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Festival Cultural Reggae Belém reúne público na Praça Waldemar Henrique

O evento reuniu o movimento reggae e celebrou o aniversário da capital paraense.

Enize Vidigal

A praça Waldemar Henrique recebeu o Festival Cultural Reggae Belém com shows de oito bandas e 30 DJs da capital paraense durante todo o dia, neste domingo, 15. A programação gratuita visou homenagear os 407 anos de Belém, comemorados no último dia 12. O evento começou com um cortejo cultural, que saiu da Praça da República às 10h da manhã. A realização foi do Movimento Reggae com o apoio da Prefeitura Municipal.

Nem o tempo nublado afastou os regueiros. A dona de casa Maria de Nazaré Santos, de 40 anos, moradora do distrito de Icoaraci, veio de longe para assistir o festival: “Gosto de todo tipo de música, mas o meu preferido é o reggae. O festival me tirou de casa. A chuva não atrapalhou. Vou assistir todos os shows até 21h. Vai ser muito bom”, disse ela, que foi encontrar amigos na praça Waldemar Henrique.

No palco Cuía Acústica se apresentaram as bandas Mandala Sounds, Alma Gruve, Floramor, Negro Jô & Cristal Reggae, Maramba Roots, MR. Chinaman e The Roots, Flaviano Ramos e Naticongo, além do DJ Vítor Pedra. Os outros DJs se revezaram nas tendas Eletrônica da Radiola FM e DJs Virtuais que foram distribuídas na praça. Também houve feirinha de economia circular com venda de comidas, bebidas, artesanato, estamparias afro, discos de vinil e serviços de tranças de cabelo.

Outra pessoa que foi aproveitar o domingo para dançar reggae na praça foi a ativista Lene Soares, de 51 anos, do Movimento Mulheres de Luta e Ação. “Sou maranhense, é só reggae lá no Maranhão. Moro em Belém há mais de 30 anos, mas nunca esqueci a nossa cultura maranhense”, contou ela, que reside no bairro de Águas Lindas. “Eu participo de grupos de reggae, que são como uma família. O reggae é uma cultura para se socializar, se divertir e conhecer pessoas de outros grupos. A cultura do reggae existe há muitos anos em Belém”.

Movimento Reggae

“Este é um momento de congraçamento de 24 organizações de reggae de Belém que chegaram aqui através de muita luta para presentear Belém”, declarou um dos coordenadores do festival, Eder Dutra do Carmo. “As atrações do festival são pessoas que estão se apresentando solidariamente. O reggae em Belém é organizado e dialoga com toda as culturas, especialmente com a população negra”, acrescentou.

“Queremos mostrar o que é o movimento do reggae em Belém, que reúne no Fórum dos Movimentos Reggae as organizações de vários bairros, como Marco, Pedreira, Sacramenta, Tapanã, Tenoné, Cremação, Canudos, Curió, distrito de Icoaraci e outros. Eles realizam várias atividades, como trabalhos de estamparia e dança de salão, além de atividades solidárias como distribuição de sopa e campanhas de doação de sangue”, explicou Carlinhos Negro Banto, também da coordenação do evento.

O presidente da Fundação Cultural de Belém, Michel Pinho, compareceu ao festival. “Muito importante a Fumbel apoiar um festival como o de reggae, que marca o aniversário de Belém pela contribuição da população negra. Historicamente, (a população negra) construiu a cidade e ajudou a formatar a identidade da capital paraense. É com muita alegria que apoiamos a cultura negra”, disse.

Programação 

A programação do festival teve início no último dia 12, com uma celebração inter-religiosa, abertura oficial e roda de conversa na Aldeia Cabana Davi Miguel. Também houve rodas de conversa nos dias 13 e 14. Já no domingo, o festival começou com um cortejo cultural que partiu do Quilombo da República, na Praça da República, em direção à Waldemar Henrique.

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