Artistas paraenses prontos para mostrar o som do Pará na Virada Cultural de São Paulo

O evento que toma a cidade de São Paulo de cultura durante 24 horas tem uma série de paraenses entre as mais de 1,2 mil atrações gratuitas que agitam a cidade neste final de semana. A Virada Cultural de São Paulo ocorre entre o sábado e domingo (18 e 19), e tem entre suas atrações principais grandes nomes da música nacional como Anitta, Pabllo Vittar e Caetano Veloso e seus filhos Moreno, Zeca e Tom Veloso. Ao todo serão mais de 250 pontos de espetáculos.

Conhecido como o “festival 24 horas da Capital da Cultura”, a Virada Cultural também conta com nomes de peso da música paraense na programação. Este ano estreiam no festival o Bando Mastodontes e o duo Guitarrada das Manas.

Donos de hits como "Brinquedo" e "Aperte o Play", o Bando Mastodontes tem um público fiel na capital paraense, e arrastou uma multidão durante o Circuito Mangueirosa deste ano. Na Virada Cultural de São Paulo, eles se apresentam em horário nobre: às 22h do sábado, no Palco Itapetininga - Brasil 360.

Com três anos em atividade, o Bando Mastodontes demonstra que não há obstáculos que o afeto não possa dobrar. Quando o assunto é batuque, os 11 integrantes não medem esforços, injetando muito material humano e figurinos diferenciados, explorando os mais diversos temas com pitadas de picardia e uma fina ironia empregada em sua proposta visual.

“As referências musicais do nosso som estão relacionadas à cultura popular, ao teatro, à literatura e às nossas vivências enquanto artistas - dentro e fora dos palcos. Mas, de modo geral, eu deixo essa questão ser respondida pelo olhar e pelos ouvidos do público, essa busca de encontrar paralelos com o som que a gente faz. Um dia eu ouvi que a gente queria ser o Nação Zumbi. Me senti honrado, pois dessa água já me embriaguei e em tantas outras ainda mergulharei”, brinca Luciano Lira, integrante do grupo.

Nas canções do Bando Mastodontes, são abordados aspectos da cultura popular, questões de gênero, sexualidade, empoderamento feminino e da importância de opinar com responsabilidade e consciência dos atos. Também há momentos que versam sobre redes de colaboração, saudade, amor, conexões, partidas e chegadas.

Atualmente o grupo é formado por Luciano Lira (vocais, violão e composição); Armando de Mendonça (violino, viola, maracas e curimbó); Bruno Jimi (guitarra elétrica); Rodolfo de Mendonça (contrabaixo); Caio Azevedo (bateria); Katarina Chaves (percussão). Ana Marceliano, Bruna Cruz e Larissa de Medeiros completam o bloco percussivo e também assumem vocais. O conjunto de vozes se completa com Adhara Belo e Fernanda Noura.

Guitarrada das Manas

Quem também estreia na programação da Virada Cultural representando a música paraense, é o duo formado por Beá e Renata Beckmann, a Guitarrada das Manas, que leva para o palco o experimentalismo instrumental aliado à sonoridade regional. As meninas farão uma participação no show de Felipe Cordeiro, às 6h do domingo (19), no Palco Itapetininga - Brasil 360.

Beá comanda os sintetizadores e programações e Renata Beckmann, a guitarra. O projeto é considerado ousado e pioneiro, já que a guitarrada é comumente tocada, até então, apenas por homens.

Símbolo do protagonismo feminino em um cenário amazônico, o Guitarrada das Manas pesquisa os ritmos regionais difundidos pela Amazônia, além de buscar responder à dúvida que as inquieta sobre a participação de mulheres em projetos musicais envolvendo a guitarrada.

Cronixta

O rap paraense também vai entoar entre os palcos da Virada Cultural. Cronixta se apresenta no sábado, às 21h, na Casa de Cultura Chico Science. Ele divide o palco com outras atrações de peso, como o Nação Zumbi e Tássia Reis.

Cronixta iniciou a carreira em 2012, e tem como característica um rap que se apresenta como uma fusão de ritmos e sons. “Trazer o Hip Hop lá de cima do mapa é afirmar a existência e a resistência do povo amazônico pra dentro do cenário da música brasileira”, comenta o rapper paraense.

Em seu mais recente clipe intitulado “Jambú”, Cronixta busca mostrar suas influências do Norte, além de propor uma nova forma de inserir os ritmos paraenses no hip hop.

“Eu busco representar o Norte a partir dessa nova forma de fazer música, que é baseada nas minhas influências e ancestralidades, mas sobretudo no meu compromisso e responsabilidade de abrir caminhos para os novos artistas que estão por vir”, finaliza o artista.

Família Cordeiro

O time de paraenses na Virada Cultural tem ainda Felipe Cordeiro, que se apresenta mais de uma vez. No sábado, às 21h30, ele sobe ao palco do Sesc Carmo junto ao pai Manoel Cordeiro, onde recebem ainda Jaloo e Luê.

Manoel também se apresenta novamente. No domingo, às 16h, ele faz show Baile do Papai, no Sesc Pinheiros, onde recebe Adelson Preto e Karine Aguiar. Pinduca se apresenta no Sesc Carmo, no sábado, às 19h30, onde recebe Aíla e Natália Matos.

O time de paraenses na programação conta ainda com Jane Duboc, que canta na Galera Olido no domingo, às 16h; e Jaloo, que se apresenta no palco República da Diversidade, junto a Gaby Amarantos e MC Tha. A programação completa está disponível no site http://agendao.prefeitura.sp.gov.br/