O papel dos museus na Educação em debate na formação do Arte Pará 2019

O quarto dos oito encontros previstos pelo projeto educativo de pré-abertura da 38ª edição do Arte Pará - que envolve palestras de diversos profissionais e visa selecionar mediadores universitários para a mostra - será realizado neste sábado, 14, no auditório da TV Liberal, em Belém. Sob o tema "A relação entre escola e espaço expositivo: criando uma interação entre o acervo da exposição e espectadores", a programação é comandada pelo especialista em educação Carlos Saldanha. Desta vez, o encontro debate a importância da educação que vai além das salas de aula para a formação cultural dos estudantes. A programação não é aberta ao público. 

Formado no curso de Pedagogia com mestrado em Educação, Carlos Saldanha é especialista em educação na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Ele explica que o encontro vai abordar a importância da educação não formal articulada com as escolas convencionais. "Vamos falar sobre como a educação em museus contribui para a formação cultural dos estudante e de que forma pode colaborar com o trabalho pedagógico escolar", pontua.

O profissional detalha ainda as diferenças entre a educação informal e a formal, ligada a instituições. "A formal é sistemática e sistematizadora, com currículo definido, proposta de avaliação, certificação e etc... A não formal, embora sistemática, não é sistematizadora, em função de não pertencer a um sistema de ensino", exemplifica Saldanha.

Para ele, é claro como os museus são essenciais para a educação de diversas formas. "Em linhas gerais, contribui na medida em que transborda os conteúdos escolares e possibilita ao estudante ampliar sua aprendizagem, uma vez que o contato com outras culturas e formas de manifestação cultural pode ampliar a visão deles sobre o mundo e sobre sua condição sociocultural", resume o especialista.

Por conta disso, exposições e salões como o Arte Pará são importantes por facilitar o acesso ao conhecimento. "Além de democratizar o acesso aos museus, às exposições e - o principal - ao conhecimento intrínseco às experiências e às obras, contribui para ampliar as práticas extracurriculares, aproximando as escolas desses espaços, além de contribuir consubstancialmente na formação cultural desses atores", ressalta.

"Um ponto de atenção é que projetos como esse não podem ser estanques, precisam ocorrer desdobramentos na escola, se não se perde uma potência. A política cultural precisa estar articulada às políticas educacionais, para de fato termos cidadãos mais críticos e conscientes dos seus papéis na sociedade de forma proativa e propositiva", acrescenta.

Os próximos encontros ocorrerão nos dias 21 e 28 de setembro, com Martha Lemos e Gil Vieira, respectivamente, e nos dias 4 e 5 de outubro, com Orlando Masnechy e Nina Matos e Vânia Leal.

Assim como no ano passado, o Arte Pará ocupa dois espaços da capital paraense: o Museu do Estado do Pará (MEP) e o Museu da UFPA. No MEP, a direção curatorial é de Orlando Maneschy, que resultou em uma mostra desenvolvida a partir do conceito “Visibilidade Amazônica: malhas afetivas”. Já o Museu da UFPA tem direção curatorial de Nina Matos, sob o tema “As amazonas do Pará”.

Agende-se:
Arte Pará 2019
De 10 de outubro a 22 de dezembro
Locais: Museu do Estado do Pará (MEP) e Museu da Universidade Federal (MUFPA)
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra
Apoio: MEP, MUFPA, Sol, O Liberal na Escola e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel).