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Mestre Damasceno mira fortalecimento da cultura e novos projetos em 2025

Após sucesso na Sapucaí, o artista planeja a criação de um centro cultural, festivais e iniciativas que valorizem ainda mais a cultura do Pará

Matheus Viggo

2024 foi um ano marcante para o Mestre Damasceno, e 2025 promete ser ainda mais, com o samba-enredo composto por ele sendo cantado na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, no desfile da Grande Rio, que irá homenagear o Pará. Aos 70 anos, em entrevista exclusiva a O Liberal, Mestre Damasceno expressou sua expectativa de que o samba, ao ser apresentado na Marquês de Sapucaí, alcance repercussão nacional e internacional.

“A gente espera que o samba invada a Marquês de Sapucaí e a gente vê que todo mundo está gostando. Espera-se que esse samba tenha repercussão no Brasil e no mundo. Essa é a nossa esperança, trabalhamos para isso”, disse Mestre Damasceno sobre o samba-enredo, que foi bastante elogiado por internautas do Brasil e pode ser campeão do Carnaval 2025 do Rio de Janeiro no quesito samba de enredo, de acordo com o colunista Mauro Ferreira.

Um dos compositores de “A mina é cocoriô!”, Mestre Damasceno está concorrendo na categoria “Compositor do Ano” do prêmio “Destaque do Ano” do site Carnavalesco. Ele explica que foi convidado para colaborar com outros compositores e que seu papel foi complementar o trabalho já existente. Ele valoriza o esforço coletivo, ressaltando que o sucesso foi fruto de planejamento, trabalho conjunto e dedicação. “O objetivo da gente estar lá é porque a gente foi convidado para participar com os outros compositores e a gente só fez complementar, porque a gente não fez só, a gente só fez sentar e pensar como fazer e aí a gente ficou aqui trabalhando e eles também lá e deu certo. Mas a gente foi convidado para participar e graças a Deus porque deu certo”, contou.

Mestre Damasceno continua atuando no carimbó com seu grupo Nativos Marajoara, bem como segue promovendo o famoso Cortejo do Búfalo-Bumbá nas ruas de Salvaterra. Além disso, é repentista, compositor, amo de búfalo-bumbá, cantor, artesão, pescador – inclusive consegue pescar com as mãos – e também é campeão local de dominó. Damasceno reflete sobre a inspiração para suas criações, mencionando que se dedica à cultura com muito esforço. “A gente sonha a cultura, a gente fica à noite pensando como fazer. Claro que quando se faz uma coisa, com certeza, a gente tem que ter um dom. E eu só faço porque eu tenho um dom. Estou muito feliz por sair daqui do Marajó pra invadir o mundo. Mas tudo é um dom”, afirmou.

Mestre Damasceno nasceu em 22 de julho de 1954, na Comunidade Quilombola do Salvá, no município de Salvaterra, Pará, arquipélago do Marajó. Ele compartilha seus planos para 2025, com foco em melhorias culturais para o município. Ele menciona o desejo de construir um centro cultural e organizar festivais como o Festival dos Bois de Junho e o de Julho. “A nossa ideia para 2025 é esperar entrar o ano para continuar trabalhando em prol de uma cultura melhor, em prol do melhor para o município. A nossa esperança é ter o nosso centro cultural, é já pensar no Festival de Junho, que é o Festival dos Bois em Junho, o Festival de Julho e outras e outras coisas que podem aparecer porque a gente sabe que durante o ano aparece tantos projetos em cima da hora e a gente está preparado e esperando que venha coisas até melhores que foi agora em 2024, porque em 2024 a gente teve muito bem, mas esperamos que em 2025 venha melhor. Nunca se espera para trás, se espera para frente e a gente pensa em felicidades melhores para frente”, finalizou.

Em 2023, o Governo do Estado reconheceu a obra de Mestre Damasceno como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. Em 2025, ele será homenageado na 28ª edição da Feira do Livro e das Multivozes, ao lado da escritora e poeta Wanda Monteiro.

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