O sangue artístico é de família: Fafá de Belém e a neta ganham destaque em novos projetos

A família de Fafá de Belém desembarcou no Pará para curtir as festas de fim de ano. O local escolhido é Salinas, no nordeste paraense. Além da cantora, estão em terras paraenses, a filha Mari Belém, e as netas Júlia e Laura Saab.

As celebrações para este período da família vêm cheias de agradecimentos. Fafá de Belém comemora o sucesso dos seus projetos, incluindo o espetáculo “Fafá – A filha do Brasil”.  Laura, de 12 anos, já é oficialmente uma artista. Em 2023, ela apresentou três espetáculos e agora faz parte de um projeto audiovisual com Manu Gavassi, lançado há uma semana.

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Fafá de Belém desde 2020 tem gerência na sua carreira e ao longo dos últimos anos ela desempenha diversos papéis artísticos para além do palco. Ela lembra que após ser descoberta em um luau familiar, foi preparada durante dois anos para lidar com a vida de uma artista.

“Quem me preparou para o palco foi Geraldo Sales e o Grupo Experiência, a base da do meu trabalho é o teatro. Quando eu entro, começo a cantar, sempre muito curiosa e quis saber como é que as coisas se aconteciam. Desde 2000, tenho a gestão da minha carreira, quando monto a Caiapó e divido com parceiros queridos. Ano passado passei um tempo morando em Portugal, olhando minha vida de fora e consegui desenhar espaços e me abster do excessivo envolvimento em tudo. Afinal de contas estou com 67 anos, mas o último pitaco sempre é meu (risos). A gente desenha projetos e a gente fala muito. A gente deseja com muita antecedência e deixa as pautas mais ou menos separadas. Muita coisa vai ser feita esse ano, então me aguarde o ano que vem, porque o Fórum vai aumentar, a discussão sobre a Amazônia aumentar, a Varanda de Nazaré vai ficar mais robusta e com esse novo show muita estrada. Eu já gosto disso”, pontua a artista.

O show citado por Fafá é “Fafá – A filha do Brasil”, nele a paraense tem uma atuação elogiada pela crítica. O projeto, compartilhado nas redes sociais da cantora, já passou por algumas capitais do país. Fafá antecipa uma novidade: “Pretendo levar esse show à Belém em abril ou maio, para que não tenha muita espera, senão eu fico agoniada. Estou louca para levar esse espetáculo! Hoje nós vivemos num outro mundo. Quando eu comecei minha a bilheteria pagava o espetáculo, hoje os custos são outros, a vida é outros, as passagens aéreas são uma loucura. Nós estamos montando um projeto para que a gente possa chegar em Belém e vir descendo o Brasil. Eu quero estrear esse show no Theatro da Paz. Nós fazemos agora o Vivo Rio no dia 02 de fevereiro, aí depois tem a escola de samba, que eu sou tema, eu e todos nós Amazônicos, nós estaremos na Avenida de São Paulo. Depois faço o mesmo espetáculo de Carnaval e aí eu tiro férias, mas antes disso, dia 12 de janeiro, faço o aniversário de Belém, com uma peça de Dom Helder Câmara. É muita coisa, já fazendo a prévia dos meus 50 anos de carreira”.

Hoje, Fafá de Belém consegue ser a Fafá do Brasil, passeando por diversos setores artísticos e performando em diversas áreas. Em 2024, ela comemora mais uma marca na sua carreira. “É muito importante para mim, que a gente esteja e faça parte do Brasil. Quando eu cheguei há 50 anos, Belém não estava na moda como está hoje, não estava no holofote. Todo mundo achava que eu era da Bahia, porque todo mundo vinha de lá. Junto com Paulo André e o Rui Barata a gente foi marcando esse cerco, com a presença do Roberto Santana, que foi o primeiro empresário e uma pessoa fundamental na carreira. Chegar aos 49 anos de carreira com ‘Fafá – A filha do Brasil’ para mim tem uma vital importância principalmente agora com a Amazônia, com o Pará, são vistos como parte desse Brasil que é muito sudestino. É como se o Brasil acontecesse da Bahia para baixo, centralizado no Rio e São Paulo. Não. Como dizia Mário de Andrade, quando escreveu a Becherret, antes da Semana de 22, o brasileiro está aqui. Ele escreveu isso em uma fotografia que ele mandou na praia do Ariramba no Mosqueiro. Então cada vez mais, ‘A filha do Brasil’ é deste Brasil, que a quilombola, que é indígena, que é extrativista, que é caboclo, que é ribeirinho, que somos nós. Fico muito feliz de poder abraçar compositores do Brasil todo, mas tenho os pés fincados no Pará”, finaliza a artista.

HERANÇA

Se o público pode ver Fafá de Belém em suas diversas facetas, chegou a hora de acompanhar um outro talento da família. Laura Saab tem dedicado alguns anos à carreira artística. Sempre com a supervisão de Mari Belém, que compartilha todos os projetos da filha no seu perfil no Instagram.

A audição para o projeto com Manu Gavassi foi realizada de forma online com envio de material, quem organizou tudo foram os pais de Laura, sem que ela soubesse. Quando ela soube da notícia já foi com a novidade de que tinha sido escolhida para fazer o papel da Manu Gavassi quando criança.

“Quando eles falaram que que já estava no casting fiquei tão feliz porque a Manu Gavassi sempre foi uma ídola, eu gosto muito dela, admiro muito desde sempre. Profissionalmente, trabalhando, foi uma experiência muito legal e achei incrível assim, foi uma conquista muito especial para mim. A gente só teve um ensaio antes da gravação, foi no estúdio, a coreógrafa passou a coreografia, a Manu e a assistente de direção avaliaram, aprovaram e aí a gente foi gravar”, relembra.

Laura faz parte do audiovisual “Sexo, Poder e Arte”, que já tem mais de 500 mil visualizações. No projeto ela contracena diretamente com Manu Gavassi, como ela antecipou. “Eu lembro que a gravação foi numa sexta-feira, eu acordei bem cedinho. Chegando no estúdio, tinha um cafezinho e logo eu fui me arrumar porque eu nunca tinha trabalhado com câmera, foi a primeira vez com gravação. Foi uma experiência muito legal. A Manu é muito gente boa e talentosa, tipo, ela é incrível, ela é muito carinhosa. Ela é uma inspiração mesmo”, relembra.

Na ocasião, ela estava ensaiando músicas simultaneamente. “O que me impressionou durante todos esses momentos, é o foco e determinação que ela tinha. Ela tem isso de uma forma muito impressionantes”, pontua a mãe Mari Belém.