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World DJ Day: DJs do mundo todo são celebrados hoje

Neste 09 de março é celebrado o World DJ Day, desde 2002. O dia foi criado pela World DJ Fund e a Nordoff Robbins Music, instituições que utilizam a música para ajudar outras pessoas

Alexandra Cavalcanti Especial Para O Liberal

Hoje é comemorado em todo o mundo o Dia Mundial do DJ. A celebração, iniciada em 2022, surgiu para incentivar esses profissionais da música a reverter seus lucros do dia para fundos infantis e instituições internacionais. Mas nos últimos anos, a data tem servido mesmo para celebrar a profissão que precisa ser reinventada todos os dias para não cair na mesmice e continuar a existir.

No Pará, por exemplo, os Djs fazem parte da cultura das aparelhagens há muito tempo. O DJ Dinho Tupinambá conhece bem as dores e as delícias de atuar nessa profissão, que conheceu ainda bem jovem. “Comecei por influência do meu pai, Andir Corrêa, já falecido. Quando adolescente via ele tocando, e aquilo me fascinava, sempre gostei de música”, lembra. Mesmo com uma experiência que atravessa décadas, o DJ revela que ainda passa por alguns percalços, próprios da profissão.

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“Na verdade, a maior dificuldade é você tocar e às vezes você não poder ter a certeza de que está agradando, porque os gostos não são os mesmos. Acredito que essa ainda é a parte mais complicada de ser um DJ. É saber tocar a música certa para que você consiga agradar a maioria”, diz.

O DJ Waldo Squash também conta que escolheu a profissão por conta do incentivo paterno. “A convivência com o meu pai, que sempre foi um cara apaixonado por música e esse mundo da aparelhagem, me fez estar sempre envolvido com a música. Cresci acompanhando ele nas lojas de discos, ouvindo e ajudando a escolher os artistas que comporiam nossa biblioteca musical”, justifica.

De uma geração mais recente, a DJ Méury faz parte do grupo de mulheres que vem marcando presença ativa nessa profissão. Ela conta que foi incentivada pelos amigos DJs, mas também “pelo ritmo musical e as estruturas de aparelhagens que me chamaram atenção, comecei a gostar disso e me tornei DJ”, detalha.


Por ser uma profissão com bem poucas formalidades, os DJs costumam passar por situações inusitadas. Que diga o DJ Waldo.  Ele garante ter muitas histórias e que um dia pretende contar uma a uma. “Tem umas bem engraçadas, como as de pessoas que pedem música com nomes trocados tipo ‘Brega da mosca’, que na verdade se chama ‘Varejeira’, da banda Xeiro Verde ou ‘Morango do Agreste’, ao invés de ‘Morango do Nordeste, do Lairton. Tem também histórias tristes, como um boicote que ocorreu em um clube da ‘elite belenense’ por eu tocar brega. Enfim, nós DJs vivemos muitas emoções e, talvez, por isso não desistimos tão fácil da profissão”, avalia.

O DJ Dinho também já viveu inúmeras situações inusitadas em sua trajetória, mas lembra de uma delas com carinho. “Certa vez, tive que dar uma pausa na festa para anunciar um pedido de casamento. Foi um momento bem legal”, afirma. No caso da DJ Méury, quase todas as situações diferentes vivenciadas na pro fissão estão relacionadas ao fato de ser mulher. “Existe um certo machismo com as DJS mulheres, porque alguns homens não aceitam que a gente exerça a mesma profissão que eles. Além disso, quando eu chegava nos eventos ninguém botava fé que eu realmente tocava ou era DJ de verdade, mas no final do show ficou surpreso com o resultado”.

COMEMORAÇÃO

O DJ Dinho reforça que só o fato de poder voltar a trabalhar já é motivo de comemoração e ter uma data para lembrar dessa profissão é também motivo de alegria. “É importante termos um momento comemorativo. Vejo que com isso ganhamos notoriedade e reconhecimento pela nossa dedicação ao nosso trabalho, e isso nos dá muita motivação para continuar a fazer aquilo que mais gostamos, que é ver a pista lotada e arte de fazer as pessoas felizes através da música”.


Waldo Squash também acredita que o dia deve ser comemorado. “Além da pandemia, vivemos em um momento político muito difícil. A profissão de DJ vem sendo questionada dentro do comitê gestor do Simples nacional...Toda essa situação é muito triste porque a exclusão da nossa profissão desse sistema dificulta a formalização da prestação do serviço”, opina.

Méury vê o dia como um “reconhecimento internacional por nossa profissão” e pretende passar a data descansando depois de turnê no estado do Pará e Amapá.

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