Cantor e compositor Paulinho Camafeu é enterrado ao som de axé

O cantor e compositor baiano Paulinho Camafeu morreu na noite de segunda, 29, aos 73 anos, em Salvador. Conhecido como um dos criadores da axé music, ele estava internado em uma unidade de saúde desde o dia 18 por causa de problemas cardíacos. O corpo do compositor foi sepultado na tarde desta terça-feira (30), no Cemitério Campo Santo, em Salvador. 

O quadro se agravou após ele sofrer um enfarte, quando seguia para hemodiálise. Em seguida, precisou ser intubado. Já nesta segunda, o músico sofreu parada cardíaca e não resistiu. "Estava em uma batalha para fazer esse tratamento, era diabético, uma situação muito difícil", contou Geraldo Badá, produtor cultural e amigo de Camafeu. Ele era casado havia 34 anos com Lígia Bacelar.

Paulinho foi autor de várias músicas marcantes na história da axé music, como "Ilê Aiyê (Que bloco é esse?)", "Fricote" e "Afoxé Badauê". Músicos do Ilê participaram do enterro nessa tarde. Enquanto o caixão era carregado, os presentes cantavam os versos de "Que Bloco é Esse?".

Nascido em Salvador, em 1948, Camafeu fez parte das antigas escolas de samba. Em 1974, compôs a música Que Bloco É Esse, um dos maiores símbolos do pioneiro bloco afro Ilê Aiyê. Em 1985, ao lado de Luiz Caldas, deu início à chamada axé music com a canção Fricote.

Caetano Veloso lamentou a partida do amigo: "O gesto de a Bahia autodeclarar-se negra pelos versos de Paulinho nunca esqueceremos". Camafeu foi responsável pela canção Mundo Negro, interpretada por Gilberto Gil, que prestou homenagem ao compadre nas redes sociais. Luiz Caldas e Daniela Mercury também lamentaram a perda.