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Músicos revelam a arte de quem não vive sem música

Polo de formação de músicos em Belém, o Instituto Estadual Carlos Gomes celebrará 130 anos em 2025

Eduardo Rocha

Em 2025, o Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG), referência na formação de músicos no estado do Pará, completará 130 anos de funcionamento. Foi fundado em 24 de fevereiro de 1895. Para marcar a data, a direção do Instituto elabora uma programação de eventos à altura do fato. E não é para menos. Se os músicos são pessoas movidas à música, a sociedade também não consegue abrir mão de quem toca um instrumento, compõe e faz arranjos, entre outras atividades relacionadas a esse tipo de arte. Essa relação com a música é algo que somente cresce na vida do músico e dos povos.

Tanto que Camila Alves, 37 anos, moradora do bairro da Pedreira, em Belém, acaba de concluir o curso de Bacharelado em Composição e Arranjo no IECG. Camila já tem feito algumas coisas nesse sentido, como direção e produção musical. “Por isso é que eu procurei o curso, inclusive, isso é um perfil desse curso de composição e arranjo, tem muita gente que já atua no mercado e procura pelo curso para ter a titulação, para se especializar, compreender melhor as atividades que já faz”, diz.

image Robenare e Camila: a música fala mais alto ao coração (Foto: O LIberal)

Camila conta que é procurada para fazer arranjos, adaptações. Em 2023, ela fez muitos trabalhos para apresentação de orquestra e cantores, por exemplo. “As encomendas de arranjos são mais comuns que as de composição”, ressalta. Ela tem no violão o instrumento musical da vida toda. “Eu comecei aqui no Carlos Gomes em 1999 e ao final do Preparatório a gente escolhe os instrumentos. Eu fiz a prova de aptidão e passei para violão. Meu pai (Marcos Tadeu Alves) tocava violão em casa, e aí eu tinha o instrumento”.

Ela revela que gosta muito dos graves, e aí, depois, rumou para o violão de sete cordas e acabou se encaixando no choro. Camila Alves integra o grupo Charme do Choro. Ela é formada em Direito, mas não exerce a profissão. “Eu já decidi que vou viver de música e tem dado certo. Eu tenho feito muita coisa, trabalho com produção, escrevo projetos, e o Direito me ajuda nesse sentido”, declara a musicista. Para ser musicista, como diz Camila, envolvido com música há 25 anos, é fundamental ter disciplina e dedicação.

Descobertas

O diretor de Ensino do IECG, músico Robenare Marques, 47 anos, (dos quais 30 como músico), destaca que esse ofício faz com que se possa lidar com a sensibilidade das pessoas e com a sua própria. “O músico é um poeta, tanto que na Grécia antiga o poeta, o aedo, era uma pessoa que recebia a mensagem dos deuses, das divindades gregas, e passava aquela sabedoria da divindade para o povo, e isso por meio da música, do poema”, salienta Robenare.

O interesse de Robenare pela música começou quando criança. “Eu sempre que escutava uma banda marcial, algum instrumento, ia para perto para ficar escutando. Eu disse ao meu pai (Raimundo Mariano) e disse que queria tocar teclado, por causa das possibilidades de som. E ele disse que não tinha condição financeira para comprar um. Mas, eu parti atrás desse sonho”, narra. O avô de Robenare, por parte de mãe (Guajarino Santos) foi músico, mesmo sem ter a visão, como relata o diretor.

Como parte da Fundação Carlos Gomes, o IECG oferta cursos de graduação de Bacharelado em Música, pós-graduação em Musicoterapia, além de curso técnico em Música e os cursos livres: Preparatório em Música, curso de Musicalização e curso de Iniciação Musical, além dos projetos de pesquisa e extensão. Ao longo dos cursos, são utilizados instrumentos musicais. No caso, flauta (doce e transversal), piano, violão, saxofone, trompete, oboé, fagote, clarinete, trombone, tuba, eufônio, percussão, bateria, violino, viola, contrabaixo e violoncelo. A instituição ainda oferta aulas de canto lírico, composição e arranjo e regência de bandas.

Os alunos que concluem o Preparatório estão aptos para atuar como músico no mercado de trabalho. A partir do curso técnico, pode-se trabalhar como crítico de música, produtor musical, em estúdio de gravação, além de performance. O bacharel em Música pode atuar em cargo de gestão cultural, na área artística, como pesquisador e músico. Após a pandemia da Covid-19, a área da saúde tem inserido ainda mais a música nesse setor. Por ano, se formam nos cursos do IECG uma média de 210 alunos.

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