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Compositor Vital Lima lança o single “Vigia só” nesta sexta-feira, 29, de olho no falar paraense

O compositor divulga a canção inédita após quase dez anos do último álbum, “O que não tem fim”, de 2014

Abílio Dantas
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Pelos cálculos do cantor e compositor paraense Vital Lima, em 2023 ele completa 49 anos de carreira. O marco inicial é o ano de 1974, quando sua canção “Por Tua Causa nº 2”, interpretada por Fafá de Belém, ficou em segundo lugar no Festival de Música e Poesia Universitária da Universidade Federal do Pará (UFPA). Após quase 50 anos, a criatividade de Vital segue ativa, no presente, e no single “Vigia Só” traz o carimbó e o falar do povo do Pará como inspirações. Nesta sexta-feira, 29, a música inédita estará disponível para audição em todas as plataformas digitais.

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“No início do ano eu peguei o violão, comecei a fazer o ritmo do carimbó e a melodia foi saindo. Eu gostei e fiquei imaginando o que poderia servir de tema para a letra”, recorda. A ideia para os versos surgiu da leitura do romance “Chove no Campos de Cachoeira”, do escritor Dalcídio Jurandir. Vital se deparou com a expressão “vigia só”, que segundo ele significa algo como “espia só”, “olha só isso”, “presta atenção”, ou ainda: “pode uma coisa dessa? ”. “Aí fiz um mix disso tudo quando me toquei que no carimbó o rapaz fica rodeando a moça, mas não dançam colados, digamos assim. Imaginei um rapaz apaixonado, olhando para a sua parceira na dança e pensando assim, “Vigia só, que eu não posso te abraçar”. É uma letra pequenina, mas que tenta resumir isso tudo”, explica o artista.

Vital destaca também a influência de sua amizade com a cantora carioca Marisa Gata Mansa, falecida em 2003, que era casada com o também paraense Ruy Pereira, sobrinho de Dalcídio Jurandir. “Ela gostava de brincar comigo e com o Ruy, quando eu comentava que não tínhamos um sotaque que chamasse a atenção, dizendo que paraenses substituíam o ‘nh’ da palavra ‘manhã’ pelo ditongo ‘ia’ resultando em algo como ‘maniã’. Eu não percebo muito isso, mas lembrei dessa história para começar a letra”, afirma.

Para a criação do arranjo e também para gravar a canção, Vital contou com músicos que são seus parceiros de muito tempo. Manoel Cordeiro gravou as guitarras, Márcio Jardim foi responsável pela percussão e David Ganc executou as flautas. “Posso dizer que o Manoel coordenou um bocado, mas o arranjo foi coletivo. As flautas vieram depois e foram um presente do David Ganc, que tocou na Barca do Sol e é um músico e arranjador reconhecido internacionalmente hoje em dia. Ele tem um estúdio na casa dele em Ipanema e eu fui fazer a voz lá. Um dia eu cheguei e ele me surpreendeu com as flautas. Eu amei. Então, mais uma razão para dizer que o arranjo foi coletivo”, destaca.

Sobre a escolha de lançar a canção em formato de single, e não como parte de um conjunto de faixas, Vital explica que há duas razões: a conexão com o que vem sendo feito no mercado atual da música e o desejo de não esperar mais muito tempo para divulgar um novo trabalho. O último lançado pelo compositor foi o álbum “O que não tem fim”, de 2014. “A ideia é procurar entender a forma de trabalhar hoje em dia. A chegada da internet e, mais recentemente, das plataformas digitais, mudou tudo. A tendência de hoje é o ‘single’; você vai fazendo, disponibilizando e quando já tem umas cinco ou seis faixas, junta-as em um álbum, o EP de hoje em dia. Para mim é bom porque a gente não sabe por quanto tempo fica nessa experiência de mundo. Lançar um álbum a cada 10 anos, como vinha acontecendo comigo, vai ficando arriscado”, diz o artista, com bom humor.

O mês de outubro, que se aproxima, é especial para a carreira de Vital. Entre as suas canções famosas, “Círios”, em parceria com Marco Farias, que antes assinava Marco Aurélio, figura entre as músicas compostas em alusão ao Círio de Nazaré que possuem o maior número de gravações. Neste ano, os cantores Bia Dourado e Renan Andrade divulgaram uma gravação em duo, e a cantora Sandra Duailibe lança também nesta sexta-feira, 29, uma versão em videoclipe, com participação do próprio Vital.

Conheça a interpretação de Jeff Moraes para "Círios"

“A canção foi feita sob encomenda para o meu parceiro, cantor e produtor, por quem eu tenho o maior respeito, o Marco André. Comentei com o Marco Farias sobre esse pedido do Marco André e um dia ele foi lá em casa e fizemos toda a parte melódica. A melodia do refrão, que é muito envolvente, foi criada por ele. Faltava a letra e, em uma noite que eu estava mais sensível me veio na cabeça essa imagem de um pai que está levando o filho para ver o Círio pela primeira vez. Olha, isso me emociona até hoje e naquele dia as lágrimas caíam e a letra foi saindo e é como se eu não tivesse nenhum controle sobre o que estava acontecendo”, revela.

Conheça a interpretação de Renan Andrade e Bia Dourado para "Círios"

Serviço:

Vital Lima lança single “Vigia Só”

Data: 29 de setembro (sexta-feira)

Plataformas digitais: Spotify, Deezer, Amazon Music, Apple Music, YouTube Music.

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