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Andréa Pinheiro torna Facebook palco de clássicos e grandes encontros

Na quarentena, ela posta vídeos cantando sozinha e com parceiros, como Paulo José Campos de Melo e Kahwage, além de exaltar compositores paraenses

Enize Vidigal

Andréa Pinheiro alimenta o velho vício de cantar durante a quarentena para o deleite dos seguidores do Facebook. Entre clássicos de grandes nomes da música popular brasileira e composições de artistas paraenses que apresenta em vídeos de voz e violão, gravados em casa, Andréa apresenta compositores da terra, como o fox blues “Dançando nas Telhas”, de Alex Ribeiro, cantor e compositor de Capanema, radicado em Bragança, uma das promessas da cena regional.

Os vídeos são verdadeiros clipes gravados em casa, com o uso de celular, e editados pela própria Andrea. “Fiz um com o Trio Lobita, música ‘Se é pra te esquecer’, do poeta Vasco Cavalcante com Paulinho Moura, dois compositores daqui (Pará). É muito bacana fazer isso”, comemora. O vídeo mostra Andrea acompanhada por Tiago Amaral, ao clarinete, e Paulinho Moura ao violão de sete cordas. O Trio Lobita é um grupo de choro e samba formado por esses artistas.


Andréa escreveu sobre o vídeo com o grupo: “Esse é o primeiro vídeo do Trio Lobita em tempo de Quarentena... E não poderia ser outro! Uma parceria do Paulinho Moura com o Vasco Cavalcante que é (além de um amigo querido e um grande poeta) um dos maiores incentivadores e seguidores do Lobita! Taí, Vasquinho! Pra matar um pouco essa saudade!”

Já sobre a música de Alex Ribeiro, ela postou: “Alex... grande artista, compositor de mão cheia, manipulador das palavras! Venho conhecendo e me encantando com o trabalho dele, com o texto, com a sutileza das melodias... Hoje resolvi postar uma de suas músicas que (assim como muitas outras), ouvi e me arrebatou de imediato!”


“‘Eu tenho postado vídeos sozinha e também com parceiros. É uma forma também de estimular as pessoas a produzirem de casa para suavizar um pouco essa quarentena, amenizar esse nosso confinamento”, explica a cantora.

Nobres parcerias

Para embalar o público na web, Andréa também recebe convidados em alguns desses vídeos, como o acompanhamento luxuoso de Jacinto Kahwage ao teclado em “Lady Jane”, sucesso de Olivia Byington, e “Minha Voz, Minha Vida”, de Caetano.  “A primeira é uma música antiga, da década de 80, do Geraldo e Nando Carneiro, e, a segunda, é bem significativa, pois fala do ofício de cantar”, justifica.

O vídeo mais recente, postado na última quinta-feira, 4, é uma parceria magnífica com o maestro e pianista Paulo José Campos de Melo, no clássico "Cais", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.


Com Marcelo Ramos, ela gravou “Espero por ti”, de Cartola. O vídeo traz quatro quadros concomitantes, sendo que em dois deles, ela aparece cantando e tocando pandeiro, e nos outros dois, o instrumentista assume o violão de sete cordas e o bandolim, com cada instrumento gravado em separado.

Algumas dessas canções atendem pedidos de seguidores, como no dueto com a cantora Ester Sá em “Chovendo na Roseira”, de Tom Jobim.  Outro foi com o cantor Rafael Noleto, professor do Curso de Música da Universidade Federal de Pelotas, na canção “Mistérios”, de Joyce Moreno e Maurício Maestro. Nesses dois vídeos, Andrea assume o violão.

Trajetória musical

Em 32 anos de carreira, Andréa Pinheiro gravou cinco álbuns: “Fiz da Vida Uma Canção” (com músicas de Waldemar Henrique), “Diz Que Fui Por Aí” (com o grupo carioca de choro Galo Preto), “Não Apenas de Passagem”, “Vênus da Madrugada” e “Na Marola” (com Trio Lobita e o Quarto Elemento).

Entre os vídeos solo, estão “Candeias” e “Coração Noturno”, ambas de Edu Lobo, sendo a segunda dele em parceria com Cacaso; “Asas nos Olhos”, de Claudio Nucci; “O Cantador”, gravada por Elis Regina, composição de Nelson Motta, Dori Caymmi, Marilyn Bergman e Alan Bergman; “Mudança dos Ventos”, sucesso de Nanna Caymmi, de Ivan Lins e Vitor Martins; e “Canção Antiga”, de Ruy Barata e De Campos Ribeiro, sendo a última em homenagem aos 30 anos sem o aclamado poeta e compositor paraense, falecido em 1990.

Os clipes caseiros de Andréa Pinheiro dão uma volta no tempo e despertam as memórias das noites boêmias de Belém, que clamam por voltar. É pura saudade latente em simples canções. Nem a artista escapa de ser arrebata pelas recordações que aflora nos seguidores. Sobre o vídeo de “Mudança dos Ventos”, ela escreveu a lembrança que essa música lhe traz: “Em 1988, pisei profissionalmente, pela primeira vez, em um palco: o do bar-teatro Maracaibo. Na ocasião, dei uma entrevista para a TV Liberal e toquei essa música... a partir daquela entrevista (e por causa dessa música) fiz amigos que até hoje trago no peito... Bons tempos”.

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