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Novo disco de Dona Onete, ‘Bagaceira’, chega no dia de seu aniversário de 85 anos nas plataformas

O novo álbum de Dona Onete terá carimbó, lambada, brega e guitarrada, ‘todos se misturam’, garantiu a artista

Amanda Martins

A cantora paraense Dona Onete comemora seu aniversário de 85 anos presenteando os fãs com um novo disco. Intitulado "Bagaceira", o quarto álbum da artista celebra a vida da artista e também a riqueza e a diversidade cultural do estado. O novo trabalho da Rainha do Carimbó Chamegado, composto por dez faixas, chega às plataformas digitais na próxima terça-feira (18/06), data de nascimento da cantora.

O espírito festivo é a essência do álbum, segundo a cantora. Dona Onete explicou que o termo “bagaceira” se refere à festa após a festa, comum no interior do Pará, onde as pessoas continuam dançando, comendo e bebendo até o amanhecer, e muitas vezes prologam a celebração nos barcos no Mercado do Ver-o-Peso, um dos mais tradicionais pontos turísticos da capital paraense. 

"Toca brega, toca lambada, toca carimbó, toca guitarrada e pronto. E a Garça pelo meio, o Urubu também, todos se misturam.  É uma mistura de Ver-o-Peso com Feira do Açaí", adiantou Dona Onete sobre o público pode esperar do disco.

Cada faixa de "Bagaceira" explora diferentes ritmos nortistas, refletindo a diversidade musical da região. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, ela revelou que a seleção das canções do novo álbum foi uma mistura de composições antigas e recentes.

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“Algumas já estavam feitas há muito tempo. Às vezes, cada uma guarda uma historinha porque foi guardada para depois, e tem outras que foram feitas há pouco tempo conforme os acontecimentos”, explicou a artista. 

Do novo disco, a primeira música que Dona Onete compôs é "Quem é essa mulher", em ritmo de bolero. “Eu navego em vários ritmos. Eu era cantora de seresta aqui [em Belém], depois eu fui compondo, eu cantava música da Roberta Miranda, de Angela Maria, na Seresta”, relembrou a artista.

O álbum também inclui músicas como "Curió Cantador" e "Festa no Ver-O-Peso", que destacam a atmosfera festiva do carimbó. A artista revelou que sempre teve em mente criar um disco que pudesse ser desfrutado em festas de interior, festas de aparelhagem e à beira do rio, conectando-se profundamente com seu público e suas raízes culturais, com músicas como "Lunlambumbarimbó", que tem participação de Félix Robatto.

Neste trabalho, Dona Onete assumiu a direção artística e esteve envolvida em todas as etapas da produção, desde a escolha das músicas até o design do figurino para a capa do disco, assinada por ela mesma.

"Eu já tinha várias músicas e eles escolhiam aquelas que diziam que iam ser sucesso. Mas nesse novo, eles que vinham me perguntar o que ia acontecer. Eu gravei no cotidiano de Belém, é mais novo, não tenho mais tanta coisa do interior", comentou, destacando a inclusão de ritmos locais como a guitarrada.

A arte da capa do disco, criada pela artista plástica paraense Maitê Zara, foi inspirada em uma fotografia de Renato Reis, especialmente escolhida por Dona Onete. O figurino presente na capa incorpora elementos da arte marajoara e outras referências culturais paraenses, refletindo a essência da cantora.

Nascimento da compositora

Dona Onete explicou que sua trajetória como compositora começou em Belém, apesar de já ter já alguns anos a carteira da Ordem dos Músicos em São Paulo. Inicialmente, conhecida como professora Onete, sua “virada de chave” ocorreu após ser descoberta pelo Coletivo Rádio Cipó enquanto cantava no Grupo de carimbó Sancari.

"Eu fui me transformando, cantando para eles fechando o show, eu e Laurentino, aí que eu fui ser considerada compositora", relembrou a artista.

Dona Onete revelou que está entusiasmada com a recepção de suas músicas, que têm sido utilizadas como material educativo em salas de aula. "Muitos professores estão usando as minhas músicas como texto na sala de aula. Eu fiquei preocupada, mas depois fui observar que eu falo mesmo", diz ela, com orgulho.

Para o futuro, a artista planeja continuar compondo e se apresentando, conforme sua saúde permitir. "Tem tanta música solta, eu acho que ainda tenho 30 músicas. Na Varanda de Nazaré me pediram [uma música], eu já comecei. Eu espero que ela seja divulgada. Se eu tiver bem da minha voz e andar na cadeira de rodas, eu vou continuar, sim. Senão, eu vou continuar em Belém. Eu quero que todo mundo brilhe no céu da Amazônia", afirmou.

 

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