Arraial do Pavulagem transforma 'Arrastão' em show

O Arrastão do Círio, tradicional evento popular de rua conduzido pelo Arraial do Pavulagem no período do Círio de Nazaré, teve formato virtual no ano passado, mas, este ano, acontece em formato híbrido, ou seja, com eventos presenciais de acesso limitado do público e transmissão simultânea pelo Youtube do Pavulagem e Facebook da Equatorial Pará, patrocinadora do evento.

A sequência de shows já começou. Na próxima sexta-feira, 15, a programação encerra com o show “Arrastão do Círio” com a banda do Arraial no palco do Teatro Margarida Schivasappa, do Centur, a partir das 17 horas.

Para adquirir o ingresso ao show do Arrastão do Círio basta comprar algum produto da lojinha de produtos oficiais do Arraial do Pavulagem, como camisas, CDs, songbooks e chapéus, independente do valor do produto. A loja funciona na sede do instituto e se destina a contribuir para a manutenção do espaço, que funciona em um casarão histórico, na Boulevard Castilhos França, centro de Belém.

Rodas de boi

Dentro da programação do Arrastão 2021, os fundadores do Arraial do Pavulagem, Ronaldo Silva e Júnior Soares, realizaram duas rodas de boi com as participações especiais de Luê, cantora e compositora filha de Júnior Soares, e do cantor e compositor Allan Carvalho. Esses dois shows aconteceram na sede do Arraial do Pavulagem.

Ela sempre esteve nos arrastões do grupo e toca rabeca em quase todos os discos da banda, enquanto Allan tem várias parcerias com o Arraial. 

“Essa aproximação vem de longe, mesmo na pandemia não deixamos de estar juntos", conta Allan, que também tocou na roda de boi as músicas autorais do recente álbum ‘Forró no Bosque’, em homenagem a Ary Lobo. "Eu e Ronaldo Silva temos um trabalho forte juntos, como na música ‘Banguê Pra Bastião’, que fizemos junto com Cincinato Júnior”, conta.

As rodas de boi são eventos que antecedem o Arrastão do Círio e que voltaram à programação este ano.

Segundo Júnior Soares, nas rodas de boi o grupo tocou os sucessos e também as músicas novas que foram compostas durante a pandemia. “Nós estamos gravando de novo, outro disco, para o Cordão do Galo (cortejo realizado anualmente em Cachoeira do Arari em parceria com diversas entidades locais). Vamos tocar algumas dessas músicas novas e, claro, tocar as tradicionais”.

Batalhão de Estrelas no tempo em que o Arrastão do Círio ganhou as ruas. (Adryan Schwann- Divulgação)

Cuidados sanitários

Nas rodas de boi, Ronaldo Silva e Júnior Soares não estiveram acompanhados da banda completa para evitar aglomeração. “Convidamos pessoas que fazem parte da nossa história”, resume Soares.

As pessoas interessadas em participar presencialmente dos shows estão tendo que apresentar o cartão de vacinação informando que receberam as duas doses do imunizante contra a Covid-19.

“A alternativa da live permitiu manter esses vínculos na relação que o público tem com o Arraial (durante a pandemia). O nosso temor era que a gente ficasse parado”, destaca Ronaldo Silva. "O avanço no formato, da live do ano passado (sem público), para a live deste ano (com público restrito) se deve à conquista do povo brasileiro com a vacina. Nós temos o foco do fortalecimento cultural e isso tem ocorrido apesar das dificuldades”, acrescenta.

Batalhão da Estrela

As oficinas de formação do Batalhão da Estrela nas modalidades percussão, dança e perna de pau voltaram ao formato presencial este ano, as aulas já ocorreram na sede do Arraial do Pavulagem.  “As oficinas de formação de brincantes sempre ocorreram dentro do nosso processo de construção dos arrastões”, comenta Soares.