No dia da final do Campeonato Paraense, músicos expressam sua paixão pelo futebol
Pagodeiro Bino é completamente apaixonado pelo Paysandu, enquanto Paulinho Mururé se declara o maior torcedor da Tuna do Mundo
No Brasil, há quem diga que o nosso futebol é tão bonito que ganhou o status de arte, e essa forte ligação do povo com o esporte encontrou vazão na cultura do país. Como exemplo, podemos citar Jorge Ben Jor, um dos maiores nomes da música brasileira e flamenguista roxo, que compôs várias canções inspiradas pelo futebol, entre elas, o sucesso “Ponta de Lança Africano”. Na literatura, Nelson Rodrigues não cansava de se declarar ao clube do coração em suas cronistas esportivas. “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”, escreveu. O Pará também tem artistas ligados às histórias dos nossos centenários times de futebol e, no dia em que será decidido o vencedor do Campeonato Paraense de 2021, torcedores ilustres usam sua arte para declarar a paixão pela Tuna Luso e pelo Paysandu.
“A diretoria me deu a incumbência histórica de regravar o hino da Tuna. Como ele foi gravado há 50 anos, a gravação estava um pouco velha, e eu fiquei muito emocionado de ter sido convidado. Fui atrás dos artistas amigos, que me ajudaram. O backing vocal foi feito por minhas filhas e sobrinhas. Fiquei muito orgulhoso de fazer essa regravação”, se emociona o torcedor, que adianta que, no próximo carnaval, a Tuna será tema de Escola de Samba. “Nesse ano, teve o Festival de Enredo do Quem São Eles. Eu fui convidado para ser jurado e votei no samba que ganhou e que vai para a avenida”, conta Mururé, sobre o encontro da Águia do Souza e da Águia do Umarizal. Entre outros tunantes famosos, podemos citar o mestre Pinduca, que também declara sempre que pode sua torcida pela agremiação.
Do outro lado do campo, o pagodeiro Bino, apaixonado pelo Papão da Curuzu, conta que o amor pelo time quase atrapalhou o pela música. “Já cheguei atrasado em vários shows, vários shows mesmo, porque eu estava no estádio. Não façam isso!”, confessa, aos risos. “Teve contratante que ficou ‘na bronca’ comigo por causa disso”, relembra o músico, que se orgulha de ter nascido no ano que o Paysando foi campeão brasileiro da Série B pela primeira vez, em 1991. “No dia que eu nasci, meu pai estava voltando do estádio”, revela. Outros bicolores da música são Fafá de Belém e o rapper Pelé do Manifesto.
Diferente de Mururé, Bino, ainda não teve o privilégio de usar sua arte para homenagear seu clube, mas ele diz que isso está em seus planos. “É um desejo meu. Só depende do Paysandu agora. Para mim, seria a realização de um grande sonho, tocar em algo do Paysandu, fazer algo cultural ligado ao time. Só falta o convite!”, encerra o artista, ansioso por cantar a vitória neste domingo.
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