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O ritmo acelerado dos artistas mirins

Ao começarem cada vez mais cedo, pequenos artistas aprendem a lidar com a rotina de ensaios, as disputas e os desafios do mundo dos palcos

Enize Vidigal
fonte

Quando o talento chega antes da maturidade, o fazer artístico passa a competir com a escola, o prazer proporcionado pela arte vem disputar espaço com a brincadeira, a fama começa a influenciar as relações… Afinal, como é ser artista desde a infância? Quem pode falar bem sobre esse universo é a pequena Valentina Faria, de Belém, que começou a estudar teatro aos cinco anos de idade. Hoje, aos 10, ela acaba de protagonizar o musical “Encanto”, inspirado no filme da Disney. A artista precoce vem despontando na cena teatral de Belém, onde já atuou em outros espetáculos está ensaiando a peça “Abracadabra” e também para o musical “Príncipe do Nilo”, que estreiam nos próximos meses de agosto e setembro, na capital paraense.

 

 

“Eu adoro ensaiar, fazer preparação vocal, fazer cursos”, revela a criança que optou por ser cantora e atriz, cabendo aos pais acompanhar o ritmo acelerado de Valentina. A pequena artista recorda com entusiasmo que aproveitou a pandemia para fazer vários cursos de música, dança, teatro e dublagem, inclusive, na Fundação Curro Velho, e cursos à distância com renomados preparadores do Rio de Janeiro. 

A mãe, Vanessa Faria, deu até uma pausa na própria atividade laboral para acompanhar as movimentada vida artística de Valentina, que não têm pausa nem nas férias de julho. “É um aprendizado diário entre os limites porque ela é uma criança. A regra aqui em casa é manter as notas da escola para continuar no teatro. Assim a gente consegue com que ela também se dedique à escola e não só sonhe
com a vida de artista famosa”, conta. Uma das preocupações de Vanessa é com a segurança da filha. “Quando abrimos o perfil profissional dela nas redes sociais tivemos que excluir uma fanpage que recebia cerca de 20 mensagens de pedófilos por dia”, recorda. 

image Renan Andrade (Marivaldo Pascoal)

O jovem cantor Renan Andrade, de 16 anos, um dos paraenses que concorreu no The Voice Kids em 2019, quando estava com 13 anos, segurou a pressão da fama quando o reality foi ao ar, na Globo. “Eu estava em adaptação numa nova escola. Acabaram me conhecendo por causa do programa. Eu ficava tímido em sala. A gente tinha gravado o The Voice três meses antes. Depois do programa, virei estrela na escola e até hoje ainda me chamam de ‘menino do The Voice’”, conta. Na época, ele já sentia a transição na voz: “Esse era um dos
meus maiores medos, porque nesse período a voz começa a falhar, as pessoas brincam que a voz varia entre fina e grossa, até agora ainda sinto, mas bem menos”.

Renan canta desde os 9 anos por incentivo do pai, Rubão Andrade, que também é cantor. Logo depois do reality, ele lançou o primeiro álbum de músicas inéditas com participações especiais de Lia Sophia, Mel Chaves, Bruna Magalhães e LucinNha Bastos. Agora, ele grava o novo disco com dez músicas, sendo oito autorais. “Comecei a compor na pandemia. O álbum vai ter reggae, zouk, pagode… agora me encontrei no forró, no piseiro e no sertanejo, tô mais focado nisso”. Renan chegou a entrar para uma banda, mas voltou à carreira solo. Nos próximos dias, ele vai lançar o videoclipe do brega calypso “Cai Fora”.

image A jovem artista visual Endy Pacheco (Divulgação)

Já a artista plástica Endy Pacheco fez a primeira exposição individual em Belém aos 10 anos de idade. Hoje, com 14 anos, ela prepara uma nova série de desenhos de paisagens de Belém para uma nova mostra. “Sempre gostei de desenhar. Foi a minha mãe que me ensinou”, conta a adolescente. “A arte me ajudou muito quando precisei porque conseguia me expressar com ela”, revela a moça, que sonha em ser professora de arte. 

Endy mantém uma rotina diária de desenhos, inclusive, atende encomendas, e vem se especializando em aquarela e desenhos em papel e lápis, especialmente o realismo. “Gosto de desenhar pessoas, cenários, cidades. É bom pra treinar e aprimorar os meus traços, a minha mãe que me ensinou a desenhar e o meu pai sempre me apoiou muito”.

“A Endy sempre quis pintar. Eu sempre deixei as paredes e tudo na casa para elas pintarem do jeito que quisessem”, recorda o pai dela, o cenógrafo Kiko Pacheco. A mãe, Chrystiany Souza Reis, é artista plástica. “A mãe orientou a desenvolver os traços corretos e, hoje, ela já tem o próprio estilo. Ela compra as coisas dela, livros e materiais de desenho com o lucro do trabalho dela”.

O dramaturgo e diretor de teatro Tiago de Pinho, que dirigiu “Encanto”, fala do desafio de preparar 48 crianças em cena. “O público infantil
geralmente vem com muita vontade de fazer teatro, chega vislumbrando palco, série e filme. A gente ensina a técnica, o estudo e a disciplina, não é só diversão. As crianças assimilam rápido as coisas e, apesar da gente se divertir, elas entendem que têm que trabalhar sério”.

O professor de música Diego Xavier, que também ensina muitas crianças, afirma que, quem toca algum instrumento “aprende a explorar os campos visuais e táteis através do universo sonoro e musical, e isso faz com que amplie a sua percepção de mundo, o seu repertório,
além de poder trabalhar a auto estima, coordenação motora e a criatividade”.

 

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