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Festival 'Se Rasgum' terá semana voltada para o mercado criativo

O evento online gratuito voltado para criativos irá contar com workshops, masterclass, debates e entrevistas com grandes nome da música, como a cantora Adriana Calcanhotto

Como muitos de nós em meio ao caos que foi o início da quarentena, Adriana Calcanhotto teve um surto. Mas no caso dela, um criativo. O período de isolamento social foi dedicado à elaboração do mais recente álbum “Só”, lançado no dia 29 de maio.

O lockdwon forçado também deixou sua marca nas parcerias musicais, algumas iniciadas pela internet e todas feitas remotamente. Como é o caso do cantor paraense Arthur Nogueira – que também assina a produção do disco – que acabou chamando para participar do projeto os conterrâneos Léo Chaves (baixista do trio psicodélico Joana Marte) e Matheus Estrela, o STRR, um dos nomes em ascensão da nova cena da música eletrônica brasileira.

Os bastidores do novo trabalho e como a artista lidou com as mudanças impostas pela crise da covid-19 serão alguns dos temas da entrevista com Adriana Calcanhotto pelo jornalista Leonardo Lichote, especializado na cobertura do cenário musical brasileiro.


O bate-papo integra a programação do Music In The Tablet (MITT), realizado pelo Festival Se Rasgum.  O evento que substitui este ano o Music On The Table (MOTT) ganha uma nova roupagem, agora com formato online.

Com o patrocínio master da Natura Musical, através da lei Semear de incentivo à cultura, e patrocínio da Petrobras, pelo edital Petrobras Cultural através da lei federal de incentivo à cultura, o MITT será transmitido gratuitamente entre os dias 26 e 31 de outubro, oferecendo workshops, masterclass, debates e entrevistas sempre focados em soluções para os novos cenários e os desafios do mercado musical enfrentado este ano.

A semana de formação voltada para o fomento da economia criativa da região e, agora do Brasil todo, irá ao ar no canal de TV oficial do Festival no YouTube. As atividades de workshops e masterclass terão inscrições pelo site Sympla, com transmissão pelo aplicativo de videoconferência Zoom. 

'A volta do vinil' será um dos temas da programação

O debate “Onde dou o play?” que vai tratar do futuro do consumo e da distribuição da música, que vai muito além dos serviços de streamming. Apesar da popularidade das plataformas de assinatura de conteúdo online, os formatos analógicos não entraram em extinção.

A “volta do vinil”, como o aumento nas vendas vem sendo alardeado há algum tempo, só vem crescendo ano após ano mesmo com tecnologias que permitem o acesso da música ao toque do dedo. Antes restrito a nostalgia de um mercado de nicho de colecionadores, agora até mesmo grandes gravadoras se atentaram para a busca dos consumidores por autenticidade no consumo de música resgatando outras formas de armazenamento de mídia física, como a fita cassete e o CD.

O encontro irá contar com a participação de Leo Bittar, proprietário do Discosaoleo, selo que lança exclusivamente em vinil; Julia Weckelmann, DJ e colecionadora de vinil; Juli Baldi, integrante do Bananas Music e Mapa dos Festivais; Pena Schmidt, produtor cultural responsável nas décadas de 1970 e 1980 pela produção nomes importantes do rock brasileiro, como Ira!, Mutantes e Titãs; e a mediação fica a cargo de Brunno Constante, label manager da Believe Music.

MÚSICA INDÍGENA

Antes fora do radar do circuito comercial, a música indígena contemporânea vem conquistando novos espaços na cena independente nacional e internacional. No painel “Música indígena contemporânea: resistência cultural, visibilidade e ocupação de espaços no mercado musical brasileiro”, artistas indígenas  irão contar através de suas carreiras sobre como combatem estereótipos e usam a arte para trazer mais atenção para suas causas.

Nos últimos anos esses artistas, em sua maioria jovens que reafirmam sua identidade através de sua arte, começaram a chamar a atenção pela criatividade de suas produções, que se apropriam de gêneros como rap, rock, pop, MPB, forró, música eletrônica, metal, reggae, e outras variadas fusões de estilos, para propagar a sua cultura tradicional.


Um fenômeno importante neste cenário é a utilização de novas tecnologias, subvertendo-as como instrumentos de descolonização. Uma das iniciativas mais bem sucedidas é a Rádio Yandê, uma emissora online fundada em 2013 que se define como “a primeira web rádio indígena brasileira”, com uma programação que transmite conteúdo que abrange mais de 190 línguas de povos tradicionais brasileiros.

Ano passado, o projeto mostrou que amadureceu com a chegada do Yby Festival, de realização da Yandê com Nossa Terra Firme, com um lineup inteiro dedicado a essa nova produção indígena. Além da mediação de Renata Tupinambá, produtora da Radio Yandê e curadora do Ybi Festival, o painel irá contar com a presença dos artistas Gean Ramos, cantor, compositor e violonista; Nelson D, DJ e produtor; Brisa Flow, cantora e rapper; e Marcia Kambeba, poeta e cantora.

'World music' amazônica em debate

O lado “world music” da música produzida na Amazônia não é novidade. No caso do Pará, por exemplo, músicos como Nazaré Pereira, Nilson Chaves, Vital Lima foram os pioneiros nesse processo de misturar as influências globais e o sotaque paraense já na década de 1980.

Todavia, a evidência que a guitarrada, o carimbó, o brega e o tecnobrega vêm tomando nos últimos tempos acaba não dando o merecido destaque a diversidade musical da região Norte, que vai muito além do folclore.

O debate “Independência ou Norte: a Amazônia legal dentro da música brasileira” irá reunir Luciana Simões, produtora do Festival BR 135 (MA); Ná Figueredo, do Selo Ná Music (PA); e a cantora Anne Jezini (AM), além do cantor Diogo Soares (AC) na mediação.

A discussão irá girar em torno de como a região Amazônica vem sendo percebida pelo olhar de fora e como reafirmar o nosso espaço sem nos render aos lugares comuns impostos pelo mercado.


O MITT também irá contar com a entrevista da cantora baiana Virgínia Rodrigues, que comemora 20 anos de carreira com o lançamento do seu sexto álbum, “Cada Voz É Uma Mulher” (2019), que conta com participações de compositoras do mundo lusófono, como a cabo-verdiana Mayra Andrade, a moçambicana Lenna Bahule, a portuguesa Sara Tavares, a angolana Aline Frazão e as brasileiras Luedji Luna, Iara Rennó e Alzira E.

Ex-manicure, Virgínia iniciou sua carreira artística como integrante do Bando de Teatro Olodum. Seus três primeiros discos contaram com a direção artística de Caetano Veloso. Ela já se apresentou em 26 países e até mesmo para o presidente americano Bill Clinton, durante uma solenidade no Palácio da Alvorada. A conversa será conduzida pela jornalista e pesquisadora musical Kamille Viola.

Para ver a programação completa do MITT que ainda está recheada de surpresas para este ano – assim como saber os dias, horários e detalhes para inscrição de cada evento – , acesse o site do evento: www.serasgum.com.br.

Agende-se

O Music In The Table (MITT), que integra a programação do Festival Se Rasgum TV Show, será transmitido online e gratuitamente entre os dias 26 e 31 de outubro no canal de TV oficial do Festival no YouTube. As atividades de workshops e masterclass terão inscrições pelo site Sympla, com transmissão pelo aplicativo de videoconferência Zoom. O Festival Se Rasgum TV Show será transmitido gratuitamente no YouTube durante os dias 14, 21 e 28 de novembro de 2020.

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