Exposição 'Aqui Tá Fazendo Calor' expressa nuances da Amazônia; saiba onde e quando ver

Mostra reúne 16 trabalhos do acervo de 14 artistas visuais sobre temário da SBPC, na Galeria Theodoro Braga, da FCP, a partir desta sexta (5)

Eduardo Rocha
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Como a ciência deve ter foco em um futuro sustentável e inclusivo, a partir da proposta da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém, a partir deste domingo (7), a arte produzida na Amazônia merece mostrar sua diversidade a partir desse próprio tema. Nesta sexta-feira (5), às 19h, na Galeria Theodoro Braga, da Fundação Cultural do Pará (FCP), será aberta a exposição "Aqui Tá Fazendo Calor", reunindo 16 obras de 14 artistas paraenses. Essa mostra envolve trabalhos da Coleção Amazoniana de Arte da Universidade Federal do Pará (UFPA), parceira da Galeira de Arte da UFPA, e Acervo em Movimento da Galeria Theodoro Braga/FCP.

Os artistas expositores são: Alexandre Sequeira, Éder Oliveira, Elaine Arruda, Emmanuel Nassar, Guy Veloso, Keyla sobral, Lúcia gomes, Marise Maués, Mauro Joaquim, Maria José Batista, Margalho, Mestre Nato, Rafael Bqueer e Rafael Mateus Moreira. 

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Território

Como explica o professor da UFPA, Orlando Maneschy, curador da exposição ao lado de Pablo Mufarrej, artista e gestor da FCP, o título da mostra sai da letra de Chico Buarque de Hollanda na canção "Bye-bye Brasil". "Para mim, fala muito desse país que habitamos, denso, profundo, quente e vem ao encontro do tema do encontro da SBPC que tem pré-abertura na exposição e que traz para a UFPA temas extremamente caros e atuais, como sustentabilidade, inclusão, pensando um novo contrato com a natureza que é o que precisamos", enfatiza Maneschy. 

A mostra pretende ser um território de debates e reflexão a partir das obras, do que cada artista discute em seus processos e linguagens, como diz Maneschy. "São obras provenientes dos dois acervos que dialogam também dessa forma, com obras de um mesmo autor, como é o caso de Lúcia Gomes, que tem uma fotografia proveniente da Amazoniana e um objeto (girândola de miriti) do Acervo em Movimento da Galeria Theodoro Braga, e Keyla Sobral com uma fotografia da Theodoro Braga e um led luminoso da Amazoniana com a frase homônima ao título da exposição: Aqui Tá Fazendo Calor!", antecipa o curador.

Ambientes

Os trabalhos distribuem-se em diversas linguagens e em períodos variados que aproximam uma multiplicidade de temas sobre questões de identidade, problemas ambientais, socioculturais e políticas.

Das matrizes da cultura popular presentes no âmbito dos debates sobre a visualidade amazônica, como vistas nas obras de Emmanuel Nassar e de Margalho, às relações ecopolíticas visibilizadas nas performances em vídeo de Marise Maués, de Rafael Mateus Moreira e de Rafael Bqueer, há uma gama de assuntos em que o papel do sujeito em relação ao meio ambiente se fazem presentes, bem como uma dose de ficção e alteridade como na pintura de Mauro Joaquim, que atravessa paisagens amazônidas e aciona relações simbólicas.

image A diversidade em todos os seus expoentes pode ser acessada pelo público em 'Aqui Tá Fazendo Calor', em Belém (Foto: Divulgação / Detalhe de vídeo por Rafael Mateus Moreira na exposição)

Fotografias de Guy Veloso e Alexandre Sequeira conduzem o espectador a experiências distintas na esfera da cultura. Há também a delicadeza das obras de Maria José Batista ao elaborar seu quadro com finas tiras sobrepostas de TNT em um discurso ambiental sobre a Cova das Onças. Mestre Nato, ao bordar um estandarte, remete o público a matrizes ancestrais com sua interpretação da Lenda do Guaraná. Ainda vinculada às questões orgânicas dos modos de fazer e viver ribeirinho, Elaine Arruda, com sua potente gravura, conclama todos à ideia de figuração de natureza selvagem.

Em uma perspectiva crítica, Lúcia Gomes reverbera a festa popular da Marujada e do próprio Círio de Nazaré, com a obra "Pelo Julgamento de Golpistas e Torturadores da Ditadura", em que performatiza para a imagem com o traje típico de maruja, feito todo na cor preta, como também com o objeto da girândola de brinquedos de miriti, originalmente colorida, agora totalmente enegrecidos em uma crítica às múltiplas violências. Há uma crítica contundente presente no movimento que as obras propõem, como é visto no retrato do gatilheiro Quintino, de Éder Oliveira, que traz o “Hobin Hood” do Pará em um retrato em óleo com toda a importância e altivez que esta figura histórica para o debate sobre os conflitos de terra merece. A mostra pode ser visitada até 6 de setembro.

image Girândola de brinquedos de miriti (de Lúcia Gomes), tudo nas sombras para protestar contra as múltiplas violências na região (Foto: Divulgação)

Serviço

'Aqui Tá Fazendo Calor - diálogos entre acervos -'
[Amazoniana / GAU - UFPA e Galeria Theodoro Braga / FCP]
Vernissage: 5 de julho de 2024, 19h.
Período: 5 de julho a 6 de setembro de 2024.
Local: Galeria Theodoro Braga / FCP.
Av. Gentil Bittencourt, 650
Realização: ICA/GAU/UFPA, GTB/FCP e SBPC

 

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