Grupo de mulheres indígenas do Pará se apresenta em festival nacional

As Suraras do Tapajós se apresentam no Festival Rec-Beat, em Recife, com acesso gratuito.

Bruna Dias
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O grupo paraense Suraras do Tapajós se apresenta nesta segunda-feira, 20, no Festival Rec-Beat. O evento acontece de 18 a 21 de fevereiro, no Cais da Alfândega, em Recife, com acesso gratuito. Esta é a 27º edição do festival.

O Suraras do Tapajós é o primeiro conjunto de carimbó no Brasil composto somente por mulheres indígenas. Pertencente à Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, na Amazônia paraense, o grupo trabalha com o carimbó, um ritmo tradicionalmente executado por homens. Em 2021, as Suraras do Tapajós lançaram o seu álbum de estreia, Kiribasawa Yúri Yí-itá – A Força que vem das Águas, projeto que traz as suas vivências e a musicalidade da floresta.

“O grupo Suraras do Tapajós na verdade é uma associação de mulheres indígenas da cidades de Tapajós. A gente usa a música como uma ferramenta de luta. Dentro dessa associação, temos outros trabalhos com as mulheres indígenas da região do Baixo Tapajós. A gente usa a música como essa ferramenta que vai levar a gente para outros lugares que as pessoas possam conhecer a nossa associação e que a gente possa seguir com ela, e eu entendo também como uma renda mais fixa para dentro da associação”, explicou Estefane Galvão, banjista e violonista do grupo.

O grupo surgiu em abril de 2018 para mostrar que a mulher pode ocupar todos os espaços. O Suraras do Tapajós é uma ferramenta para dar voz à nossa missão de passar diversas mensagens através da música regional. Nos shows das artistas é possível encontrar muito carimbó e músicas indígenas que representam a floresta, a força da mulher e a luta dos povos indígenas.

O grupo é composto por Adelina Borari, Jaciara Borari, Carol Pedroso, Marina Campos, Luiara Borari e Estefane Galvão.

“O convite para o festival surgiu a partir da nossa participação Se Rasgum, onde conhecemos o produtor do Rec-Beat e ele entrou em contato com Borô, que conheceu o nosso trabalho e gostou muito. A partir dessas trocas que a gente foi tendo e desses contatos, que conseguimos essa participação dentro do Festival Rec-Beat”, contou.

“É muito importante essa participação, porque é justamente onde a gente mostra a nossa visão, o nosso trabalho, o empoderamento da mulher, além de estar levando a nossa associação para outros lugares. É importante para que outras pessoas possam conhecer o nosso trabalho e o trabalho que a gente faz com as mulheres indígenas. É a partir daí que a gente consegue levar nossa voz para outros lugares, a voz dos povos indígenas, que a gente sabe que vem de um desgoverno muito grande, e agora esperamos um futuro bem melhor nas questões ambientais e dos povos indígenas”, finaliza Estefane Galvão.

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