Gang do Eletro e Suraras do Tapajós vão ao Rock in Rio unir tecnobrega e carimbó

Os grupos prometem mostrar a diversidade musical paraense, misturando gêneros e dando destaque para a força das mulheres indígenas na Amazônia

Bruno Menezes | Especial para O Liberal
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O Rock In Rio, um dos maiores festivais de música do Brasil, este ano receberá um toque especial das produções artísticas que fazem parte da cultura do Pará, graças aos shows da Gang do Eletro e da Suraras do Tapajós. Os grupos se apresentarão no espaço Global Village, no dia 21 de setembro.

A participação de dois grupos distintos, mas que representam a pluralidade musical do Pará, promete um show jamais antes visto na programação do Rock in Rio. A ideia da apresentação é mostrar ao público a ancestralidade amazônica, com o batuque do carimbó das Suraras, e a tecnologia e o futuro, com o ritmo envolvente e contagiante da Gang do Eletro.

Segundo Keila Gentil, da Gang do Eletro, o convite surgiu após o festival sentir a necessidade de inserir artistas do Norte na programação. Assim que ela foi contatada, soube que teria a missão de escolher um outro grupo paraense para participar do evento. Foi então que ela pensou nas Suraras do Tapajós como as melhores representantes para dividirem o palco com o treme-treme da Gang do Eletro.

“Eu tô nesse processo, nesse entendimento de mulheres nortistas, de entender que a gente tem uma herança indígena, uma relação ancestral e que a gente precisa dessa voz. Então eu pensei nas Suraras, porque tenho a ideia de falar sobre o futuro e a ancestralidade. Eu estou muito feliz de elas terem topado para falar dessa Amazônia, porque a gente fala de tecnologia, de festa, da dança, mas a gente também quer falar da ancestralidade e da mulher indígena”, explica a cantora.

O roteiro para o show no Rock in Rio ainda está sendo montado e DJ Waldo garante que todos estão trabalhando para fazer apresentações especiais dos dois grupos no palco do evento.

A gente tem feito várias reuniões pra definir esse roteiro do show, já temos um pré-roteiro, e eu já vou começar a desenvolver a dinâmica do áudio, porque vai entrar o eletrônico também, junto com as Suraras, em um determinado momento. Vai ter um momento só das Suraras, um momento só da Gang e vai ter momentos juntos. O legal é que a Gang, todo mundo sabe que é festa, e a Suraras tão lá também, pra passar a mensagem que a gente quer sobre a Amazônia”, ressalta o membro da Gang do Eletro.

Projetos futuros da Gang

Artista Will Love, também da Gang, aproveitou para anunciar que o grupo musical tem novidades para serem apresentadas. Sem falar em datas, ele disse que novas músicas e projetos audiovisuais estão sendo produzidos.

“A gente tá preparando um disco que vai ter regravações, músicas inéditas e vai homenagear o tecnobrega, com regravações de pessoas que já deixaram a gente, mas que deixaram um legado incrível. Também temos projetos audiovisuais vindo ai, gente ta pensando também na gravação de um DVD da Gang do Eletro, isso tá ainda sendo elaborado, mas a galera pode esperar que vem coisas muito legais ai”, ressalta Will.

Suraras do Tapajós

O grupo de Carimbó é constituído de sete mulheres indígenas, que usam a música para compartilhar suas vozes e sua luta pela defesa da floresta e pelo protagonismo da mulher amazônica.

Val Munduruku, é uma das integrantes do grupo musical e conta que está muito animada com a oportunidade de cantar a Amazônia no palco do Rock in Rio.

“A gente tem se reunido enquanto grupo musical de carimbó, junto com a gang, pra animar toda essa performance, a gente tá pensando em levar as músicas nossas autorais, que são do nosso primeiro álbum e vamos trabalhar em cima delas pra ser uma energia bem alto astral, pensando nessa linha de ligar o ancestral com o tecnobrega. Estamos trabalhando para que o show tenha representatividade, principalmente das vozes das mulheres indígenas da nossa região”, comenta a artista.

Além de artista, Val Munduruku é ativista ambiental e participa de debates frequentes sobre a sustentabilidade e as mudanças climáticas, incluindo a COP 27, realizada em 2022, no Egito.

A indígena conta que o show no Rock in Rio será também uma oportunidade de falar sobre os problemas ambientais que ocorrem na Amazônia e a crise climática mundial, principalmente com a proximidade da COP 30, em Belém.

“A COP 30 vai debater vários temas que envolvem as mudanças climáticas, então a gente, enquanto pessoas atuantes que vivemos aqui, precisamos estar com nossas vozes ativas nesses espaços. Não é só falar que vai acontecer a COP na Amazônia, mas inserir essa Amazônia, dando essa cara de quem vem fazendo essa luta de preservação. A gente vai fazer parte dessa ação, enquanto mulheres indígenas, que protegem o território e que lutam nessa defesa da floresta e dos rios”, ressalta a ativista.

O Rock in Rio acontece na Cidade do Rock, Rio de Janeiro nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro. Gang do Eletro e Suraras do Tapajós se apresentarão no dia 21, no espaço Global Village

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