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Gal Costa apresenta em Belém o show 'As Várias Pontas de Uma Estrela'

A intérprete apresenta clássicos da carreira e canções de Milton Nascimento, durante a I Bienal de Artes de Belém.

Enize Vidigal

Gal Costa volta a Belém nove meses após o último show na capital paraense, quando encerrou a turnê do álbum “A Pele do Futuro, na Assembleia Paraense. Nesta nova apresentação, que ocorre na próxima terça-feira (20), muita coisa promete ser diferente, a começar pela atmosfera de um espetáculo de acesso gratuito. Em entrevista exclusiva a O Liberal, a grande intérprete da música popular brasileira antecipa um repertório diferenciado, porém, recheado de clássicos da carreira, para brindar em grande estilo a noite de estreia da I Bienal de Artes de Belém. A apresentação inicia às 22h na Aldeia Cabana Davi Miguel.

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Turnê 'As Várias Pontas de uma Estrela'

“Vamos (a Belém) com o show da turnê ‘As Várias Pontas de uma Estrela’, que tenho levado para o Brasil todo. É um show de sucessos, que tem as músicas do Milton Nascimento como base. Então, eu canto ‘Fé Cega, Faca Amolada’, ‘Paula e Bebeto’ e ‘Maria, Maria’, do repertório do Bituca. Mas também apresento ‘Folhetim’, ‘Baby’, ‘Um Dia de Domingo’ e ‘Brasil’”, conta Gal Costa.

Essa turnê contempla muitos dos meus sucessos e de músicas conhecidas do público. Tenho certeza que o público vai gostar muito e que será maravilhoso. Eu sempre me sinto muito bem recebida toda vez que vou ao Pará e já estou ansiosa pelo show”, completa a diva da MPB.

Prestes a completar 77 anos – ela fará aniversário na segunda-feira, 26 –, Gal Costa não se contentou em dialogar apenas com o público da sua geração. A artista transita entre as diferentes gerações, inclusive, marcando presença em festivais de rock, como no Se Rasgum, em 2019 – penúltima apresentação realizada em Belém, pouco antes da pandemia.

“Eu gosto da mistura de público e de ter a oportunidade de cantar para diferentes gerações ao mesmo tempo. Festival é sempre maravilhoso”, afirma Gal Costa.

Confira a programação da I Bienal de Artes de Belém aqui.

Acesso à cultura

A socióloga Larissa Orandi, de 33 anos, que mora em Belém, é fã da artista e está ansiosa pelo show na Aldeia Cabana. “Eu assisti o último show da Gal Costa aqui em Belém, foi maravilhoso. A expectativa é ela cantar os grandes sucessos para o público em um show de graça”, ressalta. “Há bastante tempo gosto dela, comecei a escutar em 2006, através dos Doces Bárbaros (grupo musical que foi formado por Gal, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano, em 1976). Gosto do estilo musical e o tom da voz é impressionante. A gente fica admirado com as canções dela”, conta.

“Belém estava muito carente, vivendo uma escuridão cultural. É muito importante trazer eventos gratuitos para toda a população. Enriquece a cidade ter essa experiência de assistir uma cantora tão importantes para o Brasil”, destaca.

A Gal de várias gerações


Para o crítico musical, documentarista e roteirista Vlad Cunha, não se surpreende pelo fato de a Gal Costa ser apreciada tanto pelas gerações mais novas quanto pelo público que gosta de rock porque ela sempre teve uma “atitude de rock n’roll”. “Se pegar o arranjo de 84, de ‘Vaca Profana’, do Caetano, é um arranjo de hard rock da época, começa com power chord dali, que é um negócio que celebrizou nas músicas do Sex Pistols e dos Ramones. A Gal tava ali abrindo ’Vaca Profana’ com uma banda de rock. É uma música de rock internacional da época. A mesma coisa ela no início da carreira, com Lenny Gordin na guitarrada, principalmente os discos que vão de 68 até meados de 70, nas músicas ‘Não Identificado’, ‘Nostalgia’, ‘Namorinho de Portão’, 'Tuareg' e ‘Vapor Barato’

“Ela (Gal) estava ali jogando o mesmo jogo da Janis Jopling e talvez até melhor. Porque havia ali mais elementos do que da Janis. Se a Gal Costa fosse americana ou inglesa, ela seria uma figura do rock tão grande quanto a Janis Jopling, Grace Slick, a Joan baez”, sustenta Vlad. “Ela é uma grande figura pop-rock. Quando pega aqueles discos dela, principalmente da virada dos 60 e 70, não tem nada ali que não a coloque entre os grandes. Acho normal, compreensível, que uma pessoa jovem que está se interessando por rock, curta Gal Costa, porque ela sempre jogou esse jogo e bem”, completa.

Ao longo de 56 anos de carreira, Gal Costa já lançou 43 álbuns e 12 DVDs, foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e venceu o Prêmio da Música Brasileira em 2016 na categoria Melhor Cantora.

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