Velhos carnavais movimentam Baile Pirafolia
O palco do Rebujo será o palco para rememorar a folia que tomava conta das ruas de Belém e de Mosqueiro na década de 1990.
Quase todo mundo que curte carnaval já viveu alguma folia inesquecível e gosta de relembrá-la. E justamente para reavivar a memória desses e ativar o desejo de quem ainda não tem um carnaval para chamar de seu que o Baile Pirafolia vai fazer uma viagem no tempo e se reconectar com as folias dos anos de 1990, na Ilha do Mosqueiro. A festa será no dia 25 de fevereiro, no Espaço Cultural Rebujo, na Cidade Velha, e será embalada pelos sucessos daqueles e destes tempos. A programção contará com Mahrco Monteiro, com seu bloco Guarda Chuva, e Fruta Quente, com o bloco Filhos da Fruta.
Para deixar o baile com a cara dos famosos carnavais da Ilha do Amor, não vai faltar trio elétrico e todos aqueles hits do Pará e do Brasil que marcaram aquela época. Pelo menos é isso que promete o cantor Mahrco Monteiro, que já comandou inúmeros carnavais do alto de trio em Mosqueiro. Para ele, uma das imagens emblemáticas desse tempo é a população dançando, cantando e seguindo o trio. “Uma multidão super feliz, super afim de se divertir e muitas famílias. Uma união de alegria e paz. Uma multidão mesmo, é isso que eu lembro”, diz.
As lembranças do artista são muitas e todas elas recheadas de música e de muita animação. “No meu trio ‘Chamegoso como Sempre’, nós cantávamos para dar uma malemolência, para fazer um diferencial, a música ‘Ilha do Amor’ e a multidão levantava as mãos para cima e acompanhava”, recorda.
Ele ressalta que os carnavais na ilha naquele tempo tinham algo diferenciado. “Mosqueiro é rodeada por água doce, é uma ilha muito especial, muito linda e muito aconchegante, e esse cenário fazia toda a diferença naquela festa”, conta.
Para tentar reviver um pouco dessa época, o cantor afirma ter preparado um repertório que vai mexer com a memória dos brincantes. “Nessa festa de agora, vou cantar um pouco de tudo, mas com certeza a essência dessa festa é a música baiana. Mas vai ter tudo também, vai ter ‘Chamegoso’ e outros sucesso, enfim, tudo aquilo que a gente tem direito, um pouquinho de carimbó, um pouco de reggae, a música “Uma brasileira”, dos Paralamas do Sucesso, “Sonífera ilha”, dos Titãs e, claro, também todos os nossos ritmos, porque são muitos, além dos meus sucessos, um pouquinho de Brega e música romântica”, resume.
Já o tecladista da Banda Fruta Quente, Ricky Sandres, afirma sentir dificuldade para encontrar na memória um único momento, uma única imagem que descreva o que foi o carnaval na Ilha do Mosqueiro. Para ele, o diferencial dessa festa, era o fato dela ser totalmente democrática. “Era um evento onde a proposta era música sem separatismo cultural, para todas as tribos, todos juntos e misturados em um só propósito, cantar, dançar, celebrar e viver, onde nasceu também uma relação musical com alguns amigos e artistas ”, resume.
O Baile Pirafolia terá ainda a discotecagem dos DJs Me Gusta e Raul Bentes, que juntos integram o Coletivo Beatiú.
Parafolia
E se é para falar dos bons carnavais de Mosqueiro não dá para deixar de lembrar do Parafolia, carnaval fora de época que ocorreu em julho de 1996 na ilha, sem dúvida um dos maiores eventos já ocorridos no distrito.
Quem lembra um pouco dessa história é o produtor da Bis Entretenimento, Marcos Vaz. Em uma única edição, a festa sacudiu o distrito e levou milhares de pessoas a tomarem as ruas locais para acompanhar os trios elétricos com um seleto grupo de artistas nacionais. “Tivemos Ivete Sangalo, na época da Banda Eva, Timbalada, Olodum e Ricardo Chaves”, contou.
A movimentação foi tanta, que Marcos até hoje não consegue mensurar a quantidade aproximada de foliões nas ruas. “Era muita gente. Era tanta gente que o engarrafamento da estrada começava logo após o famoso Restaurante do Japonês. Eu cheguei a levar a Timbalada e o Ricardo Chaves com a banda dele de barco porque de carro eles não chegariam a tempo de tocar no horário”, relembra.
Levar toda a estrutura de um típico carnaval da Bahia para uma pequena ilha, que nem de longe conta com uma infra-estrutura de capital, foi um desafio. “O mais complicado foi conseguir hospedar a galera. Nenhum dos artistas ficou em hotel. Alugamos casas grandes e colocamos os artistas nelas. Ivete, num belo dia, acordou com síndrome de ‘faxineira’, chamou a banda toda e foram fazer faxina na casa. Limpou tudo”, revela.
O produtor acredita que o sucesso da edição se deve a vários fatores. “Além das atrações, que tocaram nessa edição, não tem como não lembrar quando se ouve ou assiste a um show deles. Também teve o clima de praia, férias, a galera à vontade, de roupa de banho andando atrás do trio”, afirma.
Agende-se:
Pirafolia com show de Fruta Quente e Mahrco Monteiro e discotecagem de Djs Megusta e Raul Bentes.
Onde: Rebujo. Rua São Boaventura, 171. Cidade Velha.
Hora: 21h
Ingresso: LOTE 1: 30$; LOTE 2: 40$; LOTE 3: 50$ (Vendas via PIX e-mail: coletivobeatiu@gmail.com)
Informações: (91) 98165-5507 / @coletivobeatiu / @rebujoo
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