Oitentões comemoram aniversário com vigor nos palcos; vejam quem são

Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Paul McCartney completam oito décadas neste ano

Vito Gemaque
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O impacto de determinada música pode ser subjetiva para cada pessoa, ou pode mudar um país, uma geração, ou a história mundial. Em 2022, grandes artistas brasileiros e internacionais completam 80 anos de idade. No time dos oitentões cheios de vigor que continuam compondo, cantando e seguindo com a carreira estão Gilberto Gil, que faz aniversário hoje (26) e junta-se a Paul McCartney, octogenário desde o dia 17 de junho.

Até o final do ano também chegam a tenra idade Caetano Veloso no dia 7 de agosto, Milton Nascimento em 26 de outubro, e Paulinho da Viola, dia 12 de novembro. Apesar das diferenças de estilos, em comum está o impacto para a música e para a cultura brasileira e mundial.

Gilberto Gil e o amigo Caetano Veloso criaram juntamente com outros artistas o movimento musical conhecido como Tropicalismo, que de 1968 até 1972, chacoalhou as bases da música brasileira adicionando guitarra e instrumentos elétricos característicos no rock estrangeiro. Rock que tinha os The Beatles de Paul McCartney como a maior banda da história e revolucionários nas formas de compor e de produzir um álbum.

A professora do Departamento de Artes da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Keila Monteiro, que também é cantora e compositora da banda Cais Virado, ressalta que todos os octogenários continuam influentes e relevantes no cenário musical. “Penso que nenhum desses compositores perdeu a linha, não mudaram suas concepções, a respeito de posicionamento mesmo, seja no estético, seja político ou social”, afirma.

Caetano Veloso continua utilizando os shows para se posicionar politicamente, como fez recentemente cobrando a investigação sobre a morte do indigenista Bruno Pereira, e do jornalista inglês Dom Phillips, que ocorreu neste mês, no estado do Amazonas. O produtor musical e radialista Beto Fares, de 63 anos, lembra de um show de Caetano no Ginásio da Escola Superior de Educação Física nos anos 90.

“Lembro do Caetano em plena forma física no palco beijando a boca dos músicos no palco. Um repertório que a gente via e pensava ‘nossa que artista, que cara’. Isso tudo era um ativismo que ele fazia. Com o afastar da história a gente percebe isso, não era só para te chocar, era uma visão futura do que a gente vive hoje”, explica.

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