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‘Fafá de Belém, A Filha do Brasil’ desembarca em Belém para celebrar 50 anos de carreira

O espetáculo já passou por diversas capitais do país.

Bruna Dias

Neste fim de semana, a cantora Fafá de Belém apresenta na capital paraense o espetáculo “Fafá de Belém, A Filha do Brasil”. As apresentações ocorrem no Theatro da Paz, sempre às 20h, e no domingo (27), terá uma sessão extra às 16h.

Unindo história, música e representatividade, o espetáculo foi inspirado na sua primeira live musical, realizada em junho de 2020, que reuniu alguns momentos da sua carreira. No repertório canções de sucesso: “Coração do Agreste” (novela Tieta), “Filho da Bahia” (novela Gabriela), “Sereia” (Especial Plunct Plact Zoom), “Foi Assim” e “Nuvem de Lágrimas”, além de “Dona”, do Roupa Nova (Novela Roque Santeiro) e “Aguenta Coração”, de José Augusto (Bebê à Bordo).

“Fafá de Belém, A Filha do Brasil” já passou por diversos lugares do Brasil, agora será a vez de Belém recebê-lo. 


“Cada vez que eu subo no palco do Theatro da Paz é uma emoção muito forte porque aquela menina que brincava na Praça da República, ela continua em mim. Então, é muita emoção, memória e saudade, é aquele misto de coisas. ‘A Filha do Brasil’ ela vem para contar essa história, dessa menina que saiu daí, mas carregou sua terra junto. Todos os elementos são muito nossos, por exemplo, a palha presente em todos os momentos. É incrível porque o roteiro é feito em cima das três novelas, mas a presença de Paulo André, Rui Barata, Milton Nascimento e Fernando Brant é fortíssima. Paulo André, Milton Nascimento e Fernando Brant O roteiro não foi feito por mim, chamei o diretor para ele ter um olhar fresco sobre a minha história e de repente a gente constata isso. A presença da música do Pará, dos meus irmãos queridos Paulo André e Ruy Barata”, explica Fafá de Belém.

A cantora paraense soma mais de 60 músicas em trilhas de novelas ao longo dos seus 50 anos de carreira. Fafá de Belém também participou de alguns folhetins como atriz, esse talento para interpretações também poderá ser visto no espetáculo.

O roteiro partiu de Indauê-tupã, de Paulo André Barata e Ruy Barata (1976). Essa música faz parte do álbum inicial de Fafá, Tamba-Tajá (1976). Dividido em dois atos, são 25 canções presentes na apresentação.

“Morei no Rio de Janeiro de 70 a 73, convivi com atores, com o mundo do espetáculo, a praia era uma festa, embora muito jovem. Quando voltei para Belém, eu tinha 16 anos e fui procurar o Grupo Experiência que me deu um norte. Os responsáveis pela minha atuação, por esse meu lado de atriz, chamam-se Geraldo Sales e o Grupo Experiência. A gente fez muita coisa, um trabalho de laboratório intenso. Fico muito feliz com essa turma dessa turma, além de Geraldo, Natal, Eloi Iglesias, Cacá Carvalho, dentre outros. Então, me deu um ponto de fuga quando eu voltei do Rio de Janeiro. A convivência também com o Amir Haddad, que naquela altura estava fazendo o Auto do Círio com o um cortejo de todos, que hoje é algo potente e grandioso. Mas tudo isso é teatro, não pertence a A, B ou C. O Grupo Experiência é um patrimônio gigantesco da cidade de Belém”, conta a artista.

Para o “Fafá de Belém, A Filha do Brasil”, a cantora recebe grandes nomes da música paraense para fazerem participações, estão confirmados: Naieme, Adilson Alcantara, Joba Marçal (Warilou), Valéria Paiva (Fruto Sensual) e Rebeca Lindsay.

Além da parte cênica, Fafá de Belém ainda entregam looks que conversam com as suas músicas e fazem a comunicação com o que ela representa, fazendo de “Fafá de Belém, A Filha do Brasil” um espetáculo cênico em uma atmosfera amazônica. 

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 Uma das peças marcantes é uma capa de palha usada por ela criada pelo estilista Luiz Cláudio Silva, da marca Apartamento03. Ele foi responsável pela criação de três looks do espetáculo.

 “O espetáculo foi todo costurado, literalmente, por algumas mãos. Eu pensava nessa capa de palha como essa coisa meio um espantalho. Chamei o Luiz (Claudio), do Apartamento 03, meu parceiro de muitos espetáculos. Ele conseguiu entender e desenhar essa mulher feita de palha, feita de seda, que é preta, é indígena, é quilombola. Eu sou o resumo do meu povo. O Luiz fez isso de forma magistral”, disse.

No mês passado, os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Pará aprovaram o projeto de lei que reconhece a obra musical de Fafá de Belém como patrimônio cultural e imaterial do Estado do Pará. Agora, o projeto segue para sanção do governador do Pará.

“Há alguns anos, ganhei um título do comunicador Ronaldo. Foi a primeira vez que fui reconhecida na minha terra. Quando eu recebo agora da Alepa esse reconhecimento, que é outorgada pelo Governador Helder Barbalho, fico muito feliz. Defendo que essa obra não é minha, é de quem construiu ela comigo. Não sou autora e nem compositora, quem compôs e que criou junto comigo essa trajetória foram os autores, músicos e compositores paraenses. Fico muito feliz e honrada porque a gente ser reconhecido na nossa terra em vida é muito bom, e poder trazer junto tanta gente que costurou essa trajetória, é melhor ainda”, conta.

Agende-se

Datas: 25, 26 e 27
Hora: sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 16h e 20h
Local: Theatro da Paz -  Avenida da Paz, Praça da República, S/N - Campina, Belém 

 

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