Manoel Cordeiro lança o manifesto 'MPB feita na Amazônia'
“Baile do Papai” será realizado após leitura do documento. Show terá participações de Felipe Cordeiro, Saulo Duarte, Nayara Guedes, Évila Moreira, Mari Claro, Figueroas e Rhenan Sanches.
O mestre da guitarrada Manoel Cordeiro lança na próxima sexta-feira, 8, o manifesto intitulado “MPB feita na Amazônia”, um documento construído em colaboração com outros artistas que busca a valorização a nível global da música regional e suas múltiplas vertentes. O local escolhido para a leitura do documento foi São Paulo, a maior capital brasileira, e dará o start para uma série de ações culturais, como festival e seminário, marcando a contagem regressiva para a COP 30, a convenção climática da ONU que reunirá representantes de vários países em Belém, em novembro de 2025.
A leitura do manifesto “MPB feita na Amazônia” será realizada durante o “Baile do Papai”, show que Manoel realizará na Casa de Francisca em comemoração ao seu aniversário de 69 anos. O show terá as participações de Felipe Cordeiro, Saulo Duarte, Nayara Guedes, Évila Moreira, Mari Claro, Figueroas e Rhenan Sanches, que são artistas de paraenses, amapaenses e alagoanos. “Vamos entrar no radar do planeta!”, expressa o músico.
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“MPB Feita na Amazônia” é um convite para o reconhecimento da potencialidade cultural popular da floresta e das cidades da região. “O Pará e a Amazônia possuem uma alta miscigenação que nos trouxe uma música misturada de clássicos europeus, suingue negro e batuque indígena, trouxe um mosaico imenso de ritmos. Não existe limites para nós. As vertentes da nossa música são como os rios… (extensos e múltiplos), descreve Manoel”.
Trajetória
O manifesto nasce da inquietude de um artista veterano com 58 anos de carreira. Esse compositor, multi instrumentista, arranjador e produtor cultural já produziu quase 1 mil álbuns de vários artistas ao longo da carreira, incluindo o álbum “Sirimbó”, de Roberto Leal; “Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso”, de Fafá de Belém, vencedor do Prêmio da Música Brasileira em 2016 (Melhor Álbum e Cantora) e 2017 (Melhor DVD); e “No Embalo de Pinduca”, indicado ao Grammy Latino em 2017.
“Comecei a tocar ainda criança. A primeira apresentação pública foi aos 12 anos, na Rádio Educadora São José, de Macapá, em 1967”, recorda. Nascido em Ponta de Pedras, na ilha do Marajó, Manoel Cordeiro teve a infância dividida entre Anajás (PA) e Macapá (AP) e mudou-se para Belém aos 18 anos, quando conheceu o “carimbó elétrico” na banda de Ely Farias, em 1974.
De lá para cá, Manoel teve muitas realizações, incluindo a fundação, produção de discos e composições de sucessos da banda Warilou (PA) e a produção de discos da banda Carrapicho (AM), incluindo o sucesso internacional “Tic Tic Tac”, ambas nos anos 80; o lançamento de álbuns próprios, como “Sonora Amazônia” e “Guitar Hero”; o duo com filho no Combo Cordeiro; apresentações internacionais, como o show na Copa de Futebol, na Rússia, em 2018; e a autoria da faixa “Asfalto Amarelo” no filme “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, indicado ao Oscar pelo Brasil, em 2016. Hoje, Manoel realiza vários trabalhos em Belém, Macapá e São Paulo com muitos parceiros.
Em 2021, ele foi internado em estado grave de Covid-19, tendo alcançado a plena recuperação. Atualmente, um projeto de lei em trâmite na Assembleia Legislativa do Pará visa reconhecer a obra musical de Manoel Cordeiro como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará.
O músico paraense ainda tem muitos planos pela frente. Rumo aos 70 anos de idade, Manoel planeja lançar um festival de música e um seminário de artistas pelo movimento “MPB feita na Amazônia”. Ainda, ele está gravando um longa-metragem biográfico pela Sapucaia Filmes, com direção de San Marcelo, de Bragança (PA); e planeja abrir estúdio e gravadora e lançar o selo “MC da Amazônia”, pelo qual lançará EPs com artistas amazônidas até a COP 30 a fim de oferecer uma amostra da música regional em toda a sua variedade e riqueza.