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Grupo Mururé lança 1º álbum em 21 anos de trajetória

'O Canto do Mururé' chega nesta sábado, 29, às plataformas digitais.

Enize Vidigal / O Liberal

Há 21 anos celebrando e difundindo a música regional, o grupo paraense Mururé ainda não possuía nenhum registro fonográfico. Foi diante de uma pandemia que, contraditoriamente, tirou os músicos dos palcos, que o Mururé ganhou a flor que faltava: o incentivo no edital de emergência da Lei Aldir Blanc. “O Canto do Mururé” chega nas plataformas digitais neste sábado (29), com dez faixas autorais. O lançamento será celebrado com show no Espaço Cultural Apoena, a partir das 20h.


O Grupo Mururé é nascido e criado da mescla de ritmos paraenses a partir das raízes firmes de carimbó puro sangue. O vocalista e principal compositor da banda, Alan Chaves, natural de Marapanim, berço do carimbó paraense, cresceu entre os batuques dos tambores e curimbós, chiado dos maracás, giros de saias rodadas das carimboleiras e aulas de banjo ensinadas pelo avô. “O carimbó é a minha herança, minha ancestralidade, eu sobrevivo da música e vim do carimbó, que já me levou a me apresentar na Alemanha, na França e na Suíça, mas isso foi antes do grupo Mururé”, conta.

Ouça aqui a partir deste sábado (29).

A banda surgiu de um grupo de sete músicos que integrava um grupo para-folclórico de difusão da música e da dança do carimbó. Alguns integrantes mudaram ao longo do tempo e o Mururé se abriu para tocar outros ritmos de vertente regional, como o brega, o merengue, o zouk, o lundu e até o xote e o reggae, entre outros.

Além de Alan Chaves no vocal e no violão, a atual formação traz Daniel Oliveira (flauta), George Sampaio (contrabaixo), Leidnaldo Aviz (percussão), Ricardo Amanajás (curimbó), Aurizomar Menezes (guitarra) e Pauer Martins (bateria), com Daniel, Aviz e Ricardo acumulando o backing vocal.

Faixas

Alan assina a autoria da maioria das faixas do projeto, incluindo algumas músicas que já tocavam nos shows, nas rádios e também reproduzidas em apresentações de grupos para-folclóricos – com os quais o Mururé não rompeu o cordão umbilical -, como o merengue “Swing Caliente”, o xote “Saudade de Bragança” e “Carimbó Diverso”. Outra conhecida do grupo é “Tentação Divina”, de Dimitri Cunha.

Dentre essas, “Carimbó Diverso” é a candidata a ganhar videoclipe futuramente. A faixa passeia pela diversidade de subgêneros do carimbó, como o praiano, o chamegado, o marajoara e o de raiz. “O carimbó norteia quase todo o nosso repertório e marca a sonoridade da Amazônia paraense, está ligado aos costumes das comunidades, à vivência principalmente do negro, do índio e do ribeirinho”, conta.

Entre as novas faixas do álbum, está o pout-pourri dos carimbós “Pega a Saia” (Alan e Dimitri) e “Rodeia” (Alan), músicas que já ganharam espaço em rádios de Belém e de Marapanim; a faixa-título, como não podia deixar de ser, é outro carimbó, composição de Wilton Júnior; com Alan tendo escrito as demais: o zouk “Dá Notícias”, o reggae “Mururragae”, o boi “Te Ver Passar” e o brega “Amor Verdadeiro” –uma declaração de amor à esposa dele.

“O disco saiu bem diversos, eclético, irreverente como os nossos shows. Além da alegria de lançar um álbum, a gente sente muito por não ter lançado em CD físico, mas imprimimos alguns exemplares que vamos vender durante o show”, informa.

 “O Canto do Mururé” é uma promessa dançante com direito a recado de amor e forjado na cultura regional. Alan assina a direção musical e a coprodução com Pedrinho Callado. O álbum foi gravado no estúdio Callado Produções com arranjos do próprio Pedrinho Callado.

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