'Encontro das Águas' promove rodas de carimbó

O evento organizado pelo Grupo de Carimbó Raiz 'Unidos do Paraíso', de Santa Bárbara, na Grande Belém, terá formato on-line

O Liberal
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Neste sábado, 7, o Festival Encontro das Águas, que busca valorizar e dar visibilidade a grupos e mestres de carimbó do Pará é destaque na programação cultural. Em sua terceira edição, promove artistas sendo a maioria desconhecidos do grande público, mas que são verdadeiras referências em seus municípios, onde incentivam a produção cultural independente.

Dessa vez, o evento organizado pelo Grupo de Carimbó Raiz “Unidos do Paraíso”, de Santa Bárbara, na Região Metropolitana de Belém, terá formato on-line, e será transmitido a partir das 18h, pela fanpage do grupo, com apresentações vindas de regiões de águas doces e salgadas do Pará.

Nesta edição, estão grupos e mestres de carimbó da Região Metropolitana de Belém e municípios próximos mostrando diferentes expressões carimbozeiras existentes e resistentes nesses locais.

São representantes que revelam as singularidades do carimbó produzido em ambientes urbanos e rurais e nas periferias com trajetórias e referências diversas, mas com um ponto em comum: o compromisso inabalável com essa tradição.

“Serão seis grupos, incluindo o Unidos do Paraíso, representado por seus mestres e integrantes; Luiz Gonzaga, do Carimbó Águas Lindas; Manoel Alexandre, do Carimbó das Flores, de Ananindeua; Mestre Pedro Papo Fundo, de Maracanã; Preto da Cultura, de Fortalezinha; Mael Anhangá, do Grupo Cipó, também de Ananindeua e Priscila Duque, do Carimbó Cobra Venenosa, de Icoaraci”, cita o coordenador do Festival e responsável por tocar maracas, no grupo Unidos do Paraíso, Cazuzinha.

Aos 28 anos, ele é um dos protagonistas da nova geração do grupo Unidos do Paraíso e se mantém à frente do festival. Coordenou a produção desde a elaboração do projeto. “Poder apresentar esse festival é uma honra para mim e para todos os integrantes do nosso grupo. Poder mostrar que a cultura carimbó está viva dentro do nosso município é o mais gratificante. Esperamos que após a realização desse evento possamos ter maior visibilidade, atraindo cada vez mais o público, em especial o jovem, para participar das nossas manifestações culturais”, avalia, ressaltando que essa edição do festival foi financiada pelo Edital de Festivais Integrados da Lei Aldir Blanc.

Origem

O grupo de carimbó raiz Unidos do Paraíso é quem dá o tom do Festival. Fundado por Mestre Ilson Freitas, de 85 anos, foi batizado com esse nome em referência à localidade de origem, a Comunidade do Novo Paraíso. Com quase 30 anos de tradição na cultura popular paraense, o grupo ainda é o único de Santa Bárbara do Pará.

Mestre Ilson atuou como lavrador e pescador e fez com suas mãos todos os instrumentos do grupo, das maracas ao curimbó. É percussionista e atuou como instrutor de oficinas de construção de instrumentos e de palestras em escolas públicas. Desde 2005, é presidente da Associação dos Movimentos Folclóricos e Carnavalescos do município. Foi por meio da entidade que conseguiu recursos para realizar a primeira e segunda edições do Festival, em 2011 e 2013.

Ao lado dele, seu irmão Mestre Cazuza tornou o grupo uma expressão autêntica da tradição carimbozeira na Região Metropolitana de Belém. Além disso, participaram ativamente da conquista do título de Patrimônio Cultural Nacional pelo Carimbó.

“Sempre tive o pé no chão e coloquei na minha mente que o carimbó um dia seria reconhecido, as pessoas teriam mais vontade de estar no grupo, de participar. Hoje quando vejo o carimbó se expandindo, fico muito feliz. O que precisamos é nos unir cada vez mais. Sempre digo que a união é a força da Cultura Popular”, afirma Mestre Cazuza, que aos 75 anos, mesmo enfrentando problemas de saúde, não deixa de dedicar seu amor pelo ritmo de raiz.

Mestre Cazuza é atuante na Campanha de Salvaguarda do Carimbó e por sua luta aguerrida recebeu em 2017 o Prêmio Carimbó Nosso Patrimônio, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

"Santa Bárbara é minha terra, Santa Bárbara é o meu lugar, falamos de carimbó, xote também siriá", trecho da música “Santa Bárbara é minha terra”, de autoria de Mestre Cazuza, que começou a tocar em 1996 e se tornou autor das músicas interpretadas pelo grupo.

 “Sempre tive o pé no chão e coloquei na minha mente que o carimbó um dia seria reconhecido, as pessoas teriam mais vontade de estar no grupo, de participar... e hoje, quando vejo o carimbó se expandindo, fico muito feliz. O que precisamos é nos unir cada vez mais. Eu sempre digo que a união é a força da Cultura Popular”, afirma Mestre Cazuza, que aos 75 anos, mesmo enfrentando problemas de saúde, não deixa de dedicar seu amor pelo ritmo de raiz.

Agende-se:

3ª Edição do Festival Encontro das Águas
Data: 
Dia 7, a partir das 18h
Local: fanpage Grupo Unidos do Paraíso

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