compromisso com os povos indígenas da Amazônia. Para nós, é uma felicidade trazer a ancestralidade indígena, por meio da arte, no espaço da Universidade, onde há pouco tempo não se falava sobre práticas culturais e saberes dos povos originários. No PPGL só em 2020 estabelecemos as cotas, a presença das nossas doutorandas indígenas, Márcia Kambeba e Jucicleide Pereira (Whapichana), nos abre a oportunidade para pensar sobre a presença dos saberes indígenas dentro da nossa universidade”, avalia.

 

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