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Piseiro ganha selo no Brasil e uma legião de fãs

Ritmo tem contagiado os amantes da música popular. Em Belém, o piseiro já tem um público grande e danças únicas.

Bruna Dias / O Liberal

O piseiro na atualidade é o queridinho dos brasileiros. O ritmo permite dançar junto e separado com passos bem característicos. Por ser um vertente do forró, é possível encontrar não só passos parecidos, mas também a melodia.


Nascido no Nordeste, o piseiro veio da pisadinha que veio do forró. Tanta evolução para ganhar no mercado uma individualidade marcante. Ao abrir os aplicativos de músicas, é possível encontrar muitas canções do ritmo entre no Top 50 do Brasil, o que mostra o quanto o público tem aceitado bem essa vertente. João Gomes, Zé Felipe, Matheus Fernandes e Marcynho Sensação, estão entre os mais tocados. Inclusive, este último estará em Belém, nesta sexta-feira, 4.

A Warner viu a tendência do mercado e lançou o selo EH Brasil, neste início de ano. O objetivo é revelar e apoiar talentos desse mercado tão especial e com tanto potencial ainda de entregar grandes revelações da música. Até o grupo de pagode “Menos é Mais” se rendeu ao piseiro e lançou “O Mundo Dá Voltas” em nova versão.

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Campeão de dança ensina passos do Piseiro

Preste a completar 10 anos à frente do Baladeros, Fábio Alves já passou por vários momentos da música. Sempre atento ao que o mercado pede, o vocalista tem se adaptado bem ao piseiro e aos pedidos do público.

“O mercado do piseiro no Pará é bem vasto, acredito que pela proximidade de regiões onde ele nasceu. O ritmo ganhou muita força no Norte e está ganhado força em todo Brasil. Não é à toa que Barões da Pisadinha, Marcynho Sensação,  João Gomes, Zé Vaqueiro e etc, fazem sucesso em todos país. O ritmo é dançante e envolvente, não há como não curtir.”, analisou Fábio Alves.


O músico acrescenta que com o estouro do piseiro é possível ainda acrescentar uma idenditade mais regional no ritmo. “Tocamos muito piseiro, porém, sempre colocamos alguns ‘molhos’ paraenses, que sempre foram o diferencial do Baladeros”, disse o vocalista da banda.

Fábio Alves lista algumas músicas que não podem faltar nos seus shows: Parada Louca, de Mari Fernandez & Marcynho Sensação; Se ainda existe amor, de João Gomes; Role, de Tarcísio do Acordeom; e Baby me atende, de  Mateus Fernandes.

COREOGRAFIA

Um dos passos mais comuns do ritmo é o chute com o pé, seja para cima ou para o lado. O campeão brasileiro no Latin Open Salsa Masculino, Jean Patrick é um dançarino apaixonado pelo piseiro.

Entregando letras repetitivas e ritmo dançante, o piseiro disseminou as suas coreografias com os virais no Tik Tok e nas redes sociais. Quem ai ainda não rolou o seu feed e encontrou pessoas fazendo coreografias ao som de “se prepara que hoje à noite eu vou pro rolê, vou botar para gerar, cê vai beber, vai chorar, vai ligar”?


Em 2019, Jean Patrick conquistou o seu primeiro título, sendo o primeiro dançarino brasileiro a participar do solo masculino no ‘’La Negra Mundial Pasos Libres’’. Ele ficou entre os 20 melhores dançarinos do mundo.

No ano seguinte ele conheceu o piseiro e foi se aperfeiçoando. No perfil do Instagram de Jean (@jeanpatrickc ) é possível encontrar alguns vídeos em que ele faz coreografias de músicas. O dançarino realizou uma conexão maior com o ritmo, ao viajar para interior do Norte do país e participar das tradicionais festas de vaquejada, se tornando o pioneiro do ritmo em Belém.

“Inicialmente estava atrás de um ritmo diferente dos quais já estava habituado a ministrar aula, quando comecei a viajar e estudar mais afundo o movimento, o ritmo e o movimento, descobri que além de contagiante, ele representa a voz e a força do interior. E assim comecei a perceber outra realidade, visto que a maioria das pessoas têm visão apenas para os grandes centros e esquece de uma parcela muito importante da população”, explicou Jean.

O profissional disse que a primeira identificação com o ritmo é a forma que ele consegue envolver as pessoas, um dos principais motivos para ele se apaixonar pelo piseiro. Depois, com o estudo, ele conseguiu se conectar com os movimento e a história do ritmo.

“Precisamos ter em mente que a dança, música e cultura no geral vem com esse propósito, de mostrar que todo lugar tem sua força e importância, e assim que entendi essa representatividade comecei a ministrar as aulas. Aprendi mais sobre o meio para poder repassar da forma mais fiel possível, pois não é interessante para as pessoas que aprendam somente a execução dos movimentos, e sim entender que tem todo um porquê daquela realidade, para assim se sentir livre e saber o que está representando ao dançar”, acrescentou Jean Patrick.

O professor ministra aulas de dança tanto on-line quanto presencial de piseiro e para o futuro, ele irá lançar um curso prático em formato online. “Com certeza as pessoas vão aprender a dançar e se divertir dançando muito piseiro”, finalizou.

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