Zara provoca reflexões em álbum autointitulado, seu primeiro de inéditas
Com oito faixas, o trabalho traz um novo gás ao cenário musical paraense, com canções como 'Vento na Primavera', que virou vídeo
A praia de Fortalezinha, na Ilha de Algodoal, no nordeste do Pará, foi o cenário escolhido pela cantora e compositora Zara para gravar o videoclipe de uma das canções de seu primeiro álbum. Lançado recentemente, o disco homônimo, pode ser acessado nas plataformas de streaming. Com oito faixas inéditas, o trabalho traz um novo gás ao cenário musical paraense, com canções como “Vento na Primeira”, que virou vídeo, e provoca reflexões relevantes para o momento: como o que reforça que toda mudança deve começar dentro de cada um.
A cantora que também atua como atriz e preparadora vocal, conta que o álbum é fruto de projeto aprovado pelo edital de música da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult-PA) e fala um pouco do processo desconstrução de velhos paradigmas, iniciado bem antes da pandemia. “Esse movimento de se aprofundar em si já venho trilhando há um bom tempo, mesmo antes de toda situação complexa que estamos vivendo. Mas sem dúvida esse momento me motivou a dizer às pessoas que nada pode ser transformado fora. A mudança começa dentro”, avalia.
O álbum foi gestado durante seis meses. Tem produção do violonista e produtor musical Rafael Guerreiro e parcerias de Camila Alves (“Cristalina”) e Daniel Bastos (“Reggae Cotijuba”) nas composições, Pedro Alcântara e Jordana Alves em “Incertezas” e traz ainda as canções “Bamba e Zureta”, “Duas Versões”, “Feira das Máscara”, “Mãe Terra” e “Vento na Primavera” que ganhou videoclipe dirigido por João Urubu. “Compus todas as músicas, inclusive aquelas que são em parceria. Em janeiro entrei em estúdio e o álbum ficou pronto no final de maio e em junho veio ao mundo”, conta.
Zara afirma saber que o momento escolhido para lançar o álbum não foi o ideal, em plena pandemia, mas a receptividade do público tem compensando tudo. “Tem sido muito arinhosa, eu diria também expansiva. Um dos comentários que me tocou muito no YouTube foi o de uma pessoa dizendo que a sua estima ficou lá no alto, que música a minha música era terapêutica”, lembra.
O aceno positivo do público com o trabalho acabou sendo um conforto para os momentos difíceis que envolveram a produção do disco. “Tivemos interrupções necessárias por conta do Lockdown. Mas tive projeto aprovado em Fundo Emergencial justamente para movimentar o campo da cultura que foi dos mais prejudicados com a pandemia, fizemos o possível para cumprir nossos objetivos dentro também do prazo, mas sempre obedecendo todas as regras sanitárias”, diz.