Filha de Cleide Moraes, Brenda Moraes, inicia como cantora
De timbre parecido ao da rainha dos bailes da saudade, Brenda venceu concurso de samba com melhor música e intérprete.
Cleide Moraes, a Rainha do Baile da Saudade, partiu em 26 de julho do ano passado, mas deixou uma sucessora natural. A filha da intérprete paraense, Brenda Moraes está lançando carreira como cantora profissional a pedido dos fãs de Cleide. Ela tem a voz grave semelhante a da mãe e também é compositora. Interpretando uma música autoral, Brenda venceu o IV Festival de Samba da Nova Geração Paraense e, agora, planeja gravar um EP de samba.
A estreante conquistou o público no festival, realizado entre os dias 8 e 12 deste mês. Brenda chegou em primeiro lugar com a canção “Homem de Fé”, composição dela e de Antônio Tavernar, e também venceu o Troféu Cleide Moraes de Melhor Intérprete, além de ter conquistado o Troféu Janjão Rodrigues de Aclamação Popular ao lado de outras duas músicas concorrentes.
Brenda conta que a mãe a incentivou a cantar desde criança, deu dicas e ensinou um vasto e variado repertório. “Comecei a cantar com quatro ou cinco anos em aniversários de família e na domingueira que a minha mãe fazia no Clube Subsar. Eu ficava ali, pela piscina, com o meu pai olhando (enquanto a mãe cantava), e ela me pedia para cantar Roberta Miranda”, recorda. “A minha mãe sempre me incentivou, principalmente quando tinha ensaio em casa. A nossa casa sempre foi cheia de músicos e ela me orientava quando subir ou baixar o tom”.
A filha de Cleide Moraes também aprendeu com a mãe a cantar todo tipo de música. “Ela costumava dizer que era ‘clínica geral’, cantava samba, carimbó, passado, brega, bolero... Ela cantava de tudo! Era uma artista completa. Isso me foi ensinado”, recorda. “Quero cantar de tudo também, até pisadinha, carnaval e o que vier”.
Após o futuro EP de samba, que deverá ter cinco faixas, Brenda planeja um álbum de dez faixas com ritmos variados. “Quero que as pessoas possam me conhecer melhor (com esses trabalhos a serem lançados). Ninguém vai ser a nova Cleide Moraes, não haverá outra como ela. Eu sonho em seguir o legado deixado por ela”, destaca.
Brenda também quer se espelhar no exemplo de solidariedade que aprendeu com a mãe. Cleide Moraes cantava de graça para ajudar a arrecadar fundos para paróquias de Belém ou para ajudar pessoas com cestas básicas e tratamentos de saúde. “Ela ajudava quem mais precisasse e, com a música dela, juntou casais. Era amiga, conselheira, sabia do que o público gostava de ouvir, foi uma pessoa marcante”, recorda.
O incentivo para que Brenda Moraes começasse a cantar profissionalmente partiu do fã-clube Cleide Mania. “O público sente falta dela. Eu tenho recebido esse carinho (dos fãs). O fã-clube começou a me pedir para matar a saudade da Cleide Moraes, porque a minha voz é parecida”.
“A música embala a nossa vida, sustenta a nossa família e cura as nossas feridas”, destaca. “Quero levar esse legado de alegria, amor e solidariedade da minha mãe, mas não quero ser a Cleide Moraes, quero ser a cantora Brenda Moraes”.
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