Valeska Popozuda volta às origens do funk proibidão
Cantora concedeu entrevista exclusiva a O LIBERAL falando sobre mudanças na carreira
A voz por trás de sucessos do funk como “Agora Tô Solteira” e “Beijinho no Ombro” está de volta às origens do funk proibidão. Valesca Popozuda lançou o EP “Carnavalesca - De volta pra Gaiola”, na sexta-feira, em todas as plataformas digitais. Com o estilo que a tornou conhecida quando ainda era integrante do grupo Gaiola das Popozudas, desta vez o objetivo é animar o carnaval pelo Brasil.
O álbum foi gravado em parceria com três blocos de rua do Rio de Janeiro: Amigos da Onça, Calcinhas Bélicas e O Rebu Bloco, e entra na temática da folia e das marchinhas. No repertório estão três músicas lançadas recentemente no EP “De Volta Pra Gaiola”, e uma inédita, “Vem Facin”. Todas remixadas e em ritmo carnavalesco.
O novo trabalho é uma continuação de um EP lançado na metade de fevereiro. Intitulado “De Volta Pra Gaiola”, ele traz quatro músicas onde Valesca retorna ao funk “proibidão”. As canções apostam no funk 150 BPM (batidas por minuto), que tem dominado os bailes. As canções têm versões explícitas e lights.
“Neste EP eu vim mais consciente do que eu posso falar e defender sem ofender ninguém, meu público gosta disso e então eu trouxe o melhor que eu fazia na gaiola com o melhor que eu faço agora”, destaca Valesca.
Em fevereiro deste ano, a cantora postou um vídeo junto ao maquiador Agustin Fernandez, conhecido por ser abertamente gay e apoiador do presidente Bolsonaro. A cantora foi fortemente criticada, principalmente por fãs da comunidade LGBTQI+, já que a cantora sempre se mostrou apoiadora das lutas desse público.
O episódio teve repercussões nada agradáveis. E a cantora chegou a ter um show cancelado em Campinas por conta do vídeo junto a Agustin. Nas redes sociais, Valesca se defendeu alegando ter sido uma das cantoras que levantou a bandeira LGBT em um período em que ninguém fazia.
No final da década de 2000, Valesca ficou conhecida por ser uma voz feminina potente dentro do funk proibidão. “Agora eu sou solteira e ninguém vai me segurar” se tornou então um dos hinos dos bailes funk.
Na época Valesca estava à frente da Gaiola das Popozudas, e uma voz feminina cantando o “funk putaria”, revertendo os papéis considerados comuns para o gênero musical, era considerado contraditório. “O início foi difícil porque ninguém queria contratar uma mulher para falar que o homem não era bom na cama ou que ela era superior a ele, isso se quebrou, o público mudou, as cantoras drags são maravilhosas, a Lia Clark e a Pepita fazem um trabalho incrível , eu acho muito válido ter espaço pra todo mundo”, destaca a cantora.
As letras empoderadas de Valesca abriram não só o espaço para mulheres dentro do funk, mas tornaram o gênero musical mais popular com o passar do tempo. “Eu acho válido levantar a bandeira que o funk é cultura sim, é um ritmo que não é mais tão marginalizado, acho errado quando associam o funk a criminalidade e a apologia as drogas, é um ritmo que leva alegria e diversão aonde toca”, relata Valesca.
Com algumas passagens pela cidade das mangueiras, ela diz que está trabalhando em novidades. “Tem participação vindo aí, tem mais música pra chegar e tem muitas novidades! Estou morrendo de saudades de Belém eu não vejo a hora de chegar e animar meus popofãs daí”, diz.
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