MENU

BUSCA

Coro Carlos Gomes completa 25 anos de história nesta segunda, 29

Formado por 23 membros, entre alunos e ex-alunos do Conservatório, o grupo tem no portfólio artístico três discos próprios e participações em várias gravações de artistas paraenses

Vito Gemaque

O Coro da Fundação Carlos Gomes completa 25 anos de história nesta segunda-feira, 29, data da primeira apresentação oficial do grupo. O coro musical foi criado quando a maestrina cubana Maria Antonio Jiménez chegou a Belém, há quase três décadas, para ministrar aulas de canto lírico no Conservatório Carlos Gomes.

Ao longo desses anos, pelo coro já passaram alunos que depois se transformaram em professores da fundação, mas continuaram no grupo. Formado por 23 membros, entre alunos e ex-alunos do Conservatório, o grupo tem no portfólio artístico três discos próprios e participações em várias gravações de artistas paraenses.

“É muito reconfortante ver um trabalho que começamos tão longe, apenas com a intenção de ter um coro no conservatório, já que todo estabelecimento dedicado ao ensino da música deve ter um coro. Comecei a trabalhar no conservatório lecionando canto. Após um mês, vi que eles não tinham coro. Na época, a diretora era a Glorinha Caputo, com quem conversei da minha intenção de criar o coral para o conservatório”, relembra a maestrina Maria Antonio Jiménez.

O Coro Carlos Gomes tem como principal objetivo fomentar a música coral erudita, regional e popular no Estado do Pará. Para isso, executa diversas atividades na área, contemplando os aspirantes à profissão das artes musicais e oriundos dos cursos de formação proporcionados pelo Instituto Estadual Carlos Gomes. Seu repertório é eclético, abrangendo todos os estilos da música coral erudita, tanto à capela quanto sinfônico coral, e interpretando música popular, folclórica e contemporânea.


Formada em regência coral no Conservatório Estatal de São Petersburgo “Rimsky Kórsakov”, na Rússia, a maestrina Maria Antonia Jiménez investiu desde a criação na formação de um coro consistente. Hoje, há membros fixos que dão a base para o coral, e seleção para novos membros sempre que alguém precisa sair do grupo para se dedicar ao estudo de outro ramo musical, aperfeiçoar-se fora do Pará, ou por algum motivo particular.

“Escolhi entre os alunos que eram excelentes e afinados, e comecei a montar o coro ensaiando sábado e domingo e feriados. Após três meses de ensaio, no final do primeiro semestre, no dia 29 de junho de 1995, fizemos a primeira apresentação. Esse foi o pontapé inicial e nunca mais paramos até hoje”, destaca a regente.

Além de levar o nome do conservatório para fora do Pará e do Brasil nas apresentações de festivais, há vários momentos marcantes do coral, com três destaques. A professora relembra a apresentação de uma obra inédita no Brasil feita por cubano para a padroeira do país caribenho intitulada Missa Cubana quando o coral apresentou a peça para um Theatro da Paz lotado, sendo aplaudidos de pé no final.

Outro momento, segundo a regente, foi a produção de uma obra especial, feita por encomenda, para homenagear Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira dos paraense, durante o Círio, e o último um trabalho gravado para a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em que o coral interpretou uma pesquisa do Cantochão dos Mercedários do Grão Pará, uma pesquisa desenvolvida pelo historiador Vicente Sales.

Segundo a professora, o coro acadêmico não chega a ser profissional, mas é um trabalho muito enriquecedor para todos que participam. “É uma maneira de conhecer o repertório de coral, a oportunidade de se apresentar em público nas melhores salas de Belém, de participar de festivais nacionais e internacionais, divulgar o nome do conservatório, da cidade e do país”, assegura.

Sem comemorações por causa da pandemia

Neste ano, as comemorações pelos 25 anos do coral foram interrompidas devido à pandemia do novo coronavírus. O grupo que estava organizando uma série de apresentações para comemorar essas mais de duas décadas de história teve que parar tudo.

O sentimento de frustração é grande. “Foi muito difícil, nos pretendíamos fazer muita coisa durante esse ano todo, e de fato a gente fez até março. Nós ganhamos uma parceria com a Hydro que começou a nos patrocinar o que nos proporcionou fazer coisas no interior, fazer concerto no aniversário de Belém, flash mob nos shoppings de Belém e na Estação das Docas, concerto de abertura no Música nos Museus, e estávamos ensaiando para fazer o 20º Festival de Música Sacra em Santo Alexandre, quando tivemos que ir para casa para nos guardar e proteger”, lamenta Maria Jiménez.

O coro que se apresenta quatro vezes durante o ano pretendia expandir o número de apresentações com o patrocínio, mas até o momento não pode fazer isso por causa do isolamento social. “Poderia nos proporcionar a fazer várias coisas, mas tivemos que ir para casa, e agora temos que esperar que tudo isso passe para voltar a oferecer uma comemoração pelos 25 anos para a nossa comunidade com a melhor qualidade”, espera.

Mesmo durante a pandemia o grupo não parou. O novo patrocinador produziu um vídeo com os coralistas cantando uma canção de composição exclusiva para a campanha de conscientização sobre cuidados com a higiene lançada pela empresa no dia 3 de junho, como forma de ajudar na prevenção do coronavírus.

O vídeo está sendo divulgado nas redes sociais internas e externas da empresa e nas emissoras de televisão em Belém, Barcarena e Paragominas, no Pará. Os vídeos foram gravados individualmente pelos 21 coralistas, cada um em sua residência, regidos a distância e online pela maestrina Maria Antonia Jiménez.

Letra, música e arranjo são do cantor, compositor, produtor, multiinstrumentista e ator André Abujamra. Ele é responsável por composições de renome como “Alma não tem cor” e “O Mundo”, além das trilhas sonoras dos filmes “Carandiru”, “O Bicho de Sete Cabeças”, “Trinta”, “2 Coelhos”. Abujamra também compôs para programas de TV como o tema de abertura de “Castelo Ra Tim Bum”, entre outros.

Música