Maestra paraense Cibelle J. Donza é convidada a reger a orquestra sinfônica de Brasilia

O concerto à frente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro será na véspera do Dia da Mulher.

Enize Vidigal
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O Pará é destaque na música erudita nacional. A maestra e compositora paraense Cibelle J. Donza foi convidada para reger a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS), que é a principal de Brasília. O concerto especial será realizado no próximo dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher. O convite realizado pelo maestro titular, Claudio Cohen, incluiu o pedido para Donza compor uma nova obra especialmente para ser executada durante esse concerto. A apresentação acontecerá no Teatro Plínio Marcos, no Eixo Cultural Íbero-Americano.

Veja uma apresentação da maestra Cibelle J. Donza

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O concerto será especialmente dedicado ao Dia da Mulher e, por isso, a artista paraense foi convidada. São raras as profissionais do gênero feminino atuando como maestras no Brasil. “Nós, mulheres, somos 10% (da categoria). A maioria é de homens”, reconhece. Essa será a primeira regência dela nessa orquestra.

A maestra paraense foi a escolhida após a orquestra sinfônica de Brasília conhecer a obra autoral dela. Cibelle teve uma música executada por esse corpo artístico sob a regência de Cohen. “A minha música chegou lá antes de mim”, destaca a maestra.

A nova composição feita para estrear na capital federal é intitulada “Da Terra” e faz referência ao elemento homônimo e também à região amazônica, terra natal da compositora. “A música feita para orquestra traz como elemento rítmico regional o lundu, além de instrumentos de percussão usados no lundu, como as sementes de sapucaia e as maracas”, detalha a autora.

Nesse concerto, que além de feminino terá um toque amazônico, também serão executados a Sinfonia de Beethoven e um concerto para harpa e orquestra com a solista Cristina de Carvalho.

“Curioso é que será a primeira vez que irei reger a estreia de uma música minha. As minhas composições para orquestra sempre são regidas por outros maestros”, revela.

Trajetória

Com sete anos de carreira, Cibelle J. Donza foi a primeira mulher a assumir um cargo profissional de maestra no Pará, atuando como regente assistente da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, entre os anos de 2016 e 2017. Nesse período, ela regeu os concertos de orquestra do 29º e 30º Festivais Internacionais de Música do Pará e 16º Festival Internacional de Ópera do Theatro da Paz.

Atualmente, ela leciona na Escola de Música da Universidade Federal do Pará (EMUFPA), onde é co-diretora musical da Orquestra Sinfônica Altino Pimenta, corpo artístico oficial da instituição. Ela também é diretora artística do Zarabatana Jazz Band e da Orquestra Filarmônica Multiarte da Amazônia (FILMA), uma orquestra independente e profissional que busca executar o repertório contemporâneo e integrado a outras expressões artísticas, conforme ela explica. A Filma já tocou junto com espetáculos de videomapping e de dança.

Cibelle J. Donza acaba de voltar do mestrado em Regência Orquestral que realizou nos Estados Unidos. Filha da cantora e professora de canto Dayse Addario e enteada do multiinstrumentista e arranjador Ziza Padilha, Cibelle cresceu em um ambiente puramente musical.

Antes da experiência com a regência da orquestra sinfônica de Brasília, ela regeu também as orquestras Sinfônica do Espírito Santo (OSES), Filarmônica de Minas Gerais (OFMG); Sinfônica da USP (OSUSP); Ithaca College Symphony Orchesta (ICSO- NY); Cornell Open Orchestra (NY), sendo as duas últimas dos Estados Unidos.

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