Em maio, Belém recebe grandes nomes da música brasileira como Emicida e banda Francisco El Hombre
Mateo Piracés-Ugarte, da banda Franciso, El Hombre, fala com exclusividade a O Liberal sobre show no MPB Festival
No dia 14 de maio, Belém será palco da terceira edição do MPB Festival, que já trouxe para Belém nomes como Gal Costa e Max de Castro e Wilson Simoninha com o Baile do Simonal. Este ano, o evento vai investir em nomes da nova cena da música brasileira. No palco, os nortistas Bando Mastodontes, vencedores da seletiva do Festival, os rappers Nick Dias e MC Super Shock e grandes nomes da cena nacional como Emicida e a elogiada banda Francisco El Hombre, que terá a participação da paraense Luê.
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O quinteto formado em 2013 pelos irmãos mexicanos naturalizados brasileiros Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte em Campinas (São Paulo) mistura música brasileira com a latinidade. Em 2017, a banda foi indicada ao Grammy Latino em 2017 por melhor canção em língua portuguesa pela música "Triste, Louca ou Má". O grupo que já marcou presença em vários festivais de música no Brasil e no mundo, como Lollapalloza e Rock in Rio, tem um pé no Pará. Já se apresentou algumas vezes no Estado, fez algumas parcerias com artistas paraenses como Dona Onete e Mateo, que deu entrevista a O Liberal, hoje namora Luê, com quem desenvolve o projeto “Baby Amorzinho”.
Em entrevista exclusiva a O Liberal, Mateo Piracés-Ugarte fala sobre o retorno da banda pós-pandemia e a expectativa para o show em Belém, que faz parte da turnê CASA FRANCISCO, que terá shows na Espanha, Londres, Portugal e encerra com apresentação no palco Supernova no Rock in Rio.
A banda já se apresentou em Belém duas vezes no Festival Se Rasgum. Como vocês se sentem ao retornar à capital paraense para apresentar um novo trabalho? Qual a expectativa?
Já tocamos duas vezes em Belém e ambas foram muito catárticas - inclusive muitas pessoas ainda comentam com a gente sobre esses shows. Parece que o Se Rasgum junta uma galera do Brasil todo pro festival e essa apresentação reverberou muito para a gente. Quando fomos a segunda vez, estávamos muito animados, e o show conseguiu ser melhor do que esperávamos. Faz dois anos que não vamos para Belém por causa da pandemia, então estamos extremamente empolgados de poder mostrar esse disco novo: o CASA FRANCISCO.
O que o público pode esperar do repertório e do show?
As canções desse novo trabalho são um pouco mais tranquilas, mas pro show a gente vira elas de ponta cabeça e as torna algo bem dançante. E estamos ligados que a galera de Belém curte dançar demais, então nossa expectativa é fazer a galera dançar MESMO. O repertório é composto pelas músicas novas, mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar de tocar os nossos clássicos, como “Triste, Louca ou Má” e “Tá Com Dólar, Tá Com Deus”.
O que falar da parceria com a Dona Onete, um ícone da cultura paraense?
Olha, a gente tocou com a Dona Onete algumas vezes em diversos palcos do Brasil e sempre foi um grande encontro de amizades – não só com ela, mas com toda a banda e equipe. Essa amizade foi muito cultivada ao longo dos anos, desde Rock in Rio, Circo Voador e até mesmo em Belém. Sempre tivemos o desejo de lançar uma música com a Dona Onete. Quando finalizamos a canção “Olha a Chuva”, percebemos que tinha tudo a ver com Belém, porque sabemos que aí chove todo dia (e chove bem rs). Tinha tudo a ver escolhermos a Dona Onete para essa participação. Ela tem a capacidade de transformar qualquer canção em algo extremamente dançante, num grande baile delicioso e no fim, “Olha a Chuva” virou uma festa. Vai ser muito gostoso, finalmente, tocar ela em Belém.
Essa energia do grupo enquanto grupo, após ressignificar as particularidades de cada um, traz o que para o novo disco?
Aproveitamos esse tempo sem show para lançar várias coisas que a gente estava afim de lançar faz muito tempo, mas que, pela agenda intensa da Francisco, el Hombre, não rolava. Uma das coisas que mais fizemos nesse momento de pausa da banda foi focar nos projetos paralelos. Somos um grupo de cinco pessoas que carregam ideias e referências diferentes. Sempre estamos compondo e quando só tínhamos a Francisco como válvula de escape criativo, às vezes ficávamos frustrados quando coisas muito particulares não entravam para o repertório da banda. Então, os projetos paralelos permitiram escoar essas vontades e foram criadas novas válvulas de escape para as criações. Agora, quando nos juntamos, tocamos o que todos querem tocar. O fato da banda não ser o único lugar para extravasar musicalmente ajudou demais nas nossas letras também.
Quais as principais referências de vocês? O que o som e as letras do Francisco El Hombre de hoje buscam trazer?
Somos cinco indivíduos com referências completamente variadas, que vão de Iron Maiden, passam por Raça Negra e Zeca Pagodinho até Manu Chao, Go Go Bordello e várias outras. Pegamos tudo isso e transformamos em uma batucada rock tropical, com letras de cunho social. São letras de macro e micropolítica, que comunicam uma mensagem. E é mais fácil decidir qual mensagem comunicar se todo mundo quer comunicar ela junto. Também é mais fácil encontrar o que todo mundo quer comunicar junto quando cada um já está comunicando alguma coisa por outros lugares. Por exemplo, eu e Luê com o projeto BABY, estamos comunicando uma vontade gigante de falar sobre nossa intimidade, músicas de amor, sensuais que não fariam sentido com a Francisco, el Hombre. Então, quando a gente decide cantar músicas como “Nada Conterá a Primavera”, canção que é para trazer esperança para nossa sociedade e é uma que se inspira nos trabalhos que o MST realiza pelo Brasil inteiro, todo mundo quer defender aquilo, isso é algo que todos batem no peito e cantam com o coração. As músicas da Francisco, el Hombre são para serem cantadas em coro e com todo coração, todo mundo está alinhado e com vontade de cantar para dar certo.
Agende-se
MPB Festival com shows de Emicida, Francisco El Hombre + Luê, Mastodontes, Nick Dias e Mc Shock e Dj Albery.
Quando: 14 de maio de 2022(sábado)
Onde: Espaço Náutico Marine Club
Informações: @mpbfestivalbelem
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